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segunda-feira, abril 10, 2006

Festival Copyriot

Depois do arranque com os Fóruns Libertália 23 e Digital Linux Networking, no Espaço Musas, o festival Copyriot – Gente sem Patente aproxima-se dos seus momentos mais agitados.

Pretende-se desmistificar a ideia de que só o copyright defende os interesses dos criadores, quer discutindo quais os interesses que verdadeiramente defende, quer demonstrando que existem alternativas de várias espécies.


Podem ler mais pormenores deste evento, clicando em "Comments" já abaixo...

2 comentários:

  1. Como poderão ver no programa, o festival terá muitas conversas sobre vários dos campos onde a questão do copyright se coloca, mas haverá também, e sobretudo, obras e momentos artísticos que permitam que se testemunhe que há pessoas que, como poderão ver no Manifesto, acreditam que cada nova descoberta, cada nova criação, carrega consigo todo um passado sócio-cultural não patenteado, legado por gerações e gerações de pessoas; artistas, criadores e distribuidores que defendem que cada nova ideia, cada nova obra, devem ser disponibilizadas à entidade que as permitiu: a sociedade.


    Manifesto


    Programa (moradas dos espaços em baixo)

    18-03-2006
    > Espaço Musas
    15h00 - Fórum Libertália 23

    01-04-2006
    > Espaço Musas
    15h00 - Fórum Digital Linux Networking

    19-04-2006
    > Terra Viva
    22h00 – Festa da Apostasia

    20-04-2006
    > Senhorio
    22h00 - Abertura das exposições de ilustração e desenho de residentes e amigos do Senhorio 23h00 - Lançamento da revista Mister

    21-04-2006
    > Faculdade de Belas Artes da Univ do Porto
    16h30 - Conversa sobre Copyright e Música com a presença do professor Heitor Alvelos 19h00 - Workshop de partilha de ficheiros 20h00 - Churrasco (vegetarianos devem trazer comida própria) Concerto Trashbaile Concerto Cabaret Fortuna

    > Passos Manuel
    02h00 - VEC Electronic Live Set (consumo - 5 euros)

    > Casaviva 167
    01h00 – DJ Miserables

    22-04-2006
    > Casaviva 167
    14h00 – Abertura
    Vídeo – Porto 2001 – Cultura do Capital
    Exposição de pintura de Rui Ricardo
    Exposição de pintura 3D de Manuel Horta
    Exposição Colectiva de Fotografia
    15h00 - Conversa– Centro de Média Independente
    17h00 - Conversas – Metareciclagem e Linux Server Transfer Protocol

    > Maus Hábitos
    22h00 - Abertura da banca A Mula (entrada a pagar)
    23h00 - Lançamento do Fanzine Cospe Aqui (entrada a pagar)

    > Casaviva 167
    23h00 – Vídeo – OSU 1 e OSU 2
    24h00 – Concerto (Jorginho e Sizigi
    02h00 - Concerto Ana

    23-04-2006
    > Casaviva 167
    14h00 - Abertura
    15h00 - Conversa sobre Gnu/ Linux
    17h00 - Conversa sobre patenteação da Vida

    > Senhorio
    21h00 - Abertura
    21h30 - Conversa sobre Fanzines

    24-04-2006
    > Senhorio
    21h00 - Abertura

    > Artes Múltiplas
    24h00 - Concerto Acid da Semana (entrada a pagar)

    > Casaviva 167
    24h00 – Vídeo – Linhas Paralelas
    01h00 – Vídeo – Inutilidades Domésticas
    02h00 - DJ Kim

    25-04-2006
    > Casaviva167
    15h00 – Vídeo – Memória Subversiva
    Vídeos e conversa sobre Sociedades Secretas

    > Passos Manuel
    22h00 - Concerto e gravação de CD de Senhor Doutor (entrada a pagar)

    28-04-2006
    > Ginásio Clube de Corroios
    Circus of Horror (Organizado pela Associação Ekxtaktika -
    http://www.myspace.com/ekxtaktika)
    21:30 - Intro do espectáculo, com a actuação de DJ Bosnia(residente), com vídeo-projecção de conteúdos temáticos 22:00 - Concerto Not Without a Fighting (Hardcore de Seixal) 22:45 - DJ e vídeo projecção 23:00 - Actuação da banda Veinless (Trash Metal de Almada) 23:45 - Intervalo (música de fundo e destaque à feira alternativa de artesanato/merchadising/tattoos e piercings) 00:05 - Actuação dos Teatrum (Industrial melódico de Seixal), com vídeo projecção de imagens feitas pela banda; 00:50 - Animação Circense com fogo, da responsabilidade da Companhia Algarvia "Safron Fire", ao som tribal/industrial de DJ Wega e video-projecção; 01:15 - Actuação da última banda (ainda por decidir) com uma pequena surpresa da organização. Além do concerto, Dj´s, de circo e da mini-feira, vai haver bancada com shots e com pequenas refeições rápidas vegetarianas.

