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quinta-feira, maio 31, 2007

Peste & Sida - San Payo em entrevista


Os Peste & Sida lançaram no passado dia 21 de maio o seu novíssimo álbum “Cai No Real”, mote para a festa/concerto que se vai realizar na próxima 6ª feira (dia 1 de junho) pelas 21 horas na S.M.U.P., onde a comemoração do lançamento é o principal motivo de reunião dos fãs...

O Billy News esteve à conversa com João San Payo (JSP),

baixista/vocalista de sempre da banda, que nos transmitiu o

espírito actual no seio dos Peste

& Sida, agora com o novo disco

na mão...

Aqui ficam as palavras do grande San Payo, numa curta mas incisiva entrevista...

BILLY- Finalmente o novo álbum vê a ‘luz do dia’, o

lançamento esteve anunciado

para final de 2006, início de 2007... o que motivou

esse atraso?

JSP- Destaco dois factores inalienáveis que contribuíram para que o “Cai no Real” não

tivesse chegado mais cedo às lojas: o facto de querermos editar um álbum de qualidade

inquestionável, que pudesse ser considerado o melhor álbum de sempre dos Peste & Sida e do

qual nos pudéssemos orgulhar (por isso mesmo) e o facto de

não termos liquidez financeira

para atingir esse objectivo com

facilidade e rapidamente.

Já diz o povo: “depressa e bem não há quem”. E quando decidimos subir a fasquia em

termos de resultado final (nós e

o Nuno Rafael, produtor) essa

máxima acabou por estabelecer a ordem dos trabalhos.

Sobretudo quando em termos

financeiros trabalhamos sobre a corda bamba, amealhando

cachets dos gigs para pagar

horas de estúdio, fábricas de cds, etc. o ritmo de trabalho

fica condicionado, infelizmente

de forma negativa.

Como se não bastasse tudo isto

ainda houve pelo meio pernas partidas, conciliação de

horários do Nuno Raf para

cumprir outros compromissos

que já tinha estabelecido, atrasos nas autorizações para

edição das adaptações do Revolução Rock, enfim…

O que conta é que estamos

realmente muito satisfeitos com o resultado final. As

músicas e as letras são boas, o álbum tem conteúdo, o som ficou excelente (obrigado Raf,

obrigado Sarrufo), a apresentação está impecável, com uma capa, um arranjo

gráfico, com fotos e ilustrações de primeira (obrigado Luís

Carlos, Sílvia, Jorge e Manel) e

era isso que nós queríamos com este álbum.

BILLY- “Cai No Real” tem o apoio duma rádio nacional (Antena 3), com várias referências

regulares ao trabalho, coisa rara na carreira dos Peste (já aconteceu exactamente o contrário, censurarem um álbum e a própria banda) e em geral com bandas do espectro punk... como conseguiram esse apoio?

JSP- Os tempos mudaram. Hoje em dia, a maioria das rádios já têm profissionais que sabem valorizar a produção nacional de forma imparcial. A Antena 3 é uma rádio exemplar nesse aspecto e tem desenvolvido ao longo dos anos vários projectos de apoio à música que por cá se faz (a quinta dos portugueses no seu formato de gigs ao vivo e em directo pelo país deixou

bastantes saudades e seria um formato bem vindo se fosse reintroduzido). Quem lá trabalha sabe avaliar a qualidade dos álbuns que as bandas portuguesas vão fazendo independentemente de serem deste ou daquela género musical.

BILLY- Na minha opinião

, o toque pessoal do Nuno Rafael fez muita diferença,

tanto a nível do som dos instrumentos, como das vozes que estão completamente

perceptíveis (mal se necessita do livro do CD com as letras dos temas). O facto de ele

próprio ter sido um Peste & Sida (especialmente em duas

vezes, recentemente) também

foi benéfico para sacar a ‘vossa’

sonoridade e fazer com que o disco resulte. Concordas?

JSP- Inteiramente. E é por isso

que decidimos contar com ele em palco para o espectáculo de

lançamento no dia 1 na Parede.

Ele conhece bem o nosso universo e envolve-se e

integra-se nele com toda a

naturalidade. Era bom contar com ele permanentemente mas

num próximo horizonte não vai

ser possível. Com muita pena nossa (e alguma dele,

atrevo-me a vaticinar!)

BILLY- O tema-título do disco é fortíssimo, bem como muitos

outros, mas há agradáveis

surpresas, como a “Canção de Lisboa” e “Acredita”... onde

foram arranjar as ideias para

tais temas?

JSP- É Peste! São «vipes»,

alguns mais pessoais e

intimistas, outros mais descontraídos e bem dispostos.

É a liberdade criativa que se

mantém,o privilégio de continuarmos a fazer o que

gostamos e da maneira como

gostamos.

BILLY- “Revolução Rock” foi o single avançado, um tema saltitante popularizado pelos

The Clash... a banda inglesa sempre foi uma das influências dos Peste, tal como já tinha

acontecido no “Sol Da Caparica” com Ramones...

certo?

JSP- Ramones é porreiro, é

power, é a rockar. Mas The Clash e Joe Strummer

acrescentam muito mais em termos de conteúdo. E

musicalmente também foram

pioneiros na vontade de

explorar vários ritmos e géneros musicais. Sem dúvida

que os The Clash são a grande

referência anglo-saxónica dos Peste & Sida e esta adaptação

do Revolution Rock é como que

o nosso tributo ao Joe

Strummer.




BILLY- A nível pessoal, qual o tema que mais gostas neste disco?

JSP- As faixas da minha preferência são o “Cai no Real”

e o “Bebe Vinho”. Mas os sons

de baixo estão trabalhados de

maneiras tão interessantes que não consigo deixar outras

faixas como o “Acredita” ou “Entregues aos bichos” em

segundo plano. E a “Cidade

Veneno”? e o “Ernesto”? e o

“Pensar Muito…”? – É tudo bom!



BILLY- Os concertos ao vivo

são muito fortes, tenho acompanhado a banda e apesar

de vê-los imensas vezes, não consigo estar parado, com tanta

envolvência, energia e ritmo. O que podemos esperar do

concerto de dia 1 de junho?

JSP- Mais e melhor. Não vou abrir jogo. Já me descaí ao

dizer que o Nuno Raf vai participar e mais não vou dizer.

Apenas te posso adiantar que a lista de espectáculo cresceu

consideravelmente com as faixas novas e com mais algumas dos álbuns antigos

que o ano passado não tocávamos e decidimos voltar a tocar.


BILLY- Obrigado pela entrevista, vemo-nos na 6ª feira para a festa de lançamento do disco, que se espera de arromba! Uma última palavra, para os leitores do Billy News, calculo que na sua maioria fãs dos Peste...

JSP- Apareçam – vale a pena! A oferta surpresa é o novo cd “Cai no Real”. Não dissemos antes para não levarmos com bocas do pessoal das lojas de música. Mas já todos sabiam, né?! Só os totós é que pensavam que poderia ser um porta-chaves ou uma esferográfica ou qualquer brinde desses, muita bons, que costumam sair nas rifas da quermesse!

1 comentário:

  1. ***********************

    Um grande obrigado ao amigo San payo, que anda super-ocupado com todas as iniciativas em promoção do novo disco, para além do concerto de dia 1 e 2 de junho, e ainda arranjou tempo para responder ao Billy News...

    THANKS!!!!!!!!!!!!

    Nesta entrevista ficam referenciadas algumas das novidades do concerto de dia 1, mas há mais...

    Se há...


    Peste & Sida até ao fim...


    ***********************

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