terça-feira, abril 30, 2024

Mão Morta - “Viva La Muerte!”

 

Os Mão Morta estão de regresso aos palcos com “Viva La Muerte!”, um espectáculo que junta os 50 anos da Revolução dos Cravos e os 40 anos de existência da banda, ao qual se aliam conferências com politólogos, filósofos e historiadores relacionadas com as temáticas do espectáculo. 
 

 
 
A digressão passará por Braga, Lisboa, Faro, Aveiro, Ourém e Guimarães, entre Setembro e Novembro. 
 
O ano em que a Revolução de 25 de Abril celebra 50 anos é também o ano do 40° aniversário de Mão Morta. 
 

 
 
À primeira vista, estes dois acontecimentos nada têm em comum, não fosse terem sido a liberdade e a democracia trazidas pela Revolução a permitirem a existência da banda, com a sua reconhecida postura estética e a fracturante intervenção social e política.
 
Numa época em que o perigo do regresso do fascismo se torna palpável, os Mão Morta não podiam deixar de se manifestar e de denunciar o ar dos tempos. A banda propõe-se, assim, criar um espectáculo de comemoração e de alerta, com a composição de temas que irão buscar referências a autores como José Mário Branco, Adriano Correia de Oliveira, Zeca Afonso ou Ary dos Santos, que viveram o fascismo salazarista e encontraram nessa opressão e censura a motivação para criar arte. Por outro lado, irão beber também às temáticas do fascismo contemporâneo, como o ultranacionalismo bélico, as teorias racistas da “grande substituição”, a globalização das teorias conspiracionistas, o ódio ao conhecimento científico e às instituições do saber ou o apelo ao pensamento único, de vocação totalitária.
 
 
É sobre este recrudescimento das forças maléficas anti-democráticas e do seu comportamento arruaceiro que os Mão Morta querem fazer um espectáculo, deixando claro os perigos que corremos e em que a democracia incorre. É o contributo da banda para os festejos do 25 de Abril, esse acto fundador dos dias radiosos em que Portugal cresceu nos últimos 50 anos. E também a maneira mais digna de celebrar os 40 anos da banda, dizendo presente quando a sociedade democrática em que vivemos e nos acolhe mais precisa, como é dever de qualquer artista e intelectual, enquanto “trabalhador do espirito”.