Já está disponível a terceira compilação da excelente série de discos «Som Da Rua».
Trata-se de um caso nunca visto, a nível alternativo em Portugal com tantas edições, especialmente em anos consecutivos.
"Som Das Ruas Vol. III" marca assim o cimentar de uma acção muito especial em que o acordo entre editoras se junta às próprias bandas envolvidas, realizando uma distribuição por cada uma de vários exemplares de modo a que facilmente possam mostrar o seu som, seja em bancas de material, ou mesmo em feiras de música, encontros, etc.
O que principalmente ´salta à vista` nesta compilação é que está recheada de sonoridades hardcore.
Não será portanto alheia ao que realmente se passa nas ruas, com uma intensa actividade de bandas (cada uma com o seu estilo e sub-género), mas também acompanhados por uma activa legião de fãs, o que na verdade não é novidade desde o meio da década de 1990.
Destaque para os veteranos Trinta E Um, aqui com a faixa «Auto Estima», os experientes Booby Trap, Broken Distance e mesmo para algumas bandas mais recentes (F.P.M. e M.E.D.O.)
Há bons momentos com sonoridades streetpunk e oi (os excelentes Blind Alley Dogs, Gume e os C4), punk´n´roll/garage (com os activíssimos The Dirty Coal Train, Psycho Tramps), rockabilly (os regressados Dr. Frankenstein, Cadaver´n´Roll)
Pode parecer uma forma demasiado simplista de avaliar algumas das bandas já com uma carreira minimamente (ou bastante) consistente, mas realmente o ideal é ouvirem mesmo as faixas, para sentirem o ponto actual das bandas envolvidas.
No disco até há direito a projectos que são curiosos mas com algum desnorte, mas que marcam o seu cunho pessoal, o que por si já vale algo significativo.
A ideia final com que fico é que esta será a edição mais fraca das três (segundo a minha opinião, claro), o que não é obrigatoriamente mau, alguma teria de ser " a pior" e obviamente tem a ver com o gosto pessoal.
E claro, uma mais-valia é mesmo a ideia espectacular de quem organiza a compilação de não repetir bandas que participaram nas edições anteriores.
Seja como for, é um disco obrigatório para quem se interessa pelo meio musical alternativo/underground no nosso país que é tão desprezado pelos meios musicais e obviamente, para sentir pulso ao estado actual das nossas bandas.
CD 2017 - edição Sindicato
Pela curiosidade, podem ler uma referência ao primeiro volume, aqui (disco mais votado pelos leitores do Billy News em 2015) e também em relação ao segundo (que atingiu a 4ª maior votação em 2016) acedendo aqui!
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