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quinta-feira, janeiro 13, 2022

Xutos & Pontapés - primeiro concerto foi há 43 anos

 


PARABÉNS XUTOS & PONTAPÉS PELOS 43 ANOS!
Socorrendo-nos das entrevistas para o primeiro Bookstage (2012) e de um excerto, inédito, a sair no próximo volume do Bookstage, aqui ficam as recordações de Zé Pedro, Zé Leonel e Tim sobre esse 1º concerto realizado faz hoje 43 anos:
PERGUNTA: Um momento histórico aconteceu no dia 13 de Janeiro de 1979, na Sociedade Filarmónica Alunos de Apolo. Diz a lenda que o vosso primeiro concerto foi rápido e intenso. Lembras-te do que sucedeu em palco? 
 
ZÉ PEDRO: "Aquilo foi muito rápido porque as músicas estavam mal coladas. Tínhamos tido dois ensaios curtos, um deles no dia do concerto. Foi uma pressão do Pedro Ayres Magalhães, de modo a que nos estreássemos porque os Faíscas iam terminar. Fui buscar o Kalú ao Ralis, tinha sido a primeira semana de tropa dele, nem conseguimos avisá-lo antes. Ele vinha todo “partido”. As músicas estavam muito coladas a cuspo e fiquei encarregue de dar os sinais de fecho das canções. Entre o nervosismo e os comprimidos mais acelerados que tomávamos, acabámos por tocar quatro músicas em seis minutos. Foi histórico. Saímos de palco, ninguém bateu palmas, ninguém assobiou, ficou tudo sem saber o que se tinha passado, houve gente que pensou que estivéssemos só a testar o som, mas pronto, o concerto tinha acabado e foi assim o nosso começo. Achámos que éramos a melhor banda do mundo."
 
ZÉ LEONEL: "Sim, eu recordo-me do que aconteceu em palco. Ainda tenho a imagem de estar um indivíduo a tirar fotografias e de eu lhe pôr a mão na cabeça a cantar que lhe ia comer a namorada. O concerto aconteceu muito rápido, como acontecem todos os primeiros concertos de todas as bandas, ao longo do tempo. No nosso caso talvez tenha sido um bocado mais rápido porque nós tocávamos punk e as músicas eram mais rápidas. De resto, penso que dizer que aquilo foi aqueles poucochinhos minutos é não querer interpretar o que é a música em si e o que é o princípio das bandas. Não vejo outra razão. Nós tocámos os temas que levávamos para tocar. Eu consigo definir as coisas desta maneira: consegui dizer as letras todas. Se consegui cantar as letras todas, se calhar de uma forma um bocadinho mais rápida do que é habitual, não foi nada do outro mundo. O concerto foi muito porreiro para mim porque o meu amorzinho, na altura, conseguiu ir de Almada até lá, a Campo de Ourique, e eu consegui encontrar umas escadas vazias e dar uma valente queca. Foi uma felicidade enorme." 
 
TIM: "Sim. (risos) Tenho recordações de muitos concertos e esse é um deles. Não posso é explicar-te muito bem. (risos) A nossa entrada em palco já foi tardia. Não sabíamos se era, se não era. E nunca tive a consciência perfeita de que ia ali tocar, apenas que ia àquela festa onde talvez pudéssemos tocar. Era uma coisa que talvez o Zé Leonel ou o Zé Pedro soubessem e me tivessem dito assim por alto. E tocámos mesmo! Lembro-me de estar em cima do palco e de olhar para a sala. A coisa realmente foi rápida porque as músicas foram tocadas muito depressa. Não eram muito grandes e eram poucos temas, talvez quatro, cinco ou seis. Quando se começou não se teve a sensação de que se estava a fazer uma prestação. Acho que não se fez aquilo para as pessoas! Foi tão rápido, tão instantâneo, tão em sobressalto, que aquilo aconteceu e pronto. E se calhar por causa disso (risos) é que depois passámos a ter em atenção o tocar para as pessoas. (risos) Porque aquilo foi tão em sobressalto. Depois, um saiu pela frente, outro saiu por trás, uma grande cegada porque não tínhamos consciência de que estávamos efectivamente a tocar. Foi uma estreia inesperada."

 

 

(texto da autoria de Luís Silva Do Ó)

 

1 comentário:

Billy disse...

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Texto retirado de...

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