sexta-feira, julho 07, 2006

Peste & Sida - Studio Report



Os Peste & Sida estão há vários dias em estúdio, a gravar o sucessor de"Tóxico"
de 2004.
Nesta nova aventura, contam com a presença nas gravações de um ex-Peste & Sida,
o activo Nuno Rafael (que saiu duma banda considerada por muitos como mítica,
os Vómito, para se juntar aos Peste por volta de 1989).

Apesar disso, a banda não larga a
estrada, fazendo a festa um pouco por todo
o país...
Tive a oportunidade e o privilégio de ir aos estúdios Crossover e assistir
às primeiras impressões sobre as gravações (em bruto) dos novos temas.

Troquei umas impressões muito
rápidas com João San Payo, o baixista de sempre
dos Peste & Sida, que teve desde o primeiro dia de banda um papel preponderante
nas vocalizações de temas que muita gente conhece, hoje em dia, para além de
ao vivo ser um animador com classe...
Seguem abaixo umas perguntas que fiz com (óbvias) referências ao novo trabalho...
 

Billy - O álbum parece-me muito variado, com guitarradas e ritmos acelerados
que puxam a agitação (já estou a imaginar o alvoroço, ao vivo), mas também
com momentos mais fechados, contidos e também com muitas surpresas.
De uma maneira geral, que pensas sobre o que pode vir a ser este novo disco?

João San Payo (JSP)Este sexto álbum será um marco importante porque vai
ficar na história dos Peste & Sida como o primeiro registo das músicas
compostas por esta nova formação.
O Marte e o João Alves contrib
uíram decisivamente para gravar o “Tóxico”
em 2003 e para que os Peste regressassem ao activo e neste trabalho
assinam autorias de Peste & Sida pela primeira vez.
O génio criativo deles contribui para estas novas faixas, para o som actual
dos Peste & Sida e para o rumo que queremos dar à banda.
E alinhámos em manter o ec
letismo e a liberdade de explorar as mais variadas
ideias de cada uma das nossas cabecinhas, mantendo-nos coerentes com a maneira
de compor dos Peste & Sida de sempre.
 



Billy – Já experimentaram alguns temas ao vivo, presenciei o vosso concerto
em Linda-a-Velha, por exemplo, onde apresentaram três (salvo erro) e foi
aquela festança que deixou o pessoal com Peste a ecoar nos ouvidos...
JSPEstávamos entre amigos, todo o ambiente ajudou para que arriscássemos
algumas faixas novas e não podíamos perder a oportunidade de as dar a
conhecer em primeira-mão à malta que gosta realmente de ouvir Peste.
E para nós, a opinião de qu
em nos está mais próximo em relação ao que
estamos a fazer é mais importante do que a da malta dos media que teima
em não aparecer nos nossos gigs.
 


Billy – Ouvi uma versão de um tema bem conhecido dos The Clash, tocada ao
vosso estilo, que o pessoal vai logo identificar... sempre houve uma
empatia vossa por essa banda, como a alusão do primeiro disco "Veneno"
a um trabalho da banda inglesa...
JSPÉ uma adaptação do Revolution Rock, um reggae do Jackie Edwards que
os The Clash gravaram no London Calling.
Depois deles já outras bandas tocaram esse reggae bem animado.
O Joe Strummer e os The Cla
sh serão sempre uma referência incontornável
para os Peste & Sida.
Ouvimos muita música e as
similamos muita informação mas essa fonte continua
a ser inesgotável.




