A 4ª edição do festival ROCK N’ A.D.EGA decorreu nos
passados dia 17 e 18 de Fevereiro, tendo sido, uma vez mais, um grande
sucesso!
A
organização do evento continuou a ter a preciosa colaboração da
instituição local, Os Ugas – Associação Desportiva e Cultural de Ega,
uma das poucas que continua a ser um verdadeiro polo de atração para os
seus sócios, e não só. Um grande bem-haja a esta Instituição que vai
mantendo atividades desportivas e culturais de alto nível.
Um
dos propósitos básicos deste festival prende-se com a oferta de
excelentes condições, a todos os níveis técnicos, a todas as bandas para
que assim se possam concentrar naquilo que é essencial, ou seja nas
prestações em palco e na música que pretendem transmitir aos ávidos
ouvintes. Este princípio tem sido religiosamente seguido desde o
nascimento do evento e, para isso, muito tem contribuído a parceria
técnica estabelecida com a empresa conimbricense Music Light. O evento
pretende sobretudo difundir bandas portuguesas, mais ou menos
conhecidas, mas que, de outra forma, dificilmente passariam pela região.
Pela
primeira vez na história, desde a sua criação em finais de 2008, o
evento dividiu-se em dois dias. No dia 17, sexta-feira, a noite foi
preenchida pelas atuações de duas bandas de Coimbra, sobejamente
conhecidas da turbe do circuito de bares da região centro, os ROCKLUSO e
os ATLANTIS.
Os ROCKLUSO, que participaram
na 1ª edição do ROCK N’ A.D.EGA em março de 2009, apresentaram um
alinhamento musical renovado bem como um novo visual dos músicos da
banda. E que grande atuação! Continuam a
contagiar a assistência com a sua alegria em palco e reavivando as
memórias do rock português dos anos oitenta. Quem os conhece sabe que
não se trata de uma mera banda de versões. A experiência adquirida de
todos os elementos do grupo confere a esta banda uma precisão musical
invejável. Outro dos pontos fortes dos ROCKLUSO, são os temas escolhidos
para as suas atuações, que não se limitam às escolhas mais óbvias e
conhecidas pela maior parte das pessoas. É notável a inclusão de versões
de grupos como os NZZN ou, por exemplo, os STREET KIDS.
Os
ATLANTIS, são uma banda fundada nos finais dos anos 70 e que chegou a
participar no concurso Só Rock, em 1981, no jardim da Sereia – Coimbra,
apresentando na altura aos presentes o seu Rock Progressivo com toques
psicadélicos. Paralelamente, eram uma das bandas mais requisitadas no
circuito de bailes daquele tempo e só interromperam a carreira depois de
um violento acidente ter ceifado a vida de dois dos elementos da banda.
Passados cerca de 22 anos a banda voltou a juntar-se para participar na
3ª edição do ROCK N’ A.D.EGA em 2011, como banda convidada. Nesta
4ª edição, assumiram a posição de cabeças de cartaz do primeiro dia do
festival, e presentearam os presentes com uma magnífica seleção de
grandes clássicos do Rock internacional dos anos sessenta, setenta e
oitenta. Foi maravilhoso assistir à alegria destes músicos calejados em
palco. Uma verdadeira lição para os iniciados nestas andanças!
No segundo dia, sábado dia 18, o cartaz era composto por quatro bandas com propostas musicais bem diferentes.
Assim,
os THE DUKES OF SPEED da Figueira da Foz abriram as hostilidades. A
banda liderada pelo baixista Carlos Fernandes, também baixista nos THE
JUNKYMACHINE e nos BLIND ALLEY DOGS, apresentou os temas da sua primeira
demo de originais recentemente gravada. O som duro, veloz e bem rock n’
roll remete-nos para bares de beira estrada, cheios de fumo, whisky
caseiro e strippers em delírio. A postura rebelde em palco revela que as
horas passadas na sala de ensaio valeram bem a pena. O baixo de Carlos
Fernandes marca forte a batida forte de Pedro Camaz nas peles indefesas.
