Conseguem imaginar uma noite EXCELENTE, onde todas as bandas deram um GRANDE concerto, com casa cheia, ambiente ESPECTACULAR, com boa qualidade de som, música fixe, pessoal sempre em festa, onde tudo corre bem, sem nenhum inconveniente?
Pois foi isso mesmo que aconteceu no passado dia 21 de abril no Lótus...
Os italianos visitavam o nosso país pela primeira vez, em promoção do último disco desta mítica banda, com o título homónimo (gravado em 2005).
Essa era a ‘chamada’ para tanta gente comparecer no bar de Cascais, para além de se comprovar o bom momento das bandas portuguesas intervenientes nesta magnífica noite...
Depois de um ‘aquecimento sonoro’ servido pelo responsável da selecção de temas (este vosso anfitrião), regado com alguns temas facilmente reconhecíveis (leiam-se clássicos) a par de algumas músicas algo identificativas com os fãs dos Decreto 77 (digo eu), eis que a banda de Almada sobe ao palco...
Os Decreto 77 estavam inspiradíssimos e notava-se claramente o prazer de participarem nesta noite, especialmente comemorativa do punk rock em solo nacional...
O carismático vocalista João transmitia bastante energia e agitação, para além de uma segurança e simpatia própria de quem sabe animar um público destes...
Os temas desfilavam, com pequenas apresentações e dedicatórias (é sempre fixe ouvir uma curta explicação, sem cair no tempo exagerado para arrancar com o tema, certo?), onde se ouviam sonoros aplausos...
A energia em palco desta banda era cúmplice das imensas actuações que têm dado nos últimos meses, sentia-se no ar um grande ‘à vontade’, tantos dos músicos em presença física, como da interpretação dos temas...
Ouvia-se com prazer tema após tema, mas os cantado em português tem mais ‘feeling’, em minha opinião, sejam mais sérios na temática... ou não...
Os Decreto 77 terminam a sua actuação, ovacionados pelos presentes, mas infelizmente não respondem ao apelo de voltarem para o palco (a noite tinha de avançar e a banda seguinte já se preparava).
Volto com mais uma sequência de temas, para um ambiente bem quente, claramente agradado com a prestação da banda que acabou se actuar, mas sedosos de uma boa cerveja, para aguardar a banda seguinte...
Passei algumas surpresas (como “Jorge Bruto” dos Censurados ao vivo no RRV) e várias vezes se ouviam os refrões dos temas gritados desde a porta do bar até ao palco...
Foi com um enorme prazer que ouvi em alto e bom som o pessoal presente a cantar “...siiiiiistema, porque não mudas...” , o mítico tema dos Kú De Judas, era o claro sinal que estava tudo em sontonia, estávamos ali para ouvir punk rock e o resto não interessa...
Passei ainda o excelente tema “Future” dos Albert Fish, para abrir o apetite ao que viria a seguir...
Não passou muito tempo para que a banda se preparásse para iniciar aquela que iria ser uma grande actuação...
Os Albert Fish arrancam com o pé no acelerador, para nunca mais o tirarem...
Haviam muita gente presente que claramente acompanhava o trajecto da banda...
“Alone” traz uma grande fúria e coloca toda a gente em agitação...
“Sindelar” é um tema que apela aos coros e coloca todos de braços no ar...
Houve ainda tempo para alguns temas novos, que foram bem recebidos, não fugiam muito da linha do que já estamos (bem) habituados a ouvir, pelo menos à primeira audição...
“Future” é o meu tema de eleição, tem um excelente ritmo, a letra é soberba e compara-se facilmente ao que de melhor se faz a nível internacional (punk rock, portanto).
Os Albert Fish despedem-se com o clássico “Autista” (dos Crise Total), dedicando-o ao pessoal mais velhinho presente (nem sei bem a quem se referiam... eh eh eh...), numa versão mais speedada, sem perder o balanço do tema original.
Voltam ainda para mais um tema final e terminam com o público extremamente agradado (e suado).
Continuo sem perceber o porquê desta banda não ir mais longe...
Um dos músicos referencia-me que estão neste momento dedicados à gravação de uma demo com os tais temas novos, em jeito de teste para a gravação de um novo disco, com lançamento previsto ainda para este ano (ainda sem data definida, portanto).