    > Zaragata
    Conteúdo e horários a definir

    29-04-2006
    > Zaragata
    Conteúdo e horários a definir

    30-04-2006
    > Zaragata
    Conteúdo e horários a definir

    01-05-2006
    > Zaragata
    Conteúdo e horários a definir


    Moradas dos Espaços
    Espaço Musas - Rua do Bonjardim, 998 - Porto
    Terra Viva - Rua dos Caldeireiros, 213 - Porto
    Senhorio - Rua Duque de Loulé, 239 - Porto
    Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto - Avenida Rodrigues de Freitas, 265 Passos Manuel - Rua Passos Manuel, 137 - Porto Casaviva 167 - Praça do Marquês, 167 - Porto Maus Hábitos - Rua Passos Manuel, 178 - 4º - Porto Artes Múltiplas - Avenida Rodrigues de Freitas, 387 - Porto Ginásio Clube de Corroios - Rua do Ginásio Clube de Corroios, 8 - Corroios Zaragata - Estrada da Graça, 190 - Setúbal

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  2. POR FAVOR DIFUNDIR!!!


    NOVO SITE CONTRA O MONOPOLIO DA CULTURA


    EM QUANTO A S.P.A(SOC.PORT. AUTORES) LEVANTA UMA CRUZADA CONTRA A LIBERDADE , AQUI SE LUTA POR ELA!!!



    http://copyriot.azine.org






    Copyriot - manifesto

    Em defesa do conhecimento
    e da cultura para todos


    No mundo de hoje, regido pela febre do consumo e pelo dinheiro, a espiritualidade do ser humano, a sua criatividade, o conhecimento acumulado ao longo de milhares de anos, o rico mosaico de culturas que conforma a espécie, estão seriamente ameaçados.

    Seria de estranhar que algo de tão importante escapasse à protecção das leis.

    E, de facto, não escapa.

    Mas os interesses económicos das multinacionais adulteraram todo o sentido destes conceitos.

    O que deveria servir a criação transformou-se em protecção ao investimento, impedindo inclusivamente o exercício efectivo dos direitos mais elementares do homem, tais como o direito à vida, ao conhecimento, à sua identidade, ao seu direito a participar activamente na vida espiritual da sociedade.

    Actualmente, o regime de direito de autor não satisfaz as necessidades da sociedade nem está de acordo com as possibilidades que o desenvolvimento tecnológico coloca nas suas mãos.

    Este sistema transformou-se em legitimador da submissão da cultura às leis do mercado, favorecendo a dominação económica e cultural dos povos.

    O direito de autor como direito humano deve ter implícito o equilíbrio entre o direito do autor à sua obra e o direito da sociedade a ter acesso a ela.

    Este equilíbrio foi quebrado, não a favor dos autores nem da sociedade, mas a favor dos que exercem os direitos em nome dos autores, ou seja, os cada vez maiores monopólios da indústria editorial, informática, biotecnológica e do entretenimento.

    O exercício dos monopópios exclusivos que a legislação de propriedade intelectual outorga entra frequentemente em contradição com o exercício de direitos humanos tão importantes como o direito à saúde, à vida, ao conhecimento e à educação.

    E são sempre estes que saem a perder.

    Por detrás de uma aparente defesa dos direitos dos autores, os interesses empresariais juntam criadores, governos e sociedade em geral ao reforço das legislações de propriedade intelectual e à sua hegemonização internacional, tomando como referente as propostas dos países mais desenvolvidos, apoiados por muitos organismos internacionais.

    Desta forma, a cultura, o intercâmbio de conhecimentos e o desenvolvimento vêem-se seriamente danificados.

    A inclusão de normas de propriedade intelectual nos acordos da OMC e nos tratados de comércio livre não é mais do que o fechar do círculo, ameaçando seriamente a soberania e a diversidade cultural dos povos.

