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sábado, abril 19, 2008

Tara Perdida em entrevista ao DD

Os Tara Perdida deram uma entrevista ao site Disco Digital...

Entrevista com os Tara Perdida: E a tara continua...

Falar de Tara Perdida, mais do que abordar o punk nacional, é também falar de João Ribas. A figura incontornável da banda contou ao Disco Digital o que o tem ocupado nos últimos tempos.



Podem ler esta entrevista, clicando em "Comments" já abaixo...

1 comentário:

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    Entrevista com os Tara Perdida: E a tara continua...

    Sara Ribeiro




    Falar de Tara Perdida, mais do que abordar o punk nacional, é também falar de João Ribas. A figura incontornável da banda contou ao Disco Digital o que o tem ocupado nos últimos tempos.





    Onze anos de carreira já lá vão mas continuam em forma para revitalizar o espírito a que sempre nos habituaram. Depois de passadas alterações na formação da banda, é a sua sonoridade que se mostra inabalável.

    «O que nos uniu foi sempre o punk-rock. É claro que há influências dos cinco músicos que diferem uns dos outros. Uns que gostam mais de metal e outros de punk, mas no fundo nos Tara Perdida conseguimos conciliar tudo para ter um som próprio e característico. Como a onda de Bad Religion mas com outras sonoridades. O Ganso gosta muito de Dave Matthews Band, o Ruka é fã de Metallica. O Jaime gostava de Iron Maiden e Megadeth. Eu vou mais para os anos 80 com as cenas punk rock mais agressivas. Vejo muitos concertos e acompanho underground. Fui ver ao Lótus Bar os Mordaça na onda dos 31 e Barafunda Total que é punk rock cantando em português. A minha namorada também tem uma banda, só de raparigas – as Un-Predictable de punk rock, os Dalai Lume, nossos amigos, dos quais dois elementos já tocaram nos Tara…Gosto muito de ver festivais de metal pelo país fora e de ir para a estrada ver concertos. Agora, por exemplo, vou ver Nick Cave de quem gosto muito. As nossas composições vêm muito do Ganso e do Ruka. Depois, há o trabalho na sala de ensaios onde a ideia que vem fora e é construída. Este disco é assim porque nós tivemos dois anos na estrada que não foram muito atarefados. Foram recheados de concertos e sem o ensaio que desejaríamos. Gravámos há quase um ano e meio os primeiros cinco temas numa maqueta. Deixámos esses cinco temas de lado já prontos para arrancar. Quando decidimos fazer de vez, ao assinar com a Oficina da Ilusão, era preciso um disco para começar. Entrámos em ensaios mesmo a cem por cento. Correu bem… com uma pressãozinha por trás! Em dois meses e meio fizemos o resto.» »



    Referências de sucesso nas suas ambiências musicais parecem ser um modo de sobrevivência definido com o qual sempre se orientaram. O presente celebra-se com o sucessor de «Lambe Botas» também produzido por Cajó (Xutos e Pontapés).

    «Este álbum é um seguimento do que temos há uns anos para cá a partir do «É assim». Desde que o Ganso entrou para a banda, que seguimos mais ou menos a mesma linha. Claro que tentámos com sonoridades diferentes neste disco. Metemos uns pedais, uns delays, um bocado mais de efeitos, não fugindo à linha antiga. Acho que é um erro de qualquer músico sentir-se pressionado para fazer o seu trabalho. Estes dois meses saíram com muita naturalidade. Claro que já existiam ideias e o trabalho não custou muito. Saiu bem. Depois tivemos duas ou três semanas de pré-produção antes de entrar em estúdio o que ajudou muito também. Nunca tínhamos tido uma pré-produção tão boa como agora, tanto que o baterista gravou aquilo num dia e meio… nem isso! Estávamos confiantes! É lógico que um bocadinho de pressão até faz bem. Tem de ser, tem de ser!. É o nosso trabalho não e nos podemos deixar levar por outras coisas!»



    De atitude militante, Ribas e seus companheiros mostram sem artifícios o que são. Nas letras directas e com a atenção de um público fiel, vão nutrindo a garra que os caracteriza.

    «As letras são bastante importantes mas acho que a interactividade que se dá nos concertos e a cumplicidade entre banda e público é muito grande. Há pessoal para quem olho e penso: Olha, olha! Estão cá outra vez!. São aqueles que estão sempre no mesmo sítio nos concertos. O título «Nada a Esconder» é o que nós somos no dia-a-dia e na vida em geral! Uma banda, principalmente em Portugal, não pode esconder nada. Temos de ser o que somos tal como realistas. Isto não está bem para ninguém. Quer dizer… está para alguns mas é muito difícil e «nada a esconder» é quase o lema dos Tara. Não é de agora… é muito antigo. As bandas têm de ser verdadeiras.»



    Depois das primeiras reacções ao vivo de «Sentimento Ingénuo», o vocalista apresenta-se defensor convicto do último projecto, fortemente direccionado para os momentos de palco.

    «No disco, podiam escolher a música que quisessem que por mim … A Universal escolheu, a Oficina da Ilusão e o pessoal que tem trabalhado connosco também preferiram esta. Por nós foi na boa! Achámos a música excelente e agora tocámos quatro ao vivo e a reacção foi aquela de que não conhecem e ficam a olhar. Nós temos uma sonoridade ao vivo diferente da de disco e sempre foi assim. Às vezes, as músicas em disco podem parecer mais leves mas depois ao vivo levam com a garra e ficam mais pesadas. O prato forte dos Tara são os concertos, não somos muito de estúdio embora gostemos de trabalhar lá porque a construção de um disco é gira. É ver a construção dos bocadinhos todos a ir tomando forma, mas é claro que somos uma banda de concertos. O «Sentimento Ingénuo» também vem provar isto. Com um bom sistema de som a música cresce e de que maneira! Há pessoal que não gosta nada do single e há pessoal que gosta muito. Acho um bocado hipócrita não ouvir o disco todo e dizer mal. O álbum não foge à onda dos Tara e acho que quem não gostou vai gostar de outras músicas. Está aqui muita música!»



    Ainda com um teledisco pronto a ser estreado, é nas mensagens como esta que os Tara Perdida se transmitem.

    «Posso sempre mandar aquela velha boca… Curtam o nosso novo disco! Para o pessoal que tem bandas é trabalhar e ensaiar. Sem trabalho não se vai a lado nenhum! A equipa que trabalhou no vídeo de «Sentimento Ingénuo» foi impecável e nós gostámos bastante das ideias que tiveram. Tiro-lhes o chapéu, porque para mim está óptimo! Também é levar as coisas para a brincadeira. Levar as coisas demasiado a sério é um bocado chato. Falta riso neste país. Manifestarem-se mais. O pessoal aqui cala-se muito, fala por trás, mas depois cara-a-cara não conseguem dizer nada. Uma das coisas em que é bom ser músico é que podes dizer aquilo que te dá na real gana. Fazes o teu próprio comício em palco.»



    18-04-2008








    Retirado de...

    http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/news.asp?id_news=29125



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