sábado, julho 07, 2018

Zurrapa - "Zurrapa Som Sistema" (review ao disco)


Depois do disco de apresentação desta banda de Viseu («Na Taberna do B.A.», ver referência aqui), eis que nos chega. "Zurrapa Som Sistema", o novíssimo trabalho.

Uma coisa ficamos logo com a certeza, os Zurrapa divertem-se muito a construir os seus temas e ameaçam levar a festa para qualquer lado, seja em palcos ao ar livre ou em salas para concertos.



Este segundo EP (em formato CD) traz-nos seis temas em pouco mais de 16 minutos com faixas sempre em ritmo acelerado e temáticas festivas, ou seja, a veia punk está lá.

E o espírito também, desde logo no formato em trio (baixo, guitarra, bateria), nas letras e ritmos simples e claro, nos temas curtos (entre 2 a 3 minutos). De referir que sente-se o cuidado na produção, com os instrumentos e vozes bem perceptíveis, o que ajuda sempre.



O disco abre com uma ´tentativa` de um tema mais sério, «Quando A Fome Aperta». O baixo começa lento na entrada, para segundos depois começar tudo a acelerar. Tem um refrão bastante melódico, cativa facilmente.

«Putas, Vinho e Rock ´n`Roll» é simplista, sem floreados, mas sempre com andamento.

Volta a temática mais séria com «São Todos Uns Anormais» com dedicatória directa para os nossos políticos. Ouve-se "Nós queremos anarquia e que morra o ministro". Está tudo dito.




Sente-se alguma proximidade com a sonoridade dos Mata-Ratos em «Zeca O Arrumador», numa fase da faixa a fazer relembrar um excerto do tema "Rock Radioactivo".

De seguida, talvez o melhor tema do disco... ou pelo menos, o mais divertido. nada mais simples e naïve do que «Queimei O Casaco C´um Morango». Letra única, ritmo lento, acelera depois, volta a desacelerar... o básico, mas ao mesmo tempo muito cativante e fácil de meter o pessoal a mexer-se, nas apresentações ao vivo.

O disco termina já com quase, quase clássico «Na Taberna do B.A.» do primeiro EP. Quem não conhece, passa a conhecer, quem já sabe, tem esta faixa como bónus.






Gravado entre Janeiro e Fevereiro de 2018, reforça a apresentação desta peculiar banda que como referi, fará a festa por onde passar, sem pedir licença.

Numa altura em que a música portuguesa anda a vangloriar bandas com ´novas`sonoridades, estes temas simples dos Zurrapa não vão parar às rádios nem vão fazer capas de revistas.

Mas saúda-se o espírito da banda que de um modo descomprometido e sem vedetismos, nos traz temas alegres e num curto espaço de tempo, lança dois trabalhos em formato físico.

Realmente, que bela Zurrapa...

                                                                                                              CD 2018


Já abaixo podem ter uma noção da sonoridade deste disco, com a penúltimo faixa do EP...




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