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quarta-feira, setembro 28, 2011

Meinhof em Lisboa - review

Realizou-se ontem, dia 27 de Setembro o evento que contava com a estreia dos Meinhof em Portugal (no dia anterior foi no Porto, desta vez em Lisboa).

Com início agendado para as 19 horas no espaço do Ginásio Alto Do Pina (perto da Alameda) e com um cartaz que contava com quatro bandas, era fácil adivinhar que podia haver algum atraso, em relação à hora final programada (22 horas, especialmente por ser num ´dia de semana`).



O atraso deu-se logo no início, a primeira banda, os Messfits iniciaram a sua prestação pelas 19h45. Serviu para aquecer o ambiente com as suas versões dos míticos Misfits, o público ainda muito ´preso` ia entrando na sala discretamente. Optou-se pela disposição das bandas no chão em vez do palco daquela sala, o que não beneficiou muito. Uma prestação que satisfez minimamente, sem impressionar.

Logo depois, foi a vez dos Desobediência Geral. Com alguns temas já conhecidos da maior parte dos presentes, a sonoridade punk recheada de mensagem agradou e deu o mote para se sentir mais calor (a todos os níveis). Pena o pormenor da voz mal se ouvir. O público entrava e saía num frenesim constante.

Mais tarde, actuaram os Ali Agca. A banda pratica uma mescla de punk/hardcore/grind/crust que resulta numa sonoridade bastante densa (e na minha opinião, algo saturante). Mas conquistou bastantes adeptos, que já compunham a sala e no final da prestação, recebeu muitos aplausos.




Para o final, ficou a banda que todos esperavam. Apesar de fundada em Londres, é composta por Rosy (espanhola) nas vozes e no baixo, Jarek na guitarra e Frank na bateria.

Já passava largamente das 22 horas quando arrancam com um dos seus melhores temas, "A.A.C.A." (Anarchy And Chaos Association). Desde imediato, a sala já cheia começou em agitação.


Os berros de Rosy não deixam ninguém indiferente. Todos os membros desfilam os seus temas com muita garra e excelente postura para o público.



Destaque especial para o baterista, que apesar de duro e seco a tocar, manipulava o seu instrumento de uma forma segura, fazendo vibrar incansavelmente os imensos pratos disponíveis.

O guitarrista mais sóbrio, segurava a sonoridade dos temas com competência.



Rosy, muito simpática e comunicativa, perguntava como estava a soar tudo e se o pessoal estava a gostar do que ouvia.

A mensagem das letras dos temas reflectem bem a atitude desta banda, com uma activa personalidade, mas sem extremismos...


«Vivemos em Londres, mas não somos ingleses...

Fomos buscar as raízes anarco-punks, mas tentamos fazer algo de novo, algo fresco...


Criámos este nome por existir um activista alemão, Urlike Meinhof… mas não quer dizer que sejamos fãs dele e dos seus ideais... é apenas um nome...


Pensamos no punk como uma ameaça ao sistema... e por isso, somos leais ao punk... é o nosso ´escudo` contra este mundo cheio de mentiras, hipocrisia e falsos profetas...
»

O concerto segue sem interrupções, com o imenso calor a fazer-se sentir.

"Have We Lost Everything" e "Ghetto Punk" são pontos altos, regista-se sonoramente e pelo agrado do público.

Ouvem mais temas, alguns novos e toda a gente parece envolvida, havendo movimentação considerável (o costume do ´empurrar-cair-levantar alguém do chão`).



No final, pelas 23h10 indicam que têm de terminar a actuação e resolvem tocar mais dois temas, repetindo o clássico "A.A.C.A.", terminando sob aplausos de todos os presentes.

Muita gente fez questão de ir cumprimentar os músicos e dar a sua opinião sobre o concerto, acção a que os Meinhof responderam simpaticamente.

Quem conhece minimamente esta banda, pode ter ficado algo decepcionado... mas não pela prestação da banda, que esteve imaculada.

A falta de um PA e de material decente para uma banda com este power, condicionou um pouco (não só os Meinhof, mas todas as bandas do evento).

O backline disponível não era fraco, mas as vozes foram castigadas quanto baste, quando o som se tornava mais denso e como referi, foi um aspecto negativo em todo o evento.

Mas não deixou de fazer toda a gente sair desta sala, visivelmente satisfeita. Valeu bem a pena.

É óptimo poder ver uma banda punk estrangeira com considerável feedback a estrear-se, o que sinceramente já não acontecia por cá há algum tempo.

Por isso, parabéns à organização por ter aceite este desafio ibérico que conta com cerca de 8 datas em Espanha.


(fotos retiradas do site oficial da banda)


3 comentários:

Billy disse...

***

Já passava largamente das 22 horas quando arrancam com um dos seus melhores temas, "A.A.C.A." (Anarchy And Chaos Association). Desde imediato, a sala já cheia começou em agitação...

Os berros de Rosy não deixam ninguém indiferente. Todos os membros desfilam os seus temas com muita garra e excelente postura para o público...


***

Sheena disse...

Parabéns por mais uma excelente review, que regista a passagem desta banda por Portugal com um relato muito equilibrado e bastante visual,relevando os momentos altos/aspectos positivos da noite, não deixando contudo de referir aquele que é sem dúvida um problema recorrente nestes eventos 'low budget'/diy...

Anónimo disse...

Concertos low budget! Podem crer, que nojo.. o diy é para posers, metam mas é bandas destas no musicbox a pagar 10€! isso sim é que é punk!