A banda de Viseu está de volta! Depois de «Na Taberna Do BA» (2017), «Zurrapa Som Sistema» (2018), "(Des)governo No País Das Maravilhas" e "Lambe-me O CUbo" (ambos de 2020), chega-nos agora um novo álbum!
"O Triunfo Dos Porcos"... e (logicamente) vem carregadinho de ´porcos`!
Não dos animais em si, mas de vários ´personagens` da actualidade... portugueses e não só! O paralelismo da autoria de George Orwell adaptada à nossa realidade funciona perfeitamente pela mão dos Zurrapa, numa (já habitual) espécie de convocatória a um estado de alerta.
Neste "Triunfo..." sobressai logo a capa, com imagens facilmente identificativas, complementadas com as imagens dos ´ditos porcos` em posições desnudadas no interior do livro que acompanha este CD.
Desta vez nota-se que o teor lírico é mais amargo, ainda mais corrosivo... e eu gosto disso. A nível musical, não comprometem nem um bocadinho o seu cunho pessoal que já é bastante conhecido, punk rock corrido com marcação dura da bateria, tudo sem floreados. É o que se quer.
O disco abre com o tema-título, ouvem-se tipos de caçadeira a dar o mote se segue-se um instrumental típico ´à la Zurrapa`.
Segue-se "A Vingança De Jaqueline Rose", com uma temática algo negra, mas sempre com um ritmo balanceado e a bateria a marcar ritmo.
"Esses Cães" mantém o balanço, ouve-se «esses cães são chulos e haviam de morrer»... está tudo dito.
Na mesma asserção, forma e conteúdo, continua "Estou-me A Cagar"... «são uma peste sem cura que não pára de alastrar»... e não falam de pandemias... são mesmo os ´porcos`. Foi um dos temas de avanço deste álbum.
"Elas Que Te Perdoem" reflete uma temática que gira em torno daquela promiscuidade que tanto os fiéis se desculpam com a absolvição religiosa aos domingos, aquele ´perdão` nojento. Mais um tema actual.
A seguir, surge "John Wayne Gacy", uma alusão directa ao famoso assassínio norte-americano, mas numa curta faixa, tanto de duração como a nível de letra.
Logo depois vem "Comilões De Merda", sem papas na língua debitam a música e letra da tal forma corrosiva que referi. Faixa iniciada (muito bem) a propósito com um discurso dum verdadeiro ´porco`, neste caso insular que tantos privilégios vergonhosamente tem recebido dos sucessivos governos do nosso país. Uma das melhores músicas do disco.
De seguida, "Dia De Folga" é um tema algo diferente, numa versão da conhecida fadista Ana Moura. Creio que será uma tentativa já explorada por várias bandas como os Censurados («Alecrim»), Peste & Sida («Cantiga Da Rua»), Xutos («A Minha Casinha»), Porta Voz («Malhão, Malhão») e outras tantas, em dar uma roupagem punk a um tema popular. Deve resultar melhor ao vivo, em ambiente festivo. Mas valeu pela ´experiência`.
"Canabis No Meu Quintal" traz novamente a festa típica dos Zurrapa! O som ´gravalhão` do baixo está excelente e com o refrão a ser cantado em plenos pulmões, promete mesmo ser um tema ´obrigatório` ao vivo. Letra mínima, galhofa e farra no nível máximo. Há canções simples que são assim. E perduram...
O álbum termina com dois temas-extra, já tinham sido divulgados por via digital, mas sem edição física, que completam este trabalho. São eles "Pai Natal, O Putanheiro" e ainda "Hino Do Clube União Micaelense", clube açoriano esse que a banda é muito próxima (tocaram lá há poucos dias).
No total são 11 faixas em pouco mais de 25 minutos que agradam facilmente fãs e novos ouvintes. Como referi mantêm o estilo próprio da banda e prometem fazer a festa na casa de cada um de nós. Obviamente tem o ´carimbo de obrigatório`.
CD (edição de autor) 2022
Recorda-se aqui uma das faixas deste disco...
Podem encomendar o disco, a t-shirt alusiva a este trabalho ou simplesmente obter mais informação dos Zurrapa acedendo aqui!
2 comentários:
ainda nao ouvi mas deve muito bom
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Já podem ouvir todo o álbum neste link...
https://www.youtube.com/playlist?list=OLAK5uy_mKPpvtsTorGRBOjx6bSg9RW8G6EuvjmLw
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