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segunda-feira, abril 25, 2005

Ritz ainda fechado

Pois é, o Ritz Club fechou há cerca de 5 anos, para obras de remodelação e até agora... nada.

De momento, o espaço lisboeta apenas serve para sala de ensaios de algumas bandas.

Para veres mais pormenores sobre esta notícia, clica em "comments" e lê uma reportagem feita pelo jornal Diário de Notícias.

1 comentário:

  1. Reportagem de João Pedro Oliveira / Diário de Noticias



    Edifício classificado fechou há cinco anos para obras que nunca foram concluídas. in DN


    Nos anos do Estado Novo, foi um dos mais concorridos cabarés da boémia lisboeta.

    Pista de dança ao centro, restaurante, umas galerias em redor e um barbeiro.

    A revolução marcou o espaço e a vocação mudou. Depois de 1974, fez-se palco obrigatório em qualquer currículo de gerações de músicos e lugar de culto dos ritmos africanos na noite da cidade.

    O tempo trouxe a ruína das paredes que foram já classificadas de imóvel de interesse municipal e a porta fechou-se em nome da segurança.

    Foi há cinco anos.

    As obras patrocinadas pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) ficaram a meio e o Ritz Clube não voltou a abrir ao público.

    Numa carta endereçada ao executivo da capital, dezenas de artistas e outras personalidades pedem agora uma intervenção urgente que regaste o lendário espaço ao esquecimento.

    "Paradas já há cinco anos, assim ficaram estas meias obras, como que caídas no esquecimento de alguma gaveta.

    Como cinco anos são uma mão-cheia, as saudades desta sala são muitas e por ali passaram e se fizeram as carreiras de tantos, pedimos que a recuperação seja segura, urgente e rápida, para que nós e Lisboa voltemos à alegria de conviver juntos".

    Nestas duas frases se esgota o texto redigido por Vitorino - o músico que juntamente com a actriz Maria do Céu Guerra e o encenador Hélder Costa, gerem o espaço - e que conta já cerca de 60 assinaturas.

    Ao DN, Vitorino explica que "as obras recuperaram a fachada e o telhado, mas foram interrompidas a meio.

    Lá dentro, continua a ruína".

    Por estes dias, "serve apenas de sala de ensaio para algumas bandas" - o Quinteto Tati e os Ena Pá 2000, entre outros - "para que não fique no completo abandono".

    E para chegar até aqui, adianta, "tem sido uma luta difícil.

    Primeiro pedimos ao proprietário do edifício, que se recusou a fazer qualquer obra e ainda se lembrou de nos colocar uma acção de despejo por, supostamente, não trabalharmos.

    Depois recorremos à Câmara, porque este é um imóvel classificado".

    E a resposta até foi a melhor. "O executivo de João Soares fez o projecto e , através da Junta de Freguesia [de São José], foi fazendo pequenas obras, de forma faseada, e o prédio lá se foi salvando.

    Por serem pequenas intervenções, nem foi necessário concurso público.

    Mudou a Câmara, parou tudo", lamenta. Pelo caminho, ficam "seis pedidos de audiência a Santana Lopes que ficaram sempre sem resposta".

    Agora, "não nos resta senão lançar este grito de alerta".

    Contactado pelo DN, o gabinete da vereadora da Cultura da CML explica que "não há registo de qualquer protocolo ou compromisso assumido pela Câmara para realizar intervenções no Ritz Clube".

    De acordo com a mesma fonte, porém, "não se descarta, como é evidente, a hipótese de colaborarmos na recuperação do edifício, embora não haja neste momento qualquer projecto nesse sentido".

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