"Punk - o pontapé que abriu portas" ('Publica' 26 março)

Como já tinha feito referência, hoje saiu na revista Pública (suplemento do jornal Público) um reportagem dedicada ao fenómeno punk, com 20 páginas sobre o impacto no movimento nacional e o que aconteceu na altura a nível internacional...




"Punk não é uma roupa, não é uma música, é uma atitude..."

Passe a publicidade ao dito jornal, merece bem a pena lê-lo, apesar de um ou outro ponto em que quanto a mim poder-se-à discordar da abordagem ou da imagem transmitida...

Aliás, o próprio tema é sempre susceptível de se obter diferentes opiniões e esta citação abaixo (retirada da reportagem) é um belo exemplo disso...

"... o punk não é um conceito-é um estado de espírito; o punk não é para definir-é para fazer..."

Mas este especial inicia-se com o momento em que o Punk chega a Portugal, com excertos de entrevistas feitas a pessoas que viveram esse momento e recheadas de histórias verdadeiramente caricatas...

"«podemos tocar depois [da actuação dos FAÍSCAS], no final?» Fomos buscar os intrumentos de Táxi e voltámos... tocámos 4 músicas em 6 minutos, ninguém percebeu nada"- Zé Pedro sobre a primeira actuação dos Xutos & Pontapés...

Várias citações com relevância surgem como as de Pedro Ayres Magalhães (na altura dos Faíscas, agora nos Madredeus), António Sérgio (que com a edição do seu disco pirata 'Punk Rock 77" viu metade das cópias serem apreendidas pela PJ e valeu-lhe um despedimento para além de um caso em Tribunal), José Serra (dos míticos Aqui D'El Rock, a primeira banda punk a editar temas e a ter um vídeo-clip, que em outubro de 2005 voltou a tocar "Há que violentar o sistema" com os Clockwork Boys e com um novo projecto em vista, "Há Alma") e muitos mais depoimentos relativos a esta época e à influência que se sente nos dias de hoje...


Quanto à parte internacional, foca-se obviamente Londres, o recente DVD editado de Don Letts (que acompanhou bem de perto a explosão punk), o sentimento que era transmitido pelas letras dos temas dos Sex Pistols, a influência dos americanos no movimento (Iggy Pop incluido)...

"... não é possível inventar o punk, simplesmente encontra-se quando as pessoas finalmente se levantam e dizem 'não estou à venda'..."

Há ainda espaço para referências ao momento actual vivido na 'capital do punk' e às concentrações de punks e eventos, especialmente em Camden...

Resumindo, aconselha-se a leitura e especialmente por que não é todos os dias que se fazem referências ao Punk em Portugal na nossa imprensa (e deste modo, com 20 páginas dedicadas ao fenómeno).