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domingo, novembro 01, 2009

Morreu António Sérgio

Velório de António Sérgio na Basílica da Estrela, em Lisboa

O velório de António Sérgio realiza-se a partir das 18h00 de hoje na Basílica da Estrela, em Lisboa. O funeral está marcado para segunda-feira no Cemitério dos Prazeres, depois da missa de corpo presente, às 15h00.


O último dos radialistas com programa de autor, morreu sábado à noite em consequência de um problema cardíaco, mas a sua influência nas ondas hertzianas estendeu-se ao longo dos anos, na divulgação da chamada música alternativa.

António Sérgio fazia actualmente o programa "Viriato 25" da rádio Radar, tendo inclusivamente estado em estúdio a gravar o programa da próxima semana, que será posto no ar tal como previsto, garantiu Luís Montez.

O dono da Radar qualificou António Sérgio como "um mestre da rádio, uma referência" ou o "John Peel português". Montez afirmou que o radialista era um exemplo de trabalho e dedicação e "estava sempre preocupado com os ouvintes".

Luiz Montez contou ainda que António Sérgio foi mesmo trabalhar no dia em que morreu o pai e disse apenas: "os ouvintes estão à minha espera".

Homem da rádio, António Sérgio, de 59 anos, começou em 1968 na Rádio Renascença, seguindo as pisadas do pai, mas foi no final da década de 1970, quando ingressou na Rádio Comercial, que a sua popularidade se consolidou, ajudando a divulgar novos estilos e tendências da música moderna.

Programas como Rotação (de 1977 a 1980), Rolls Rock, Som da Frente (de 1982 a 1993), Lança-Chamas, O Grande Delta (de 1993 a 1997) e A Hora do Lobo, todos na Rádio Comercial, foram a sua imagem de marca na ondas da rádio.

António Sérgio fazia actualmente o programa Viriato 25 da rádio Radar, tendo inclusivamente gravado em estúdio o programa da próxima semana, que será posto no ar tal como previsto, garantiu Luís Montez, um dos proprietários daquela emissora.

Antes de entrar na Radar, em Dezembro de 2007, António Sérgio viu-se envolvido numa polémica na Rádio Comercial, quando a Hora do Lobo, o programa que aí mantinha foi cancelado, decisão que motivou uma onda de reacções e protestos de ouvintes.

"As pessoas que foram responsáveis (pela Comercial) consideraram que a manutenção daquele programa de autor era prestigiante para a rádio, mas agora já não acham", lamentou António Sérgio nessa altura.

João David Nunes, um dos fundadores da Rádio Comercial e que levou António Sérgio para a emissora da Rua Sampaio Pina, na década de 1970, disse hoje à Lusa que o radialista deixa uma "marca indelével" na rádio portuguesa.



Lusa

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