Nota muita positiva para o jovem guitarrista, Pedro Aires, possuidor de
uma técnica bastante apurada mas que talvez deva começar a controlar
melhor os devaneios “herdados” de Slash e similares. Uma banda que
surpreendeu toda a gente e que não se deve perder de vista. Neste
momento, a banda já tem vários concertos marcados para próximos meses.
Rock n’ Roll rebels!
A
seguir, entraram em palco os PORTA VOZ, banda de Lisboa repleta de
músicos experientes e com muitos concertos nas pernas. Bruno Alves
(ex-REVOLTA), Anselmo Alves (ex-LULU BLIND, ex-REVOLTA), Rui Loureiro
(ex-CASO CRÓNICO, ex-DALAI LUME) e Orlando Cohen (ex-MORITURI, ex-PESTE
& SIDA, ex-CENSURADOS) não deixaram ficar os seus créditos por mãos
alheias e arrancaram para uma atuação soberba, sem a mínima falha. A
banda funciona como um motor de alta cilindrada bem afinado, dentro do
qual cada elemento funciona perfeitamente em sintonia com as outras
partes. Uma prestação demolidora!
Os
temas da demo de 1996 continuam perfeitamente atuais e convidam à
participação do público, mesmo daqueles que nunca os tinham ouvido.
Outros dos momentos altos da atuação foram a versão da música “Sémen”,
dedicada ao malogrado Zé Leonel, e a estreia de Orlando Cohen na voz com
um tema da sua autoria, “Maninhos Catatua”. Esta banda merece um disco
rapidamente!
Com
o público ainda bem quente, entraram em palco os também lisboetas VIRA
LATA, cheios de garra e dispostos a que ninguém conseguisse ficar
quieto. Outra banda pejada de músicos experientes e com dezenas de
concertos às costas. Ulisses Silva (ex- K2O3), Filipe Brito
(ex-KUSKREDO, ex-TOAST, ex-HIDEN COOKIE e, atualmente, baterista nos
STEREOFUX ), Paulo Guano (ex-2 SACOS E MEIO) e Ivan Barros (ex- 2 SACOS E
MEIO) formam a equipa de demolição sonora que são os VIRA LATA em
palco. Além de músicos experientes, são todos autênticos animais de
palco. O baixista Filipe corre de um lado para o outro, puxando pelos
seus colegas de banda e, ao mesmo tempo, pelo público. Incrível! O disco
de estreia desta jovem banda está para breve e os VIRA LATA ainda vão
dar muito que falar.
Para
terminar com chave de ouro, os BULOTA, vindos de Guimarães, foram uns
digníssimos representantes da capital europeia da cultura. Esta jovem
banda, fundada em 2008, foi até há bem pouco tempo um trio, tendo
gravado em 2010 o single “Ardor”. Entretanto, o anterior
vocalista/guitarrista saiu, passando Zé Pedro Caldas para a guitarra e
entraram Jota Freitas para a voz e Catarina Meireles para o baixo. As
peles mantiveram-se sempre sob o domínio avassalador do Maurício Medon. O
som da banda vimaranense não é tão direto como o praticado pelas bandas
anteriores contudo, conseguiram desde o primeiro instante agarrar o
interesse dos presentes, apesar do adiantado da hora e dos muitos e
muitos litros de cerveja entretanto consumidos pelo público. O
espetáculo foi fortíssimo, tanto sonora como visualmente. A iluminação
condizia perfeitamente com o tom negro das letras em português,
singularmente interpretadas por J. Freitas, enquanto a secção rítmica
preenchia a atmosfera com um som pesado e abrasador. A
banda editou recentemente o single “Animal” e prepara-se para lançar o
disco de estreia muito em breve. Ainda vamos ouvir falar muito nos
BULOTA no futuro.
Venha a 5ª edição!
Pedro Branco
Saúde Billy! Abraço.
ResponderEliminar