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sexta-feira, julho 09, 2010

Faith No More no Alive - vídeo

Imagens da actuação de ontem dos Faith No More no festival Alive, com o tema "Ashes To Ashes"...


3 comentários:

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    É bom chegar a 2010 para ver os Faith no More nesta forma. É até possível que, mais de um ano decorrido sobre o começo desta nova vida, a reunião da indefinível banda de San Francisco não dure muito mais. Todo o experimentalismo aplicado esta noite, no Palco Optimus, por Mike Patton ao seu grande dom - a voz - indicia que talvez tenha chegado a hora de cada músico revisitar os seus outros, e numerosos, projetos.

    Mas qualquer fã que se preze não pode perder a oportunidade de ver um concerto que não é só música, antes sátira, encontro amoroso, provocação ríspida e prova de esforço físico.

    O segundo fôlego ("second coming", chamam-lhe eles) dos Faith No More já passara por Portugal - foi no verão passado, no Sudoeste TMN, e em comparação com essa noite o concerto do Optimus Alive!10 foi menos festivo e mais agressivo, menos "best of" e mais "cadáver esquisito".

    Espécie de banda matrioska - dentro dos seus fatinhos janotas vivem metaleiros, crooners, punks e rockers sinfónicos - os Faith No More apresentaram um alinhamento consideravelmente distinto do de agosto de 2009, e a impressão que fica é a de que podiam ter escolhido ainda uma terceira versão, dentro do seu eclético catálogo de excentricidades.

    A abrir, e apanhando com certeza de surpresa os menos aficionados, Mike Patton de melódica recordou "Midnight Cowboy", de Angel Dust , antes de atacar com particular virulência "From Out of Nowhere" e "Be Aggressive".

    Nem de propósito, o ambiente ao longo das primeiras músicas foi algo tenso, com o homem das mil vozes a decidir mostrar ao público - cerca de 40 mil pessoas - algumas das agrestes e físicas prestações que celebrizou, também, fora dos Faith No More (Fantômas ou Mr. Bungle são exemplo de algumas das suas criações mais radicais).

    A disposição da banda, inicialmente algo sinfónica, com os teclados de Roddy Bottum em grande destaque, foi-se tornando mais soalheira com o avançar do concerto. "Last Cup of Sorrow", do derradeiro disco dos Faith No More, os clássicos "Easy" ou "Midlife Crisis" - com coro do público bem afinado e Mike Patton a entrar na brincadeira - ou a épica "Ashes To Ashes" abriram caminho a uma vertente mais lúdica e aberta à comunhão e à comunicação, não necessariamente convencionais.



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  2. ****************************



    Em "King For A Day", por exemplo - provavelmente uma das melhores canções dos Faith No More - Mike Patton lançou-se sobre os braços da multidão, e deste inesperado e emocionante crowd surfing voltou sem um sapato. "Mal educados, bestias !", protestou risonho, num português cada vez mais atinado.

    Mais tarde e na mesma música, porém, seria Patton a abraçar o calão português, renovando "King For a Day" com a cadenciada deixa, cantada com gosto pelo público, de "porra, caralho!".

    Antes, recordara - sentado no palco, sorriso inocente e pernitas a baloiçar - "Ben", canção celebrizada por um tal de Rei da Pop quando não passava de uma criança. Houve ainda tempo para, durante a inestimável "Just A Man", quase engolir o microfone, ou para, num dos encores, se referir à obra dos Faith No More como "fado americano". A dedicatória a Cristiano Ronaldo - " o mais grande caralho português - que palhaço!" - serviu de apresentação à última música, "Caralho Voador", uma bossa nova/lounge de King For A Day Fool For a Life Time , o mais subvalorizado álbum dos Faith No More.

    Pelo meio - e temos a certeza que os leitores da BLITZ não tardarão a recordar-nos aquilo que estamos a esquecer - houve o thrash de afugentar famílias de "Cuckoo For Caca"; citações de Vangelis; a agressão pura de "Gentle Art of Making Enemies" ou a versão portuguesa de "Evidence". Houve Faith No More, em suma, e houve um Mike Patton inspiradíssimo nas tiradas e equilibrado nas doses de abuso e bajulação do povo.

    Tenha ou não sido a última vez que os vimos - despediram-se com um "até à próxima, beijos!" - valeu muitíssimo a pena.








    Textos de Lia Pereira e Luís Guerra

    Blitz online

    http://blitz.aeiou.pt/?p=stories&op=view&fokey=bz.stories/63300




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