Já toda a gente conhece a banda de João Morais, mais conhecido por João Corrosão ou mesmo João Gazua. A permanente e ininterrupta actividade não tem deixado niguém indiferente.
"Convocação"(2008), "Música Pirata"(2009), "ContraCultura"(2010), "Transgressão"(2012) e o último "Sobrenatural" (2015) deixam bem patente a força de vontade dos Gazua e especialmente de se exprimirem, tanto na sonoridade como na mensagem escrita (letras dos temas).
Num momento de pausa, o Billy News achou pertinente colocar algumas questões ao guitarrista/vocalista da banda actualmente composta pelo mentor e ainda pelo baterista JP Teixeira..
Billy- Depois de mais de uma década de actividade e cinco álbuns editados, a sensação que tenho da solidez dos Gazua é que ao longo do tempo têm atingido um público mais vasto, ou seja, para além dos fãs habituais. Especialmente nas actuações, têm surgido novos ´interessados` e bastantes curiosos. Como banda, também sentem isso?
João- Bem, sentimos que os Gazua têm bom feedback de vários quadrantes da música em geral mas também temos consciência que isso tem dispersado muito o nosso público e que isso é um pau de dois bicos. O que nos interessa é que de uma forma geral a receptividade é boa e positiva. Esse é o ingrediente principal para continuarmos a trabalhar.
Billy- Em Abril deste ano, perderam o baixista de há dez anos (Paulinho). Têm contratado amigos como convidados para o substituir nas várias actuações. O que nos podes dizer sobre isso? Já têm algum baixista formalmente a fazer parte da banda?
João- depois da saída do Paulinho contámos com a participação do Bruno Alves (Porta Voz e Revolta) em 2 actuações e do João Brr (Anti-Clockwise) numa noite de tributo ao David Bowie mas depois disso decidimos parar para pensar com calma no nosso futuro.
Neste momento estamos a trabalhar em material novo com o João Brr. É um excelente baixista, experiente, e que de momento não tinha nenhum projecto a funcionar a 100%. As coisas estão a correr muito bem.
Billy- Os Gazua fizeram uma pausa de verão. Foi propositado ou por falta de confirmações de concertos?
João- com a saída do Paulinho quisemos mesmo parar e pensar qual seria o passo acertado para as coisas continuarem a fazer sentido.
Surgiram algumas oportunidades mas achámos que esta paragem também seria a altura ideal para abraçar novo material e por isso concentrámos toda a nossa atenção nesse objectivo.
Billy- Como sei que os Gazua nunca param, devem ter já alguns temas novos a serem preparados. Em que fase estão, já apresentaram algum ao vivo em jeito de teste ou ainda estão a ser trabalhados e mantidos apenas no seio da banda?
João- Só parámos para refrescar o nosso leque de referências. Neste momento tudo o que estamos a fazer de novo está circunscrito à sala de ensaios. não temos concertos marcados e nesta fase queremos apenas trabalhar sem pressas e sem compromissos.
Queremos fazer um disco que nos orgulhe e nos motive pois sem isso nada faz sentido.
Billy- Quanto a próximas datas ao vivo, há algumas confirmadas, para já?
João- Não temos nada em vista para já e pelo andar da carruagem só fará sentido tocar ao vivo lá para a primavera. Não queremos voltar aos palcos com os temas do costume e por isso iremos esperar até termos um bom punhado de temas novos para apresentar. Temos necessidade de nos desafiar a nós próprios e de desafiar as pessoas que nos seguem. Se isso é a fórmula certa não sei mas é que faz mais sentido para nós. 2017 será um ano de novidades!
Billy- Pessoalmente, sempre tiveste envolvido na música e em projectos ora semelhantes, ora musicalmente diferentes da veia rock, punk, etc.
Corrosão Caótica, Lunar Caustic, Osso Duro De Roer, Komodo Wagon, No-Counts Doctrine Of Mayhem, Blue Moves, ElectroCordel, Inspectores e Fantasmas Do Paraíso, tiveram a tua marca. Neste momento estás com o projecto O Gajo (viola campaniça), que actualmente está bem activo. Há tempos,também fizeste esboços musicais com guitarra de fado. Explica como surgiu esta ideia, da campaniça.
João- A Campaniça aparece numa altura em que sinto necessidade de ligar à terra a minha veia criativa e para isso nada melhor do que trocar a convencional guitarra eléctrica por uma viola tradicional portuguesa.
A partir daí, deixei fluir as ideias e assim surge “O Gajo”.
Já passei por projectos muito distintos musicalmente mas este é o caminho que faz mais sentido para mim nesta fase da vida.
Gosto de contrabalançar a gritaria dos Gazua com a paz da Viola Campaniça, completo-me mais.
(imagens retiradas da página do FB da banda)
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Em jeito de recordação, aqui fica o tema que deu o título ao último disco da banda lisboeta...
1 comentário:
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Aqui fica um agradecimento especial aos Gazua, pela entrevista, tempo dispensado e longa amizade!
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