Primeiro que tudo... três edições físicas em pouco mais de seis meses... é obra! Parabéns Zurrapa!
Depois do excelente álbum «(Des)Governo No País Das Maravilhas», da edição em CD-single de «Pindelo Metaleiro/Cucaracha Da Cerveja», chega-nos agora "Lambe-me O CUbo".
Esta banda de Viseu traz uma frescura ao panorama musical (alternativo, diga-se) português que é bastante salutar e especialmente de saudar. A falta de condições para as prestações ao vivo devido à pandemia, não deixou o trio de braços cruzados.
Vamos ao disco, no total são sete faixas e mais sete introduções (uma ´novidade` acrescida a este trabalho). Há a já habitual temática séria com alguma crítica social, intercalada com a extremamente divertida que a banda já nos habituou, tudo sempre embebido num punk rock corrido e sem floreados.
Inicia-se com um ´alerta CM`, mas na verdade, arranca com um tema algo negro, «Sentença De Morte». Ritmo e velocidade "à la Zurrapa", uma música típica da banda com letra por vezes soturna, sombria.
A temática séria continua com «Raiva (A Quanto Me Obrigas)», desta vez com o apontar o dedo a esta sociedade que tanto nos quer controlar. Mensagem directa , portanto.
De seguida vem uma faixa que diz tudo, «Rosa Grilo É Inocente», obviamente não da acção que a popularizou, mas sim de roubar a cerveja...afinal «ela é capaz de tudo mas não está nesse rol».
«Fui Às Putas C´ O Teu Pai» inspirado em "Ghost Riders In The Sky" de Johnny Cash coloca-nos um sorriso de orelha a orelha. Uma espécie de tributo ao músico norte-americano e que coloca a boa-disposição no patamar mais alto.
Regressa um tema mais sério, em ritmo acelerado «Não Tenho Amor P´ra Dar» dá o mote, em termos de inspiração, algo comparável a "Nós Não Cantamos Canções De Amor" do disco anterior.
Quase sem nos deixar respirar «As Toupeiras (Continuam A Escavar)» segue a mesma linha.
Para o (grande) final, os Zurrapa arrematam com «Fica Em Casa Ou Levas Nos Cornos!!!», tema com grande balanço, que foi criado pleno confinamento e que marcará para sempre esta época que vivemos.
Terminam mesmo em grande com um coro muito original, de modo a fechar ´como deve ser` este disco.
A sensação imediata que dá, com o CD a finalizar é de voltar a ouvir de início, pelo que é óbvia a ´missão cumprida` dos Zurrapa em mais uma dose de irreverência e boa-disposição.
Mais óbvia ainda é a vontade de ver e ouvir estes temas ao vivo, num palco perto de nós. Resta-nos aguardar por eles. Entretanto... é ouvir "Lambe-me O CUbo".
CD Zurrapa 2020
Recordamos aqui o vídeo realizado em plena época de ´recolher obrigatório` da faixa que encerram o álbum,...
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1 comentário:
Três edições físicas em seis meses? O último ainda não ouvi mas o Desgoverno no País das Maravilhas está excelente. E ao vivo são demais. Muitos parabéns Zurrapa, penas é que em Portugal não se dá valor a quem o merece. Abraço
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