Para já, um nome a reter proximamente: Bala Verde! Mas vamos por partes...
Numa das noites mais quentes do ano, realizou-se o evento Punky Reggae Party na zona de Xabregas (Lisboa).
As várias salas disponíveis no Eka Palace dão um toque especial a todo o ambiente. Há exposições de fotografia, pátios com larga zona ao ar livre, zona de bar, sala de concertos e... uma esplanada excelente!
Com início pelas 17 horas (de 29 de Agosto), desde o primeiro momento, a tarde foi apetecível num espaço onde a esplanada foi rainha de todo o dia! Recheada de almofadões, mesas e cadeira, com um ecrã grande para a projecção do filme sobre os proto-punks Death (excelente diga-se, muito emotivo e marcado pela regresso da banda ao fim de 35 anos).
O ambiente de convívio entre as duas bandas (com elementos ´vizinhos` de Arruda dos Vinhos) era sereno, apesar de bem animado.
Depois das 22h30 deu-se início às sonoridades punk em jeito de aquecimento, com a prevista ´Billy session` e houve quem aproveitasse para dançar e pular, apesar do forte calor na sala.
(foto retirada do Facebook de Suicídio Social)
Pelas 24 horas, entram em cena os Suicídio Social. Com um punk cru, corrido e sem floreados, debitam os seus temas sem pedir licença a ninguém.
A banda de Vila Franca de Xira (com elementos de várias zonas circundantes, como referi) já tem algum tempo e apresentaram um alinhamento que cativou todos os presentes. Amizade vs. bebedeiras, são os temas principais, onde se destacou um em especial, com música e letra bem viciante, «não tenho família... não tenho casa... não tenho ninguém...» (ficou no ouvido, sem dúvida).
(foto do evento)
Amigos rodeavam o vocalista que foi irrequieto do primeiro ao último minuto, enquanto o restante público apreciava as acrobacias que iam decorrendo.
Sonoramente, por vezes, fez-me lembrar os saudosos Raiva!!! (do Funchal). Bom final de concerto, boa prestação, muito calor e goelas para refrescar.
(foto retirada do Facebook dos Bala Verde)
Sem perder muito tempo nas mudanças, logo de seguida vieram os estreantes Bala Verde (esta foi a segunda apresentação ao vivo, a primeira foi exactamente na companhia da mesma banda, mas em Arruda dos Vinhos, há menos de um mês).
(foto do evento)
Desde logo, despertou o interesse pela mescla de estilos que apresentaram, desde o punk furioso, ao ska mais ritmado, rasgos hardcore e até vocalizações rap.
(foto do evento)
O som é ´cheio`, compacto e adornado com uma bateria rápida e baixo forte, mas também marcado pela diferença de um saxofone a acompanhar o ritmo (não em prestação freejazz).
(foto do evento)
O vocalista Raffa é muito comunicativo, explica os tópicos de cada tema e mal arrancam as guitarras, fica imparável, ao pulos e às voltas, quase como cercado (pelo público e sala).
A banda colocou projecções temáticas (USA, Bush, guerras várias) que davam um toque especial ao ambiente (que era bastante escuro para uma prestação ao vivo).
(foto do evento)
A sonoridade da banda é muito diversificada, por vezes fez-me lembrar Os Dias De Raiva (temos ´duas Raivas` metidas ao ´barulho`), mas obviamente que as comparações são só num ou outro ponto comum.
(foto do evento)
Terminam passados uns 30 minutos de actuação, com o público em efervescência, a aplaudir de um modo vibrante. Infelizmente ainda não têm muitos temas prontos, de modo a poder tocá-los da maneira que desejam, apesar de estarem a trabalhar neles.
A banda é recente, os membros nem por isso, estão ligados a projectos musicais bastante variados e ao longo de vários anos.
(foto retirada do Facebook dos Bala Verde)
Uma excelente surpresa, algo de fresco em 2015, mesmo sem ser totalmente ´novo`, trata-se de uma proposta singular que só o tempo dirá como será o futuro (próximo). Apesar de descomprometidos, espero ouvir o nome desta banda, muito brevemente em novas apresentações.
O (quase) final da noite ficou reservado para mais clássicos do punk debitados em volume bem alto pelas colunas do espaço (que ainda tremeram).
Mas mesmo no fim, a festa fez-se com ritmos gypsy/balcãs dançáveis e embebidos em ritmos electrónicos que cativaram os mais resistentes até ao final.
Pelas 4 horas, terminou a música, com o silêncio a invadir o Eka Palace, que os presentes teimavam em não persistir mas na verdade, era a hora combinada para o encerramento do evento.
Salvou-se o bar aberto até... de madrugada.
Bandas a ter em conta, bem como este espaço lisboeta que com estas características especiais, pode ser um spot obrigatório para muitos, ainda neste final de Verão!
(imagens retiradas do Facebook)
(Fotos do evento por: Filipa Figueiredo)
Vídeo de Paulo Martins, captado no evento com um dos temas dos Bala Verde...