Foi mesmo excelente a celebração do espírito punk, no passado dia 3 de Março na Casa de Lafões em Lisboa.
As portas abriram ainda antes da hora prevista (17 horas), pois já muita gente esperava pelos concertos que tiveram início logo às 17h30 (hora marcada no cartaz como ´pontual`). E sem atrasos, arrancou-se para uma grande tarde e início de noite.
Momentos antes de tudo começar, apareceram vários ´senhores de azul`, mas o incidente não teve grande relevo, saíram minutos depois após uma verificação de licenças da sala.
Apesar de virem de dois concertos consecutivos os Crise Total dispararam com uma velocidade exacerbada, que dez segundos depois tiveram de parar, devido a um imprevisto.
Mas logo depois, a banda deu uma das melhores actuações de sempre, com o vocalista Manolo muito inspirado e a banda em sintonia.
O guitarrista Rui Rocker sorria perante a reacção do público que cantava bem alto os refrões dos temas.
Jonhie (bateria) e Rattus (baixo) seguravam o ritmo, com firmeza.
Foram cerca de 55 minutos cheios de energia, em que apresentaram os temas clássicos da banda formada na década de 1980 e ainda as faixas na nova edição.
Muita gente vibrou desde o primeiro ao último minuto... sem dúvida.
O ambiente já estava muitíssimo quente, ouviam-se temas clássicos do punk em grande volume, a conversa era muita, com o bar a esgotar o seu espaço disponível (e pouco mais tarde, a cerveja fresca).
A sala já estava cheíssima pelas 18h55, momento em que os alemães Cut My Skin marcam a sua estreia no nosso país.
Com o seu punk rock directo e cru, sem floreados, tiveram um arranque bem forte, abriram com "Red & Black", excelente tema do último álbum da banda, «Future Sold Out» (2010) .
Logo seguido com a vocalista Patti Pattex a gritar "Sick Boy" meteram definitivamente toda a gente em polvorosa, com momentos verdadeiramente impressionantes à frente do palco.
O guitarrista Ollie e o baixista Pete mostram uma sintonia quase perfeita, mesmo na parte dos solos, só com o baixo a segurar o ritmo. O baterista John, mais discreto, mantém tudo com grande balanço.
Entre os temas, Patti apresenta sempre uma pequena introdução para sintonizar o público com as letras das músicas.
«Não temos temas a brincar», refere... «somos uma banda que tem apenas temas sérios...», mesmo antes de "Crush", uma nova faixa sobre uma recente linha de filmes comercializada com acções sádicas de maltratar animais gratuitamente, levando-os a um aspecto terrível, afim de impressionar e mesmo à sua morte.
"It´s My Life" mete tudo a cantar com uma melodia extremamente cativante, mas que logo depois é interrompido pela velocidade de "Anti-Social People" e "Rape Is War".
Os temas vão desfilando com uma comunicativa vocalista numa grande cumplicidade com o público, oferecendo várias vezes o microfone para o pessoal cantar os refrões, especialmente na primeira fila que estava frenética.
Era frequente ver Ollie e Pete a trocar impressões com o público a meio da actuação (obviamente na pausa entre faixas) com largados sorrisos e muito suor.
O calor era imenso e o ambiente estava cada vez mais ´quente`com o público muito activo.
As faixas vão desfilando, entre elas os excelentes "Insomnia", "No Democracy" e "Unity Is A Lie", com letras sempre actuais, acompanhadas sempre de introduções explicativas.
Mais tarde "I Hate Them All", "She" e "Fuck You" levam a prestação bem perto do final.
Há muitos agradecimentos pela oportunidade de virem mostrar o seu som e atitude no nosso país.
A banda adorou Portugal especialmente pelo sol, simpatia das pessoas e ainda pela boa cerveja (Sagres, ficou a curiosidade de Patti ter ido a uma entrevista no programa Curto Circuito na Sic Radical e entrado em directo com uma lata na mão, facto que foi bem notado no momento).
Terminam a prestação com setenta minutos (tempo previsto) com os temas "Anxiety" e "Unpolitical".
O público pede por mais, há muitas palmas e apelos constantes, mas era obrigatório terminar pois pela hora em si, poderíamos receber nova visita dos tais senhores de azul.
Há ainda som ambiente para convívio com as bandas, troca e venda de artigos no merchandising, em que se marcou o final às 20h30.
O impacto da estreia da banda de Berlim e a confirmação do bom momento dos Crise Total, deixaram todos visivelmente alegres, suados e fisicamente menos activos.
Saiu-se tarde, bem tarde, pois o pessoal teimava em não querer sair e continuar a festa punk que se viveu naquela sala, no centro de Lisboa.
Parabéns às duas bandas que colaboraram de uma forma extremamente importante para que decorresse o evento, tanto pelas condições que foram necessárias dias antes do concerto, como pela prestação em palco no próprio dia.
Fica aqui um agradecimento especial a todos os que colaboraram nesta Billy News Productions, seja de um modo mais activo ou mais discreto.
Não é fácil para que tudo aconteça sem imprevistos e com uma qualidade de som aceitável, mas conseguiu-se sem dúvida!
E nesse aspecto, posso garantir que só rodeado de amigos é que foi possível decorrer o evento nesta condições. Ter amigos é uma mais-valia, já sabemos, mas desta vez sentiu-se na práctica.
Com cerca de 200 pessoas, bandas amigas e pessoal amigo a ajudar, tudo foi fácil e citando um tema dos Gazua, «eu fazia tudo outra vez».
No final, ficou no ar uma curta frase que demonstrou bem o que por ali se passou naquelas três horas e meia... Punk´s Not Dead... e em 2012!
Optimo artigo como e costume :) da-me uma boa idea do dia e faz-me ainda mais ciumes de nao poder la ter estado hehe
ResponderEliminarVenham dai mais producoes destas :)
Lena
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ResponderEliminarFotos por:
Miguel Boombaja (não assinaladas)
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João Moura (indicadas nas fotos)
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Podem ver mais imagens do evento, acedendo aos links!
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Grande artigo :) fiquei com pena de não ter ido.
ResponderEliminarcumprimentos
valeu billy, concerto a antiga. parabens.
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