Eugene Hütz e os seus comparsas, os
Gogol Bordello arrasaram em Sines, no Festival Músicas do Mundo...
Quem lá esteve, ficou com a sensação de algo nunca antes presenciado num espectáculo ao vivo...
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ResponderEliminarGogol Bordello: a festa punk-cigana em Sines
Data: 30-07-2007
A nona edição do Festival de Músicas do Mundo de Sines terminou com os Gogol Bordello, que incendiaram os ânimos das pessoas que, à pinha, se aglomeravam no castelo da vila.
O final da festa fez-se ao som de um punk rock cigano, incrementado com influências de outras paragens, tantas quantos os pontos geográficos da diáspora do vocalista do grupo, Eugene Hütz - desde a sua Ucrânia natal, passando pela Hungria, Polónia e Itália, até aos EUA, onde acabou por se fixar, como traduz, por exemplo, o tema 'Immigrant Punk', um dos primeiros da noite, onde foi possível ouvir uns ligeiros laivos de reggae.
Hütz é, de resto, a personificação desse multiculturalismo assimilado de forma excêntrica e alucinada pelo cantor que se apresentou em Sines com uma fita no cabelo, jaqueta (aberta) e calças vermelhas justas a condizer - um imaginário enriquecido pela irreverência dos músicos, também eles com várias nacionalidades e estilos próprios, onde se vai construindo uma atmosfera de teatro-circo e espírito saltimbanco.
A representação da «Portugália» e não só - eram muito os estrangeiros que também davam ao festival uma assistência multiétnica - depressa encaixou no clima de festa dos Gogol Bordello, entre pulos e execuções instrumentais vibrantes - com destaque para o violinista e o elemento feminino do colectivo, pujante na execução do bombo e nas coreografias serpenteadas.
Um dos elementos da assistência chegou mesmo a subir ao palco, acontecendo igualmente o contrário com Hütz a "mergulhar", literalmente, para os braços do público.
Mas, mesmo com visibilidade mais reduzida para quem estava atrás, a energia da banda e do seu vocalista, em particular, fez-se sentir por todo o espaço, em jeito de celebração colectiva de um mundo simultaneamente abrangente e particular, como é aquele que se concentra nas ruas de Sines, por estas alturas.
A vibração tanto se fazia sentir nos dedilhados fortes e enérgicos de Hütz na sua viola, como nos seus arranques vocais e nos acordes da guitarra eléctrica e ritmo da bateria.
Em palco, as músicas dos Gogol Bordello ganham ainda outra vida, com o vigor das composições a merecer prolongamentos instrumentais e novos arranjos, pela introdução de alguns beats mais dançáveis e ecos reggae/soundsystem no feixe punk-rock que liga todas elas, como 'Start Wearing Purple', com um tempo mais lento e interpretação mais tragico-cómica, ou a exuberante 'Punk Rock Parada', já no primeiro de dois encores.
Também no final o grupo apresentou um dos seus temas novos, 'Super Taranta', faixa que dá nome ao novo disco do colectivo e que mantém a fusão entre a vertente cigana, particularmente acentuada pela forma mais tradicional do"dramatismo" do violino, e a postura roqueira.
E mantendo o costume, Sines foi apenas o primeiro dia de festa, onde não faltou fogo de artífício a meio da actuação, com labaredas a sair do cenário do palco, já de si colorido pelos elementos humanos.
A celebração da relação recente com o público nacional continua em Paredes de Coura, a 14 de Agosto, até porque se ambos se deram bem, como disse Hütz na despedida.
Ana Tomás (COTONETE)
retirado de...
http://cotonete.clix.pt/quiosque/noticias/body.aspx?id=35522
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