    Ao obrigar os Estados a adoptarem conceitos de direitos de autor muito restritos ao impedi-los de exercer políticas culturais de protecção efectiva, os monopólios garantem um comércio de produtos e serviços culturais desigual e afoga-se o desenvolvimento das expressões culturais locais.

    Por outro lado, o estudo dos processos criativos em todo o mundo demonstra a falta de universalidade de muitos dos conceitos e instituições criados pelo direito de autor para a protecção da criação, ao não reconhecer, entre outros aspectos, as formas colectivas de criação e apropriação dos povos originários, ou a necessidade de outras formas de regulação que não a dos monopólios exclusivos de exploração dos resultados criativos.

    O sistema vigente, ao ser aplicado a realidades e momentos tão diferentes, apenas tornou possível (e até motivou) as utilizações ilegítimas e o saque do património colectivo.

    A criação não se defende impedindo a sua difusão. Normas mais rígidas não trarão mais criatividade.

    Para proteger a criação tem que se garantir os seus espaços, estimulá-la, incentivá-la, tenha ou não êxito comercial, apenas em virtude da sua condição de expressão da espiritualidade do ser humano, de cada um deles na sua infinita diversidade.

    Há já muitos locais em que se notou a evidência das contradições assinaladas e onde se formam posições contrárias.

    Surgiu um número considerável de iniciativas que têm como objectivo o uso de modelos legais mais permissivos, que fomentam a solidariedade e a cooperação em vez de a proibir.

    Princípios como o GPL, o Copyleft, as iniciativas Creative Commons, abriram um caminho ao qual se juntaram associações de profissionais, intelectuais, criadores e programadores que começam a transformar, a pouco e pouco, o cenário internacional.

    Tendo em conta estes princípios, parece-nos importante:

    1.Construir, na teoria, um pensamento anti-hegemónico integrador em matéria de direitos culturais, artísticos, intelectuais, científicos e tecnológicos.

    2.Articular a resistência através da ligação entre pessoas, instituições, meios de difusão, organizações e redes sensíveis a estes problemas, que permitam desenvolver a capacidade mobilizadora necessária para dar resposta imediata, por todos os meios possíveis, às manobras do poder hegemónico tanto a nível nacional como internacional.

    3.Apoiar as alternativas em marcha no âmbito da cultura livre.

    4.Inventar propostas ou projectos viáveis que tenham como objectivo principal o fomento de relações culturais e fluxos de conhecimentos entre pessoas, que estimulem a criatividade da sociedade como via para o enriquecimento do património cultural, educativo e espiritual dos povos, ao mesmo tempo que favorecem o acesso de todos aos resultados que se alcancem.


    É por estas e por muitas outras razões que achamos indispensável o debate e a criação de alternativas reais que, de alguma forma, protejam quem cria e que lhe permitam decidir livremente qual o rumo e quais os moldes em que pretende divulgar e fazer conhecer a sua obra.

    Em suma, é necessária a criação de alternativas que defendam realmente as obras e os direitos de quem as cria, e não apenas de quem cria riquezas à custa da exploração da obra e da submissão do(s) criador(es).

    Porque quem realmente é o nosso inimigo não é o pessoal que gosta, copia, divulga, mostra, troca, empresta, apoia, o que se faz, mas antes quem nos impede de mostrarmos o que fazemos e que reprime quem o faz.

    Por tudo isto, não queremos passar sem deixar bem claro que somos defensores da diversidade cultural.

    Somos pessoas, artistas, criadores e distribuidores que, a partir de modelos alternativos, criticam as cadeias tradicionais de produção e distribuição das multinacionais.

    Lutamos pela salvaguarda das expressões culturais dos povos, defendemos culturas e formas de expressão em perigo real de serem absorvidas pela cultura hegemónica, acreditamos no chamado património cultural imaterial, nas formas de criação e apropriação culturais colectivas, como os conhecimentos tradicionais.

    Somos também artistas que levam a cabo ou apoiam uma alteração nas formas de criar.

    Pessoas que clamam por um maior acesso à informação e ao conhecimento, em defesa dos interesses sociais, criticando aspectos como o secretismo, a competitividade e o facto de as necessidades de mercado se sobreporem às verdadeiras necessidades da sociedade, o que acaba por resultar na imposição de uma pseudo-cultura enlatada que é utilizada como meio de dominação.

    Queremos que o direito de autor seja reconhecido dentro dos direitos culturais nas suas duas vertentes: como direito outorgado ao criador e como direito de acesso da sociedade aos resultados e aos processos criativos.

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