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segunda-feira, novembro 29, 2010

PunkSinatra em entrevista

Os PunkSinatra foram entrevistados por Helena Durães, sobre o momento actual da banda e o novo EP...




“Nós falamos de problemas nacionais, portanto cantarmos em inglês era uma estupidez”

"Fazemos isso essencialmente para nós. Depois é claro que queremos mostrar ao público."

"Este EP já estará num processo de maturação completamente diferente do primeiro álbum. Nós já sentimos isso nas captações e nas gravações."



Podem ler a entrevista na íntegra, clicando em "Comments" já abaixo...

7 comentários:

Billy disse...

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Punk Sinatra, uma nova banda no underground português


“Nós falamos de problemas nacionais, portanto cantarmos em
inglês era uma estupidez”



A banda existe há seis anos, mas olha para si como um grupo novo. João Pinto, Rodrigo, Luís Lobão e João Pedro Almendra encontram-se duas vezes por semana na Póvoa de Santa Iria para ensaiarem. A decoração do local de ensaio é feita de recortes de jornais e posters que estão colados nas paredes. Um aviso está colado à bateria: “não tocar aqui”. Afinal de contas, nesta garagem ensaiam outras bandas, para além dos Punk Sinatra que estão a preparar um novo EP intitulado À Socapa do Sistema. Por: Helena Durães



Estão actualmente a gravar o EP Socapa do Sistema. Só passaram apenas uns
meses desde que editaram o álbum Ataca Contrataca o Monstro Acordou
Porque é que decidem regressar já às gravações? …

Rodrigo – Juntámo-nos em Março deste ano e demos uns concertos. Acho que agora era o melhor a fazer, até para eu e o Lobão (baterista) nos integrarmos





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Billy disse...

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melhor. Fizemos aquilo que os músicos supostamente devem fazer, não é? Criar. Juntamo-nos e pegámos naquilo que tínhamos.

Lobão – Nasceu da necessidade de continuarmos a fazer qualquer coisa.

Rodrigo – E acho que as bandas deviam ser assim. Deviam fazer as coisas quando lhes apetecem. Não só porque alguém lhes pede para fazer ou porque têm de fazer.

Lobão – Isto tem de dar gozo, não é. Se não der gozo…

João Pedro – Fazemos isso essencialmente para nós. Depois é claro que queremos mostrar ao público. O casamento mais feliz de todos é quando nós estamos a tocar as músicas de que gostamos e sentimos o público a gostar daquilo que nós estamos a fazer.





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Billy disse...

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O que é que as pessoas podem esperar deste novo trabalho?

Rodrigo – Conheço bem a música portuguesa há muitos anos e acho que ainda ninguém ouviu nada como aquilo que vamos fazer agora. Estamos muito confiantes.

Lobão - Uma vez mais todas as músicas têm muita criatividade. Mas é na linha do álbum anterior. É uma mistura. Umas músicas mais rápidas, um ska…

Rodrigo – Há muitas bandas que têm isso não é? Mas acho que a maneira como atacámos o trabalho tornou-o em algo diferente.

João Pedro – Este EP já estará num processo de maturação completamente diferente do primeiro álbum. Nós já sentimos isso nas captações e nas gravações. As coisas são mais rápidas também porque o primeiro já nos deu alguma experiência. Obviamente que este segundo trabalho quando sair vai ter outro impacto que o primeiro não teve.



Este EP recupera três músicas do vosso primeiro álbum. Porque é que
fizeram essa opção?

João Pinto – As músicas têm potencial, mas nunca foram agarradas com um bom objectivo. Agora pegámos nelas com outro propósito.

João Pedro – Achámos que não as devíamos perder. Faziam parte do imaginário do primeiro álbum. Este EP é ainda o irmão gémeo do primeiro trabalho.





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Billy disse...

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Foi sempre ideia da banda cantar em
português? Pergunto isto porque
algumas pessoas acham estranho
cantarem este tipo de música em
português…

João Pedro - Dá mais jeito cantarmos em português, senão as pessoas não percebem. Podemos cantar em inglês, em francês, até podemos cantar em chinês e em árabe. Mas acho que o nosso mercado é aqui. E até por uma questão de personalidade. Se for a um festival em França ou na Alemanha não vou cantar em inglês só porque toda a gente sabe falar inglês. Eu estou-me a ralar para eles.

Lobão – Não sei porque é que as bandas escolhem cantar em inglês. Mas acho que o que é mais natural para nós e também para o público é cantar em português…

João Pinto – É uma questão de autenticidade. É claro que eu também escrevo melhor em português, que é a língua que eu domino. E disso eu não abdico. Eu sempre gostei de ouvir rock cantado em português.

João Pedro - Somos ouvidos em Angola, somos ouvidos em Moçambique, somos ouvidos no Brasil e há muita gente na América do Sul que compreende bem o português e que o escutam.

Lobão – Internacionalmente falando não é um mercado assim tão pequeno.




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Billy disse...

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Acham que a língua portuguesa é posta de lado?

João Pinto - É desvalorizado, infelizmente.

Rodrigo – Os países de língua portuguesa são todos terceiro mundistas, não é?

João Pedro – Mas é errado da nossa parte subvalorizar a capacidade dos outros nos entenderem. Nós entendemos várias línguas e eles não nos entendem? Claro que entendem! Se nós também não vendermos música em português, não sabem que existe. Acho que há uma grande falta de produção nacional e de investimento na música em Portugal. Temos de ser nós a puxar o barco.



A que nível há essa falta de investimento?



João Pedro - A nível dos media: jornais, televisão, rádio. Faz-se um playbackzinho na televisão, uma entrevistazinha aqui e a acolá… Mas há pouco investimento na música, tanto da parte das bandas com da parte de quem ganha com isto. As bandas começam a cantar em inglês, porque acham que os grandes grupos cantam em inglês… “Em minha casa falo em português com o meu pai e com a minha mãe, mas se eu cantar ao vivo é melhor cantar em inglês, senão não me pagam”.



Portanto, para vocês seria sempre difícil cantar em inglês...

João Pedro – Eu andei numa escola inglesa e vivi em Inglaterra. Se fosse falar como os ingleses grande parte das pessoas não percebia o que eu dizia. Há um sem fim de coisas que existem na estrutura de uma língua que não podem ser aplicadas noutras, como o sentido de humor, a energia e o impacto que às vezes se dá em determinadas palavras. E isso acontece no universo do rock. A nossa mensagem é para o público que está aqui e vive na Portela, em Sacavém, em Loures, em Lisboa...

Rodrigo – Nós falamos de problemas nacionais, portanto cantarmos em inglês era uma estupidez. Vou falar dos meus problemas para os ingleses? Não.

No próximo dia 30 de
Novembro, os Punk Sinatra
vão actuar no In Live Caffé,
na Moita.




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Billy disse...

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Foi sempre intenção da banda fazer música
de intervenção?

João Pinto – De certa forma foi. A intervenção é uma coisa que já está inerente.

Rodrigo – A arte é toda intervenção. Tanto o rock como o punk, a pintura e a escultura, a poesia e a literatura. Se não é interventivo, é entretenimento, como o programa da tarde da SIC ou um livro de Paulo Coelho.



Sentem que o público está cada vez mais aberto à vossa música?

João Pedro – Acho que sim. Tem passado algum tempo e como a banda já é um dado adquirido as pessoas já conhecem.






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Billy disse...

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Podem aceder à página da banda em...

http://www.myspace.com/punksinatraband

...e obter mais info actualizada!


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