...os Xutos deram um excelente concerto no sábado passado, dia 10 de março no Music Box, a sala lisboeta que tem recebido imensas actuações recentemente...
...esta foi uma apresentação mais intimista dos Xutos, que comemoram este ano o seu 28º aniversário...
...a lotação atingiu apenas as 100 pessoas, limite imposto pela própria organização...
...com um alinhamento mais ‘alternativo’, apresentaram músicas de todos os seus álbuns...
...houve mesmo momentos com invasão de palco, com o pessoal a cantar os temas... não me lembro de ver isto há muito, muito tempo (com os Xutos)...
...‘estreiam’ «É Tão Fácil»... e a versão de «Diz Que É Uma Espécie de Magazine» do genérico do mediático programa Gato Fedorento...
Podem ler a review na íntegra, clicando em “Comments” já abaixo...
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ResponderEliminarXutos & Pontapés no Music Box
Os Xutos deram um excelente concerto no sábado passado, dia 10 de março no Music Box, a sala lisboeta que tem recebido imensas actuações recentemente, situada no Cais do Sodré (ex-Texas Bar).
Este espaço orientado sob a ‘batuta’ de Alexande Cortez (Alex, de Rádio Macau) pretende reavivar um espírito algo perdido, da possibilidade de oferecer actuações constantes numa sala de Lisboa, numa atmosfera semelhante ao Johnny Guitar e mesmo próxima do saudoso Rock Rendez-Vous.
Esta foi uma apresentação mais intimista dos Xutos, que comemoram este ano o seu 28º aniversário e exclusivamente dedicada ao Clube X (o clube de fãs da banda rock portuguesa).
A lotação atingiu apenas as 100 pessoas, limite imposto (rigorosamente) pela própria organização, se bem que ainda houve um considerável número de pessoas que se dirigiram a esta sala, sem conseguirem o desejado acesso.
Um luxo, diga-se, ver esta banda que actua consecutivamente para milhares de pessoas (são disso exemplo as inúmeras datas recentes em espaços como os Coliseus, Pavilhão Atlântico, ‘Queimas as Fitas’ e festivais de verão) estar ali na nossa frente a tocar, num espaço onde nos podíamos movimentar à vontade e mesmo dirigir-nos ao bar sem qualquer confusão... repito, um luxo!
O concerto inicialmente marcado para as 23 horas, começou apenas 4 minutos mais tarde (excelente exemplo de respeito pelos próprios fãs).
Pormenor curioso, iniciam a prestação com três temas instrumentais...
Com um alinhamento mais ‘alternativo’ (escolhido com a ajuda do Clube X), não tocaram aqueles temas mais óbvios, optando por apresentar na mesma músicas de todos os seus álbuns...
“Viuvinha” de «1978/82», “Barcos Gregos” do «Cerco», “Sai p’ra rua” do «Circo de Feras» e “Andarilhos” do «88» são exemplo disso...
Obviamente que seria redutor não mencionar temas de trabalhos mais recentes, mas a opção seguiu a mesma linha.
Os Xutos estavam perante o seu público e Tim era um verdadeiro ‘mestre de cerimónias’, dirigindo-se ao pessoal sempre com um ‘estão a gostar?’, ou ‘o som está bom aí para vocês?’.
Kalú também estava extremamente comunicativo (como sempre).
O ecrã gigante no fundo da sala, nas ‘costas’ da banda apresentava variadas imagens da actuação em directo, o que dava um toque especial (tipo teledisco do concerto), para além de se poder vislumbrar pormenores que talvez não se conseguissem ver, devido à reduzida altura do palco do Music Box (e à natural concentração do público na frente).
A banda mostrava-se bastante satisfeita em palco, com a animação dos seus fãs mesmo ali a um metro, com rasgados sorrisos (até João Cabeleira, normalmente mais apático, sorria perante o rejúbilo do público com os seus solos).
Houve mesmo momentos com invasão de palco, com o pessoal a cantar os temas... não me lembro de ver isto há muito, muito tempo (com os Xutos).
Pelo meio da actuação, vários temas trazem-me à memória outros momentos (como «Esquadrão da Morte»).
Aliás, esse também é um dos efeitos que os Xutos ainda nos causam...
Lembrei-me por exemplo de uma vez na Golegã ter andado 12 km (duas vezes 6 km) só para ir comprar pilhas, porque tinha saído o «88» e a meio da primeira audição no meu ‘tijolo’, a energia foi-se e o pessoal ficou ‘em brasa’ para continuar a ouvir... daí a maratona.
Actualmente, não sei se o faria novamente... por qualquer banda... talvez sim.
Concerteza que muita gente sentiu o mesmo, ali no Music Box, metade do pessoal presente já tinha alguns cabelos brancos...
Outro dos efeitos claramente sentidos é exactamente da variedade de idades entre os seus fãs... vislumbra-se pai e filho bem perto do palco com o miúdo algo incomodado com a ‘barafunda’ (deveria ter uns 10 anos de idade).
Essa é mais uma inegável constatação...
A banda continuava segura, desfilando temas que eram aplaudidos de início ao fim...
Pelo meio, ‘estreiam’ a nova interpretação de «É Tão Fácil», um tema originalmente tocado em 1983/84, na altura das apresentações no Rock Rendez-Vous, mas que por alguma razão nunca foi gravado.
O tema está embebido num ritmo calmo mas balanceado, com algum cinzentismo a nível lírico (a fazer lembrar exactamente essa época dos Xutos, apesar do novo tratamento sonoro).
A banda acaba o último tema e anuncia que é apenas uma paragem breve, “não há cá encores, é mesmo para descansar 2 minutos, voltamos já”.
Os fãs respiram de alívio e é momento de ir ao bar, de uma forma extremamente calma e tranquila... isto num concerto dos Xutos, imagine-se.
Voltam ao palco e apresentam mais uma série de temas numa toada mais descontraída (digo eu, talvez de improviso?), com alguns imediatamente reconhecíveis (como «Dia de S. Receber» e «Pra Sempre»).
Animam ainda mais o ambiente com a versão de «Diz Que É Uma Espécie de Magazine» do genérico do mediático programa Gato Fedorento, tipicamente ao estilo dos Xutos, bem fiel à sonoridade da banda.
E termina a noite, com a banda visivelmente satisfeita e com a habitual troca de palavras entre os fãs.
Aliás, a banda de Tim, Zé Pedro, Kalú, João Cabeleira e Gui ofereceu aos seus seguidores um CD-single com os dois temas recentes («É Tão Fácil» e «Diz Que É Uma Espécie de Magazine»), que irão ser disponibilizados para venda online no início de Abril.
Foi sem dúvida uma experiência formidável observar a banda num ambiente diferente...
Relembro que há poucos meses foi colocado à venda um DVD-triplo dos Xutos intitulado "Ai a ***** da Minha Vida" com imagens que revisita a história a banda, desde o início da sua formação até à actualidade, uma excelente oportunidade de (re)ver imagens antigas da maior banda rock portuguesa, que nos primeiros tempos da sua formação se chegou a chamar de “Beijinhos & Parabéns”.
No início da década de 90, chegaram mesmo a actuar na FIL (no antigo espaço em Alcântara) com esse nome, sem mencionar o verdadeiro nome da banda.
Ainda bem que alteraram esse nome...
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ResponderEliminarPodem obter mais detalhes sobre o Clube X e inclusivamente receber informação diversa dos Xutos via mail, pedindo informações para...
Clubex@netcabo.pt
http://www.xutos.pt/clubex/
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