Hoje é o dia oficial do lançamento de "Cai No Real", o novo disco dos Peste & Sida!!!
Sonoramente, o disco transmite perfeitamente todo o espírito vivido pela banda nestes últimos meses...
Logo a começar, há uma clara referência a momentos que nos remetem para sonoridades de "Veneno"...
"Cai No Real" e "Bebe Vinho" é como o algodão (não engana). A raíz punk vem ao de cima com um som rasgado e speedado, mas ao mesmo tempo actualizado e elaborado.
A crítica social, o quotidiano citadino, a hipocrisia de 'mãos dadas' com a ganância e o sentido mordaz de quem «anda atento ao que se passa» reina por todo o álbum, aliás é esse o «alerta geral» que os Peste nos transmitem desde o primeiro ao último minuto.
"Revolução Rock" é um tema-festa, popularizado pelos The Clash mas com um toque bem pessoal (uma das principais 'lutas' da banda, sempre empenhada em divulgar o rock cantado em português). "Sente o ritmo, sente o balanço..." ouve-se neste tema e é mesmo isso, há espírito festivo que apela ao movimento dos corpos.
"Cidade Veneno" é um tema especial, com um toque curioso de uma cítara, a letra espelha bem o panorama actual do português 'normal', onde as dificuldades económicas entre as famílias são cada vez maiores (o fosso entre ricos e pobres está cada vez maior), mas "gostamos de viver bem, não passamos sem gastar" e tanto se gosta de passear no centro comercial...
"Entregues Aos Bichos" volta às sonoridades antigas da banda (especialmente nos ritmos e guitarradas) em que se grita "o país vai fechar para obras"... não faltará muito!
Logo se seguida, "Pensar Muito Faz Mal" confirma-nos a vertente punk deste disco, a vocalização desafiante de Almendra, as guitarras que 'correm' ao balanço do 'martelar' da bateria (bem como a gente gosta) faz deste um grande tema...
"Canção de Lisboa" é um momento espectacular, mais uma excelente 'lembrança' do nosso espólio musical, um fado popular em versão punk, a fazer lembrar "Vamos Lá Saíndo" (pelos próprios Peste & Sida), "Alecrim" (Censurados) ou mesmo "A Minha Casinha" (Xutos).
Da autoria de Jaime Santos e Fernando Farinha, faz-nos recordar Vasco Santana sentado na escada a interpretar o dito tema...
"Ernesto Desonesto" conta-nos mais uma história bem ao estilo de "Alcides Pinto", embora com uma temática diferente. Há qualquer coisa de Toy Dolls nesta música (ou não são eles peritos em 'contar histórias', também). Devem prestar atenção às letras e deixarem-se envolver.
E eis que outro tema especial nos invade os ouvidos. "Acredita" tem pouco a ver com Peste & Sida... ou muito pelo contrário? Quem conhece bem a diversidade musical da banda não fica surpreendido, concerteza. Mas eu fiquei, com este tema. A marcação, o andamento, deixa-nos perplexos e fica-se com a clara sensação que esta banda deita vários 'muros' abaixo... o tema é muito bom (mesmo), cativante o suficiente para o querermos voltar a ouvir, quando acaba.
"Chegámos Ao Fim" é o final de festa, com um ritmo estonteante (então ao vivo, é ver a 'movimentação' do pessoal) arrasta-nos para a dança típica dos fãs de Peste & Sida, o pogo de cerveja na mão, magotes de pessoal abraçado aos pulos e pernas para o ar... mesmo que estejamos sentados no sofá! Há um espírito circence meio teatral, há guitarradas desenfreadas, há uma velocidade estonteante e ainda um trecho de "Vamos Lá Saíndo". «Segurem-se», ouve-se no final do tema...
E "Cai No Real" é mesmo isto, espírito de festa, convívio salutar e um brinde ao rock português!!!
Destaca-se a excelente produção de Nuno Rafael (ex-guitarrista de Peste & Sida) em que as vozes estão impecavelmente límpidas e os instrumentos soam bem, sem estarem 'embrulhados', factor que ajuda sempre para percebermos todo o conceito Peste & Sida.
Se bem que ao vivo tudo é mais real, pois os recentes concertos têm confirmado a banda como uma excelente proposta para quem gosta de pura diversão, festa rija e música alta, ou a banda não tivesse dois dos melhores 'frontman' portugueses (João Almendra, um verdadeiro 'animal de palco' e o mestre de cerimónias João San Payo), este disco transmite perfeitamente quem são os Peste & Sida em 2007...
João Alves, o guitarrista da banda (também envolvido em outros projectos) e Marte Ciro (o baterista martelador de grande sentido musical) são mais do que o 'sangue novo' (já estão há 4 anos nos Peste), seguram os temas com firmeza, dando densidade e 'corpo' à estrutura musical, para que tudo funcione.
De fácil audição, só há uma ideia que nos passa pela cabeça, depois de ouvirmos "Cai No Real"... pressionar o botão do 'play' novamente!!!
Bem vindos ao 'ano Peste & Sida'!!! Estão prontos???
5 comentários:
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O novo disco está desde hoje à venda nas lojas!!!
refª: DAS 003/2007
EAN 5605064301589
A edição é da D.A.S. e a distribuição é da Compact Records...
Foi gravado no estúdio Crossover e masterizado no Cervantes estúdio.
Se não encontrares o disco na tua zona, envia um mail a perguntar onde o podes adquirir para...
geral.maia@compactrecords.com
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Não esquecer, dia 1 de junho
concerto de lançamento do novo álbum na S.M.U.P. da Parede
(linha de Cascais, a 1 minuto da estação da CP).
O espectáculo acaba pela meia-noite, o que proporciona o regresso atempado via CP (Lisboa ou Cascais).
Marca na tua agenda!!!
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Não esquecer, traz metal, traz álcool, traz gansa, traz coca, e traz um para mim também.
Haver se caio no real...
Pois é.. traz isso tudo q eu aceito.
Dia 1 Junho na Parede, Carquistão crew vai estar presente em peso..
Força aí!
Grande album!!!
o melhor de 2007!!!
:)
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