Regressa a banda-sonora da noite...
Incluo alguns temas de Klasse Kriminale, bem como de algumas bandas italianas, em jeito de preparação ambiental, qual inspiração metafísica... mas em versão punk e a um nível decibélico bem alto (o técnico de som bem me pedia, “mete um bocadinho mais baixo, nem consigo ouvir o som” dos intrumentos de palco, entenda-se).
O balcão do bar era um corropio, o pessoal do Lótus mal dava conta do recado...
E passada pouco mais de meia-hora, eis que entram os Klasse Kriminale em palco!
Foi uma autêntica explosão, começam logo aos saltos, o vocalista Marco pede agitação e tudo dispara...
A postura da banda faz lembrar uns Clash da fase inicial (especialmente com movimentadas ‘passadas’ do guitarrista a fazer lembrar Mick Jones) e sonoramente também há uma aproximação.
Os temas clássicos dos Klasse eram cantados em plenos pulmões e a agitada movimentação na frente do palco não deixava desmentir... estávamos presentes naquela que iria ser uma noite memorável!
“I ragazzi sono innocenti” é sem dúvida um grande tema, mas o público que parecia conhecer todo o reportório (especialmente demonstrado nas várias vezes que Marco passava o microfone para o pessoal) dava o tudo-por-tudo, saltando, gritando, instalando o verdadeiro sentido do ‘pogo’ na sala...
Os temas do último trabalho estavam na ’ponta da língua’, com especial destaque para “Loro”, tema bravio com uma intromissão de “Police & Thieves” pelo meio (o tal espectro The Clash, que chegaram a fazer o mesmo, de incluir este excerto – ver comentário a este post com a review do amigo Reggaebofe).
“Anarchia Liberta!” levava tudo ao rubro, numa amálgama de pessooal junto ao vocalista avcantar...
Marco é sem dúvida um excelente performer, ele grita, pede agitação, incita todos para palmas, salta para o meio do público e vagueia no espaço à frente do palco, canta em jeito de agitador, uma actuação em cheio, acreditem...
Tudo acaba em apoteose, com manifesto agrado do público, aclamando a banda sonoramente...
Há um regresso ‘obrigatório’ após uma pausa de dois minutos e... volta tudo outra vez!!!
Saltos, empurrões (sempre de agitação plausível, sem cair na estupidez), gritos, braços no ar, enfim, parecia que tinha começado tudo outra vez.
Os Klasse Kriminale bem sorriam uns para os outros...
O final decisivo aparece e Marco está super-contente, agradado com uma recepção destas... obviamente.
A banda italiana mostrou a sua KLASSE!!!
Fazem-me sinal que não há novo regresso da banda e coloco no som um tema em jeito de confirmação... “viva Klasse Kriminale” ecoava com o pessoal em coros...
Mas era tempo de arrancar para o resto da noite... era tempo de ouvir a "Billy session"...
Mais uma invasão ao bar e desfilam variados temas numa fase de punk mais directo e rasgado...
Pouco depois Marco aproxima-se de mim e referencia-me que gostaram bastante do ambiente em Portugal...
Tinham que seguir para Madrid para outra actuação em menos de 24 horas, mas prometeu voltar ao nosso país com os Klasse Kriminale, “sabem os nossos contactos, ficámos cheios de vontade de vir... público estupendo...”
Extremamente simpático o vocalista de 43 anos, que deixou todos satisfeitos com esta ‘visita’...
A banca montada do imenso merchandising dos Klasse Kriminale (que incluía CD’s, vinil, posters, t-shirt’s, cachecóis, fanzines, pin’s e muito mais) era ‘lentamente’ desmontada, pois o pessoal fazia questão de tirar (as tão frequentes actualmente) fotos com membros da banda...
E a música não parava, tema após tema que se ouvia faziam questão de continuar a festa, com pessoal (ainda) aos saltos e cheios de energia...
As canecas de cerveja eram ‘raínhas’ e muitos cantavam os temas que iam passando de respectivo líquido etílico erguido bem alto...
