Que noite fantástica! É o mínimo que se pode dizer da actuação de ontem dos Parkinsons na capital.
Muito (mas mesmo muito) suor e nada de sangue nem lágrimas...
O Club Noir foi uma caixa de fósforos para receber tanta gente ávida de ver a banda fundada em Londres. Uma lata de sardinhas, alguém referiu.
Às 22 horas em ponto já estava muita gente à porta desta sala lisboeta, para não perder a oportunidade de ver o vocalista Afonso (Al Zheimer), o guitarrista Victor Torpedo, o baixista Pedro Chau e... a surpresa da noite, Kaló (Bunny Ranch, ex-Tédio Boys) na bateria.
Há alturas em que ´o algodão não engana`, desde o primeiro minuto, toda a gente queria ouvir punk rock e a DJ session foi extremamente agitada, com o pessoal visivelmente bem disposto, a dançar e a cantar (coisa rara, logo aos primeiros minutos do evento).
Pelas 23h45, já a sala estava bastante cheia, os Parkinsons sobem a palco a dançar ao balanço de "Police And Thieves" (dos Clash), dando o mote para o que se iria assistir logo a seguir.
Com a lotação quase esgotada (haviam alguns espaços perto da zona de entrada da sala, de resto, incrivelmente apertado), arrancam com uma prestação irrepreensível!
Metem tudo e todos em alvoroço, há pessoal em braços no ar, há muita agitação (muita preocupação dos donos do espaço com luzes, paredes, material de som), cerveja a voar e tudo em sintonia com os temas da banda...
"Angel In the Dark", "Bad Girl" fazem todos gritar bem alto, "New Wave" e "Heroes & Charmers" (temas melódicos, ultra-acelerados pelo baterista Kaló) são momentos gigantes a meio da noite.
Afonso avisava «este tema é novo», mas não... na verdade, não houve temas novos, mas o reportório da banda deixava desfilar as faixas com bastante intensidade.
Outro momento curioso, o vocalista pede uma cerveja e segue no ar (em braços) uns 20 metros até à zona do bar para a receber e voltar ao palco.
O calor era intenso, nas filas da frente o ambiente era incrível.
A alegria estampada na cara dos músicos deixava transparecer a empatia com o público, mesmo ali à frente, por vezes a agarrá-los ou a empurrá-los... faz parte.
Há excitação a mais (ou talvez não), em certos momentos arrancaram os cabos da guitarra, logo depois foi do baixo, enfim... nada de anormal numa actuação dos Parkinsons.
A banda termina após uns 50 minutos muito frenéticos e muito vividos, deixando tudo em alvoroço e desejando por mais!
Os membros pareciam que tinham apanhado uma chuvada ´das grandes`, estavam todos alagados em suor (no público não era diferente).
Logo depois, o DJ A Boy Named Sue seguiu a linha da noite e proporcionou bons momentos até às 4 horas da manhã, hora em que visivelmente estava tudo estoirado.
Com os Parkinsons é assim... não há concertos ´mais ou menos`, é tudo muito intenso e vivido de forma incrível!
Haja energia assim com todas as bandas, eles tocaram no dia anterior no Porto e hoje (um dia depois) estão em Coimbra a participar no evento We Love 77...
Os aficionados pelo espírito punk são assim... simples, directos, intensos e sem truques, é ´preto-no-branco`...
Há dúvidas?
5 comentários:
Muito bom, eu não descrevia melhor. Mas o espaço foi muito pequeno.
"Angel In the Dark", "Bad Girl" fazem todos gritar bem alto, "New Wave" e "Heroes & Charmers" (temas melódicos, ultra-acelerados pelo baterista Kaló) são momentos gigantes a meio da noite.
Não devo ter visto o mesmo concerto que tu.
O baterista Kaló não comprometeu mas estava um bocado desligado da banda, talvez por falta de confiança e pq muito provavelmente nem deve ter ensaiado com a banda. Batia com pouca força na coisa.
Pelo menos fiquei com essa ideia.
Quanto ao concerto em si, foi óptimo. Os efeitos na voz do Afonso estavam a dar um toque diferente aos temas, um bocado à Stooges. E os improvisos no tema scientist foi um dos momentos mais altos da noite. O Vitinho é um dos grandes guitarristas portugueses e merece todo o sucesso.
Saludos,
TONY CIGANÃO!!!
esqueceste de dizer que passaste um grande som com muitas bandas de coimbra, foi altamente. grande noite.
ass. GD
Na verdade este é um único site (que eu tenha visto) fala do concerto, o que só por si já vale imenso. Não consegui ir ver mas já sei que houve gente que não entrou.
Claramente. Sigo este blog há anos, muito bom.
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