Billy - O tema com o refrão "Bebe vinho, bebe vinho, faz-te um homenzinho"
é mesmo animado, tanto musicalmente como a nível de letra... há alguma
história, algum tipo de mensagem ou é para a curtição, para reinar com o pessoal?
JSPÉ um tema que reflecte a ironia com que encaramos o problema do consumo
de aditivos, sejam estes legalizados ou não.
As drogas duras continuam
a ser um grave problema e vão entrando no mercado
sintéticos e outras mistelas que muitas vezes nem chegamos a saber bem o que são.
Mas para a O.M.S. o problem
a nº1 de toxicodependência em Portugal continua a
ser o alcoolismo.
Talvez porque durante muito tempo se promoveu o consumo de vinho para adormecer
e manipular o pessoal, com o argumento de que era bom para a economia do país.
Lá dizia o Salazar: “beber u
m copo de vinho é alimentar um milhão de portugueses”.
Não somos salazaristas mas p
referimos um bom tintol a cerveja e gostaríamos que
este produto nacional se conseguisse impor como os grandes grupos económicos
estrangeiros que detém a negociata da cerveja e que todos os anos nos embebedam
com festivais de verão e queimas da estudantada e outras festas mais.
E venham elas que tristezas não pagam dívidas!

 
 
 
Billy – Alguma história sei que envolve o tema em que um fado é cantado e
tocado em versão punk rock... ao princípio quando me falaste que escolheram
um fado para tocar, fiquei um bocado apreensivo... quando o ouvi, achei
excelente, fez-me lembrar algo do género do "Vamos lá saindo" ou mesmo
o "Cantiga da Rua".
Concordas ou é diferente?
JSPConcordo inteiramente, ilustre Billy. 
É mais uma adaptação à maneira dos Peste e é uma homenagem a esse grande
fadista que ficou conhecido como “o miúdo da Bica”.
Lembram-se quem era? – Descubram!
O primeiro a adivinhar ganha um doce!
 
 
 
Billy – Sei que ainda estamos a ouvir um produto em bruto, que ainda
vai ser remisturado e calibrado.
O Nuno Rafael é uma mais-valia
para quem é um pouco mais exigente com
a sonoridade final de um disco.
Além de um prazer, é sorte poder contar com ele, pois anda sempre
tão activo...
 
JSPO Nuno tem sido uma peça chave no trabalho de estúdio que temos feito.
Analisou o material que nós levámos e depois ajudou-nos a tocar cada música
duma maneira muito mais disciplinada.
O resultado foi imediato, as músicas passaram a soar muito mais objectivas
e cresceram em termos de som.
O gosto que ele tem em explor
ar diferentes sonoridades e o facto de já ter
sido um Peste durante quatro anos e de conhecer bem o nosso universo
também joga a favor desta produção.
Só é pena não termos combi
nado trabalhar com ele mais cedo porque como tu
bem dizes, ele anda sempre tão activo que já tinha a agenda completamente
preenchida para este ano.
Mas nós aceitámos trabalhar consoante a disponibilidade dele e este mês
vamos fazer uma pausa.
Em Setembro voltamos ao estúdio.
Entretanto vamos tocando as f
aixas novas ao vivo.
E as antigas, inevitavelmente!


 
 
 
Billy – Sei também que aguardam por ter algo mais palpável para poder ir
apresentar às várias editoras o vosso trabalho, que também já sei que
manifestamente estão interessadas neste novo trabalho.
Qual é a data que desejariam
ver o vosso disco lançado, se tudo
‘corresse sobre rodas’?

JSPDepois de ouvirmos o que até aqui gravamos e de perceber o que
ainda falta gravar chegamos à conclusão que não é realista pensar que
o álbum ainda poderá sair este ano.
Goraram-se as expectativas de
lançar o sexto álbum no ano do vigésimo
aniversário da banda.
Mas isso não é muito impo
rtante nem justificaria apressar o processo
e correr o risco de fazer uma cagada que nos decepcione a todos
(a nós e aos que nos ouvem).
Mais vale cair na real e mentaliza
r-nos que o próximo álbum de
Peste & Sida só sairá em 2007 porque o estamos a criar com a
ponderação que achamos necessária para que nos soe bem (se não for
a todos, pelo menos que seja aos que se interessam pela banda).


 

 
Billy – Há algum título provisório ou mesmo definitivo para o disco?
JSP Das 738669 sugestões que nos surgiram ainda não conseguimos escolher nenhuma.

