O concerto dos Mão Morta no Fórum Lisboa, no passado dia 15 de janeiro, mostrou a banda em grande!
Passavam 15 minutos das 22 horas (vá lá, não foi um grande atraso) quando Adolfo e seus comparsas subiram ao palco.
Iniciaram a prestação com o tema "Gumes"(canção de abertura do último disco "Nus", com cerca de 25 minutos).
O efeito criado através de "biombos" em que só se via a silhueta dos músicos, era cativante.
A parte teatral de Adolfo (protagonizando o diálogo do tema com um fantoche) esteve excelente.
Seguiram-se muitas outras canções, de vários álbuns anteriores, sempre alternados com temas do "Nus".
Os Mão Morta optaram por oferecer à plateia da sala lisboeta (esgotadíssima, diga-se), um espectáculo mais intimista, mais pessoal e com menos temas sobejamente conhecidos, o que para um fã que acompanha normalmente a banda, foi óptimo!
Não faltaram temas que segundo os próprios, recuperaram há poucos dias atrás, pois "tinham ficado um pouco esquecidos", como o "Paris" do disco "Mutantes S.21" e outros do género.
O concerto decorreu sob o olhar atento de todos os presentes na sala, sempre com aplausos bem sonoros e urros de rejúbilo, em demonstração de agrado pela prestação dos 6 elementos.
De salientar que as luzes estavam excelentes, combinando bem com a sonorização de cada tema, perfeição esta demostrativa de um técnico bem conhecedor do som da banda.
A qualidade sonora teve nota acima da média (a sala também ajuda, até se ouvia bem 2 chatos sempre a conversar a uns metros de mim).
Foi um concerto intenso, bem embebido no ambiente negro e sombrio do último trabalho da banda, que se traduziu numa mensagem forte, directa e pragmática (ao mesmo tempo), sem nunca perder o"equilíbro" do "ser" como homem, em relação a tudo o que nos rodeia.
Como sempre, a "acção" (leia-se, teatralidade e contacto com o público em discurso directo), pertenceu sempre a Adolfo Luxúria Canibal, utilizando o habitual protagonismo para "desafiar" o público a um comentário, assobio ou grito.
Aliás, Adolfo gosta sempre de "puxar" a platéia, sempre foi uma característica marcante neste intérprete português, com um estatuto de verdadeiro "senhor", na música portuguesa actual.
Se bem que se o resto da banda se aplica à execução dos seus instrumentos, muitas vezes mal levantando a cabeça para olhar para o público (aliás, como sempre o fazem habitualmente), logo de seguida penso na famosa expressão do Adolfo, "o que é que isso interessa? Nada...", o que me deixa igualmente satisfeito.
Antes e depois do concerto assistiu-se a uma estranha fila (bem grande, por sinal) que depois descobri que se tratava de pessoal para adquirir o disco "Nus", que tanta dificuldade tem causado às pessoas, para o encontrar disponível nas lojas.
Constatei que o preço de venda do CD era de 9.50 euros (parabéns, Cobra).
Falei com o guitarrista Vasco e garantiu-me que tudo está a ser tratado para em fevereiro ser recolocado à venda em inúmeras lojas pelo país fora, confirmando-me que tudo se tratou de um acordo contractual em que a banda se mostrou imensamente arrependida com a distribuição feita até este momento.
Balanço feito, quem foi, ganhou imensamente, pois não foi "mais um" concerto de Mão Morta e sim, mais um momento intenso proporcionado pelos 6 magníficos.
Quem não foi... perdeu a oportunidade de ver uma das bandas mais consistentes e mais intensas actualmente a actuar.
Uma frase ficou a ecoar na minha cabeça, depois do espectáculo e acompanhou-me o resto da noite, no Lx Bar, a beber uma cervejola com o pessoal, "faz da vida um festim..."
3 comentários:
Uma das coisa que também me agradou imensamente, foi o de reencontrar montes de pessoal, que já não via há algum tempo.
Muita gente respondeu à "chamada", como o Piranha, o Sérgio, o Anhuca, o Chico, a Suzy, o Faísca, o Onório, o Nuno, a Dilar, a Anabela, a Teresa e claro... eu próprio!
A Mão pode estar Morta, mas ainda mexe...
Esqueci-me de assinar o comentário anterior...
Ass: Billy
deve ter sido fixe
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