Mas que grande tareia!!!
Ver um concerto dos The Exploited é o mesmo que levar uma tareia…
Sonora, entenda-se... mas não só!
A mítica banda Punk de raízes escocesas (mais precisamente de Edimburgo), regressou ao nosso país para dois concertos, após os Dias de Caos em Faro, no Festival Punk de 1996.
Decidi-me por escolher a opção geográfica mais acessível, fui ver o concerto no Paradise Garage, em Lisboa, marcado para as 21 horas do dia 5 de março.
Pelas 20 horas, cheguei a Alcântara e já se deslumbrava um ambiente de festa, de celebração e comemoração do Punk.
Entre as imensas conversas cruzadas, ficava a dúvida de uma hipotética actuação dos Motornoise na primeira parte, tal como acontecera no dia anterior no Hard Club em Gaia (hipótese que nunca cheguei a confirmar).
Só depois me reavivaram a memória de que essa banda se tratava do recente projecto do Frágil, famigerado vocalista da extinta (ou nem por isso) banda do Porto, os Renegados de Boliqueime.
Como a “preparação” para o concerto ainda foi longa, apenas entrei no Paradise Garage pelas 21h10, onde Wattie já “atacava” em plena forma todos os presentes.
Depreendi que os Motornoise não tinham actuado, mas sem certezas.
Com uma formação algo jovem, Wattie desfilou os míticos temas dos TheExploited, com uma frescura inequívoca, já sentida nos últimos trabalhos da banda.
A atitude do vocalista é como o algodão, não engana…
A imagem sempre desafiante de Wattie, com os olhos bem abertos, como quem exclama “Quantos é que são? Quantos é que são?” é o ex-líbris da banda.
exploited
Nem parece que os The Exploited comemoram 25 anos de existência, tal a agilidade em palco do quarentão Wattie e a correspondência do público em resposta aos temas, que se seguiam uns aos outros, sem descanso, apenas cortados com pequenas frases do bem-disposto vocalista.
O hino “Punk’s not dead” foi ouvido, com um speed estonteante, sem nunca “estragar” a essência do tema.
A velocidade/peso dos temas e o “suporte” dado pelo excelente baterista, resultava numa desenfreada agitação, originando o consequente pogo, mosh e slam.
O speed era tanto, que no meio do tema “Beat The Bastards” Wattie engana-se a entrar com o início do tema, quando deveria cantar o refrão.
Este pequeno lapso levou o vocalista a levar a mão à cara, como quem diz “como é possível...”
Mas Wattie estava perdoado, a entrega e o power apresentados pela banda, deixaram todos satisfeitos.
Os temas iam-se sucedendo, desde os mais antigos como “Daily News”, “Dead Cities”ou “I believe in anarchy”, aos mais recentes “Fuck The System”, “Holiday In The Sun” ou “Noize Annoys”(excelente tema que inicialmente era o proposto para o nome do último disco, que veio a ser designado como “Fuck The System”, outro dos temas).
Até tocaram o tema “Was It Me” do último álbum, que eu gosto imenso, embora fuja um pouco ao padrão Exploited.
Uma hora e quarenta de explosão (sonora) total, ao som de uma das bandas mais irreverentes de sempre, graças ao insistente Wattie que recusa determinantemente que “o Punk morreu”...
A alegria na cara do vocalista era indisfarçável, sorrindo para os outros membros da banda, perante a plateia a cantar todos os temas (sem excepção), que levou Wattie a agradecer várias vezes ao público e a dirigir algumas simpáticas palavras, entre os temas.
Um final apoteótico, como não poderia deixar de ser, com a banda a convidar um elemento do público (que se transformou em 4 ou 5), a cantar no palco o eterno “Sex & Violence” em uníssono, com todos os presentes da sala.
Ainda houve tempo para dois encores, para rejúbilo dos punks portugueses.
A sala apesar de cheia não esgotou (segundo me disseram), mas a ideia era essa, imensa gente respondeu à “chamada”, dando a imagem de completa, apesar do óbvio e volátil espaço criado pela agitação central .
Muitas caras conhecidas não quiseram faltar, como o obrigatório Ribas (quem se lembra dos velhos tempos, do Ribas na Feira da Ladra com o seu blusão de cabedal com o logotipo dos Exploited?) e até o Manolo, que eu já não via há largos anos.
O meu amigo Pedro bem me dizia “tenho que ir ver estes gajos outra vez”.
E vai mesmo, pelas contas que faz em ir ao Festival Wasted (ver post sobre o festival), em Inglaterra.
Depois, toda a gente rumou ao Boca do Inferno, no Bairro alto, onde se trocou imensas impressões sobre o espectáculo.
Uma ideia era unânime, o concerto agradou a toda a gente!
Engraçado, foi uma ideia geral, para uma banda que originou várias polémicas, com opiniões bem divididas, facto curioso.
Ainda se falou de não terem tocado alguns temas obrigatórios (como o “Exploited Barmy Army”,”Jesus Is Dead”, entre outros), mas quando todos são míticos, alguns têm de ficar de fora...
Troquei uma palavras com uns punks de Viseu, que me disseram que o concerto no Hard Club foi mais curto.
Aliás, várias foram as pessoas que tinham viajado do Porto para Lisboa, para assistir ao segundo concerto, sinal bem marcante da legião de fãs que a banda tem cá em Portugal (e provavelmente no mundo inteiro, esta digressão já tem um ano e meio).
E reconfirmaram-me que o Billy News é realmente visto além fronteiras (o que agrada sempre saber).
A certeza de querer ver outro concerto brevemente, não engana!
O meu corpo e a minha garganta provam que não estou errado, ver um concerto dos The Exploited é o mesmo que levar uma tareia... das grandes!!!
Esperemos que não demorem tanto tempo a voltar a Portugal, a malta agradece.
Punk’s not dead, mesmo!
Bem partido, todo moído, mas feliz...
A propósito de o Billy News ser visto em vários países, fica aqui um recado para a Xana que está na Alemanha e tenta contactar o Ribas:
ResponderEliminarSe quiseres envia para billy-news@sapo.pt um mail com o teu endereço, que eu faço-o chegar ao Ribas, ok?
E vivam os The Exploited!!!
deve ter sido muita bom so que nao deu para ir
ResponderEliminarboa descrição tb gostei.
ResponderEliminarEXPLOITED SEMPRE
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