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sexta-feira, janeiro 31, 2025

João San Payo (Peste & Sida) - entrevista sobre o vinil "Ao Vivo No RCA"

Os Peste & Sida dispensam apresentações, banda nacional fundada em 1986 com vasta discografia recheada de grandes clássicos que perduram na memória de muitos.

Desta vez, o Billy News questionou o seu mentor, o vocalista/baixista João San Payo sobre a nova edição em vinil, exactamente o LP "Ao Vivo No RCA", com gravações captadas em 2015 (que teve uma edição no ano seguinte em formato book-CD). 

Fomos descobrir o que motivou esta edição em que o lançamento coincide com um concerto no próximo dia 7 de Fevereiro, exactamente na mesma sala onde foi captado, numa noite festiva que ´repete` a banda de abertura da altura, os Gazua. Ou seja, tudo para dar certo, vejamos o que San Payo respondeu.



Billy- O concerto ao vivo no RCA resultou num excelente disco, com os temas clássicos de Peste & Sida, ´adornados` com o calor do momento, os convidados (imensos ex-membros da banda) e toda a energia envolvente. Essa edição pode se considerar quase um ´best of ao vivo` dos Peste, até mais actualizado, pelos temas mais recentes também incluídos no alinhamento. Concordas com esta ideia?

João San Payo (JSP)- Concordo totalmente e relembro que inicialmente a gravação nem estava nos nossos planos. O objetivo era apenas fazer um concerto comemorativo das reedições dos três primeiros álbuns. Foi o Jonny, nosso road manager que combinou em segredo com o Bruno Antunes, nosso técnico da altura, gravar o gig em pistas. O facto de não sabermos que o concerto estava a ser captado contribuiu para manter a espontaneidade que nos caracteriza e ter acontecido numa noite tão especial, no bairro emblemático de Alvalade, numa sala com lotação esgotada repleta de amigos da velha guarda no palco e na plateia fizeram deste noite um momento histórico para os Peste & Sida e que em boa hora ficou registado para a posteridade. E conseguirmos assim, ao fim de quase três décadas de existência cumprir o objetivo de editar o nosso primeiro álbum ao vivo foi mais uma feliz coincidência. Por isso concordo inteiramente: é o nosso melhor "best of".



Billy- A edição em formato book-CD foi excelente. Como surgiu agora a ideia de colocar essa gravação em vinil?

JSP- Pelas razões já faladas, este concerto foi um marco histórico para a banda e só isso já justificava uma edição em duplo vinil. A crueza do som é fiel à banda, não há truques nem subterfúgios e as fotos do nosso amigo Rui Canto que documentaram o que se passou no RCA nessa noite (e na tour desse ano que ele acompanhou em concertos de Peste por todo o país) complementam visualmente esta edição como já tinha acontecido com a edição em cd. Para nós que já somos da velha guarda os formatos físicos continuam a ter uma importância inigualável, os álbuns contam uma história, são conteúdos com princípio, meio e fim aos quais se juntam ainda o conteúdo gráfico… o objeto físico terá sempre o seu espaço e ocupará sempre o espaço e a importância que lhe quisermos dar.




Billy- Ter a oportunidade de juntar este lançamento com um concerto é excelente. O que podemos esperar dos Peste no dia 7 de Fevereiro?

JSP- Iremos apresentar o espetáculo que temos preparado para a tournée deste ano e que vem no seguimento da apresentação dos temas novos do último Não Há Pão sem descurar os clássicos obrigatórios e que os verdadeiros fãs da família Peste & Sida não nos perdoariam se não tocássemos. Teremos em palco os saxofones do João Cabrita e do Gonçalo Prazeres que tão bem se integraram desde o ano passado e que vieram reforçar e diversificar harmonicamente os skas e os reggaes que tocamos. E quando é para rockar também lhe dão forte e feio como se quer!


  
Billy- Lançaram "Não Há Pão!" no final de 2022. Há alguns planos, algumas ideias já para um próximo álbum?

JSP- De imediato o plano é fazer estrada até comemorar os 40 anos de Peste & Sida em 2026. O que irá acontecer até lá ninguém sabe e por isso não iremos criar expectativas. Mas podemos desde já garantir que também não iremos criar faixas novas em IA… Continuaremos iguais a nós próprios, Peste & Sida até ao fim, para o melhor e para o pior!





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