 

Billy
- A presença mais efectiva de João Pedro Almendra é sem dúvida uma
alegria para todos os fãs de Peste & Sida, especialmente ao vivo, pois ele
é mesmo um animal de palco, salta, desafia, puxa pelo pessoal e só pára
quando o concerto morre.
Para muitos também foi com tristeza que momentaneamente
Orlando Cohen
deixou de marcar presença assídua neste vosso regresso.
Sei que ele se encontra em Inglaterra,
de momento.
Que me podes dizer
sobre estas duas situações?

JSPUns vão-se, os outros vêem-se!
O João Pedro está de
pedra e cal.
O
Orlando decidiu continuar a carreira dele no estrangeiro.
Não tem família por cá que dependa dele e está mais disponível para
tentar a sua sorte lá fora.
Desejo-lhe toda a sorte para toda a vida.
Ao contrário dele, eu e o Marte
já temos crianças e, como o João Pedro
Almendra e o João Alves, também estamos envolvidos noutros projectos
que por cá temos.
Mesmo quando não é P
este, a música e os instrumentos são sempre a nossa
ferramenta de trabalho.
É o que nós sabemos fazer para ganhar a vidinha.
Já dizia o outro: “Estudassem,
tivessem estudado…”
 
 
 
Billy – Uma mensagem simples para os leitores do Billy News e fãs de
Peste & Sida em geral...
 
JSP
Não esperem até Fevereiro pelo novo álbum de Peste & Sida – apareçam
nos gigs e faremos a festa juntos!
 
As promessas cumprem-se com os Peste & Sida!!!
 
Hoje, a banda vai actuar na Póvoa de Stª Iría pelas 22 horas...
Querem mais motivos para aparecer?
Eu estou lá, sem dúvida!
Entretanto, vão espreitando...

http://www.myspace.com/pestesida

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10 Comments:

Blogger Billy said...

Muito obrigado a João San Payo e aos Peste & Sida pela disponibilidade e pelo convite de visitá-los em pleno estúdio, numa altura de empenho e concentração...

Este disco há de ter o seu lugar na história da banda e da música portuguesa, de um modo geral...

Aguarda-se ansiosamente!!!

Peste & Sida até ao fim...

1:48 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

fixe vamos ficar a espera

3:06 da manhã  
Blogger musicker said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

10:03 da manhã  
Blogger musicker said...

Boa Billy! Gostei mesmo desta amena cavaqueira com o San-Payo.
E é bom saber que a banda está cheia de projectos e muita vontade para estourar com a pasmaceira deste país à beira mar plantado (agora que o futebol se foi...).
O Nuno Rafael está a ajudá-los em estúdio... excelente!
Resta-me desejar a melhor sorte para o San-Payo e Cª, um abraço para ele e outro para ti, Billy!

10:05 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pois é... Portentosa entrevista ao San Payo.
Levantou-se o véu acerca de muito o que esta rapaziada anda a fazer "nos bastidores".
Estou a ver que o álbum ainda está a marinar, por isso resta-nos a balbúrdia campal dos concertos "à la Peste".

Continuem a dar-lhe, que nós estamos por aí...

Big up Peste & Billy!

10:07 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Muito Obrigado pela entrevista, bem fixe, billy. Eles visitaram a minha terra que se chama Santa Iria de Azóia e não Póvoa de Santa Iria, como vem no post! No final ainda tivemos à conversa com o JSP e resto da banda e ficamos a saber que estão com agenda de concertos bem recheada! Ainda bem para eles e que os motive para o novo trabalho. A malta ficou com o bichinho, mexer o esqueleto e cá estamos à espera do novo album.

7:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

excelente entrevista.oteu blog continua a informar o pessoal sempre das novidades.abraço.JPR

8:57 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

parabens aos peste.

1:13 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

peste e sida com um grande regresso. parabens mesmo pela entrevista está excelente.Luís.

12:39 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

boa entrevista é fixe saber q a banda ta de volta.alcides pinto

8:41 da tarde  

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