Eram 4h15 e fazem-me sinal para acabar dentro de 5 minutos... pois é, ia interromper a festa de muita gente, mas é mesmo assim...
Acabo com “Gnoma” dos Mão Morta, excelente tema mas digamos que calminho para tanta agitação...
“epá, mete uma cena mais a abrir” pediam-me... mas não se podia, era o tema final.
E assim terminava uma noite memorável... Adolfo L. Canibal ‘pedia’ no tema que se fazia ouvir nas colunas “tem calma irmão...” e era bem ao jeito de o pessoal pensar em ir para casa com alguma precaução, especialmente na estrada.
Foi sem dúvida uma noite que ficará na ‘retina’ do pessoal por muito tempo...
Os bons momentos não se esquecem...
Aguardemos que apareçam mais noites assim (a malta agradece).
Mais uma vez, menciono que estão todos de parabéns, as bandas (sem excepção), a organização (Anticorpos e Spear), o pessoal do Lótus (impecável no profissionalismo), o técnico de som das bandas... e também o ‘gajo que mete’ som ambiente.
Correu tudo sem qualquer incidente, foi uma festarola rija à moda antiga...
E como disse o meu amigo Reggaebofe... a cer(v)eja no topo do bolo foi mesmo a diversão e o convívio que se presenciou naquela sala de Cascais.
Venham mais assim!!!
Ficam aqui os links relacionados com o evento...
http://decreto77.ideias.org/main.html
http://myspace.com/albertfish77
http://www.klassekriminale.com/
http://www.myspace.com/primaklassekriminale
http://anticorpos.com.sapo.pt/
http://www.spearproductions.blogspot.com/
http://www.billy-news.blogspot.com/
A propósito, dia 6 de maio há a UNDER PUNK PARTY 8 no Lótus, portanto há mais um motivo para ouvir bom som...
Marquem na vossa agenda...
Podem encontrar esta review no “Reggaebofe”
ResponderEliminarhttp://www.fotolog.com/54_46reggaebofe/
«Uma noite memorável, a de ontem.
Aconteceu o concerto de Klasse Kriminale, bombástico.
Primeiro tocaram os DECRETO 77, uma banda que eu já tinha tido a oportunidade de ver ao vivo e não gostei muito.
Mas desta vez até que me surpreenderam pela positiva com o seu punk enérgico.
A seguir subiram ao palco os ALBERT FISH, que mostraram algumas das suas novas faixas, a sair no próximo álbum.
Actuação vibrante que fez muitos dos presentes chegarem à frente e entoarem os cânticos em uníssono.
Força aí, AF!
Estava feito o aquecimento para os jurássicos do Street-Punk italiano, os KLASSE KRIMINALE.
Estes senhores chegaram, actuaram e venceram.
Foi absolutamente avassaladora a presença destes pesos-pesados em palco.
Todas músicas foram como dinamite na audiência, levando o pessoal a agitar-se entre pogo, saltos, cantorias e mais cervejame a girar.
Um dos pontos altos, para mim, foi a LORO, uma música em que é tocada uma parte da "Police and Thieves" de JUNIOR MURVIN (popularizada nos meandros punk pelos The Clash, que também fizeram uma cover.)
E eis senão que o grande amigo Pedrouços sobe ao palco para entoar, conjuntamente com o caricato vocalista, o refrão reggae da "Police and Thieves".
Muito bom mesmo, a cer(v)eja no topo do bolo.
Claro que nos entretantos o som ambiente era-nos proporcionado pelo sempre eficaz e surpreendente DJ BILLY nos pratos, com a sua paleta de clássicos do punk-rock a aquecer ainda mais o ambiente.
Um bem haja também para ele.
Esta noite vai ficar na cabeça de muita gente.
Quando é a próxima?»
As fotos de Albert Fish até existem, mas a pedido da banda não foram públicadas.
ResponderEliminarAbraço,
Hugo Miguel Caldeira
PunkPT.com
n consegui ir mas ja vi q foi fixe
ResponderEliminarperdi mas ja vi q foi fixe
ResponderEliminarCertíssimo, amigo Hugo, está explicado então (embora, obviamente não fosse necessário nenhuma justificação).
ResponderEliminarAté breve!