Ontem, dia 15 de junho foi dia de festa no
Fórum Lisboa, ou mais exactamente, noite de festa!
Os
Peste & Sida actuaram nesta sala, perante cerca de 150 fãs, que não resistiram a comparecer à "chamada" da banda, que anda a percorrer o país inteiro, de norte a sul, estando actualmente na sua melhor forma, desde a reunião.
A fraca assistência para uma sala como aquela deveu-se principalmente ao factor "guito", em minha opinião.
Mas não só, a banda tem actuado com alguma regularidade em Lisboa (o último concerto na capital foi há pouco tempo no Santiago do Alquimista, sala que viu estrear a reunião da banda, há 2 anos atrás).
Também foi determinante o espectáculo ser a um dia a meio da semana e é sempre diferente, saber que não há trabalho, aulas ou o que for, no dia seguinte.
Via-se algum pessoal cá fora, que não iria ver o concerto, mas que apareceu só para ver o clima...
Mas pelas 22h10 os
Peste subiram ao palco para só o largarem uma hora e meia depois.
A sensação que tive, quando entrei e me sentei na sala, foi das mais estranhas possíveis...
Ver um concerto Punk... sentado?!
Foi realmente a primeira vez e fiquei com um sabor amargo na boca... mas não por muito tempo.
A banda começou com alguns temas antigos para aquecer o ambiente.
Passados 15 minutos, a sala já estava mais composta com a presença de pessoal que chegava entretanto, inclusive o aniversariante
Onório, que foi congratulado por
João San Payo, no momento em que chegou à sala (
JSP que pontaria!!!).
O ambiente já aquecia e os elementos da banda incentivavam meia-dúzia de jovens a saltitar em frente ao palco.
"
Familia em stress" e "
Alcides Pinto" ecoavam pela sala...
Negativamente, os elementos responsáveis pela segurança da sala interrompiam o "bailado" e convidavam as pessoas a sentarem-se...
Os temas iam desfilando, numa mescla de temas do álbum "
Tóxico" e clássicos dos
Peste & Sida, desta vez tocados na íntegra, em vez dos medleys habituais...
Houve ainda um momento dedicado ao dias anteriores, com o tema de Zeca Afonso, "
A morte saiu à rua", interpretado pelo guitarrista
Brutus...
Mas rapidamente se passava de um momento mais íntimo e atento para o clima de festa total!
"
Peste & Sida até ao fim" continua a ser o melhor tema do recente trabalho, mas o funk-rock de outras canções anima o público...
O jogo de luzes, conjugado com o palco grande e com uma boa qualidade sonora que se sentia, dava uma mais valia ao ambiente quente e festivo que se desenrolava, sem preocupações...
Isto porque já era impossível deter a mais de uma dúzia de pessoas que dançava em frente ao palco.
E rapidamente se transformou em 20, 30 pessoas aos pulos, a subir para o palco, a cantar refrões juntamente com a banda, a fazer um descontraído stage-diving, sob o olhar atento dos seguranças, ao longe.
Haviam várias câmaras profissionais a filmar tudo e seria interessante ver um dia, o resultado...
Ainda se pediu o "
Dever Cívico", mas o tema não estava ensaiado e passou-se aos clássicos seguintes.
"
Pouca Letra" e "
Veneno" (o tal tema que para mim será sempre mítico no universo punk português) foram momentos altos, num encore dado pela banda, após os imensos aplausos que se faziam ouvir na sala...
"
Querem mais uma?", dizia
San Payo, "
então tomem lá mais uma-cheia-delas", sempre num tom divertido...
"
Sol da Caparica" a eterna versão dos
Ramones e outros se seguiram...
E a festa durou até ao fim!
Em despedida, deram-nos o "
Portem-se bem" e fizeram um final instrumental bem animado, considerando o baixista e mentor da banda um prazer pessoal (e colectivo) trabalhar com um conjunto de pessoas fabulosas como o técnico de som, luzes e de palco (profissionais q.b. diga-se, num ou outro problema, rapidamente foi resolvido).
A banda está mais coesa e apurada do que nunca, com
Orlando Cohen, Marte Ciro e
Brutus bem ensaiados (por vezes, paravam para retomar sincronizadamente).
Aliás, o vocalista/baixista foi eleito o "saltitão da noite", não parava um minuto e ainda veio tocar um tema para o meio do público...
O teclista esteve bem, ouvindo-se o acompanhamento apenas nos momentos certos (e não em todos os temas).
No final, toda a gente saiu com a clara sensação de que mereceu a pena ter vindo assistir a este espectáculo, sem qualquer margem para dúvidas, apesar do exagerado preço da entrada (12.50 euros).
Ainda deu para beber uma cervejola no bar do Fórum, mas rapidamente nos esclareceram que o bar ia fechar, com um "não temos mais cerveja"!
Ok, está na hora de ir para outro lado... e amanhã é dia de trabalho...
Resumindo,
Peste & Sida é sinónimo de festa, digam que disserem... e festa até ao fim...