Blind Alley Dogs/Albert Fish "Friendship" - review

"Friendship" é provavelmente o melhor nome para um split-CD dos últimos tempos...

Numa parceria com a Zeroworks Recs, Graver, Your Poison Records e Oi! Tapes, foi possível lançar esta edição que é bastante positiva. Os detalhes abaixo justificam...



Já se exigia aos conimbricenses Blind Alley Dogs uma edição com os seus temas, a banda tem feito várias apresentações ao vivo ao longo dos últimos anos e já se justificava plenamente um registo sonoro.

A sonoridade está fiel ao que se lhes conhece, punk rock saltitante a absorver directamente o espírito UK´77 com um ´toque Portugal/Coimbra` que por vezes nos lembra The Parkinsons, mas também arrasta-nos para sonoridades próximas de bandas como os Vibrators.

«Red Club» abre muito bem as seis faixas da banda apresentadas no CD.

Outro ponto alto é «False Democracy» que facilmente fica no ouvido...

O resto dos temas desfilam mais ritmos contagiantes com coros a acompanhar que ajudam sempre e ajudam na identidade da banda.

No punk, o take directo parece ser sempre uma boa opção (parece ser a tomada nesta gravação), a captação embora de 2008 não é nada datada e está equilibrada num nível aceitável.

Um bom ´cartão de apresentação` de uma banda que desejamos ver activa mais vezes, seja em palco ou em estúdio...

Quanto aos (já veteranos) Albert Fish a história é oposta, mais do que apresentados com as várias edições em nome próprio, trata-se de um objecto de colecção para os fãs da banda lisboeta.

Também com seis faixas começam com «Puto Da Rua», a excelente versão dos Opinião Pública com grande destaque para o vocalista Gustavo.

Outra versão interessante é a de «Merda De Ciudad» popularizada pelos Kortatu.

Curiosa é a faixa antiga «Sorte Ou Azar» regravada em 2010 com Ed, o primeiro vocalista da banda, não é das que mais aprecio mas vale pela ideia de a incluir aqui.

Pujante é o adjectivo mínimo que se atribui a «Autista», a versão de Crise Total que os Albert Fish nos costumam ´brindar ao vivo`, a gravação está tão forte que levou mesmo Rui Rocker (guitarrista original dos CT) a comentar que está espectacular.

Estes temas são gravações que ficaram dispersas em várias edições (splits em vinil, colectâneas) e que justifica plenamente a ´reunião` para que se possa desfrutar da discografia da banda em pleno.

A masterização do split foi feita nos Mad Dog Studios em Dezembro de 2010, num trabalho que se pode considerar acima da média, especialmente pelo cuidado nas vozes em ambas as bandas.

E só assim se consegue uma edição destas, com ´amizade` das várias partes envolvidas, bandas, editoras e estúdio.... e trabalho, obviamente!