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sexta-feira, agosto 19, 2005

Dead Combo - os portugueses...


Já tinha ouvido falar, mas só hoje (mais vale tarde do que nunca, certo?) vi o novo clip dos Dead Combo, os portugueses...

O som do projecto é interessante e a ideia é bem envolvente (cativa logo pelo ambiente, cinzento e misterioso, juntamente com a parte sonora).

Também é bem engraçado ver o Piranha, Moles, Carolas, Vasco e compª a desempenhar um papel sombrio e intrigante, no video (um abraço para todos).

Merece a pena espreitar o site desta cativante banda aqui e verem o que acham...

2 comentários:

Billy disse...

Segue abaixo uma entrevista feita à banda:



DEAD COMBO
ELÉCTRICO FANTASMA

Entre a luz das velhas paredes brancas de Lisboa e o cheiro a pólvora de um western spaghetti, os Dead Combo surgem para nos guiarem num eléctrico fantasma através de um mundo de imagens e sons que apelam directamente ao imaginário do ouvinte.

Depois de uma homenagem a Carlos Paredes e de um álbum de originais aclamado pela crítica nacional, este eléctrico vai passar dia 27 deste mês pela Galeria Zé dos Bois, em Lisboa.

Tó Trips e Pedro V. Gonçalves encontraram-se no final de um concerto em Lisboa e no passeio a pé, de volta para casa, surgiu a ideia de meter o contrabaixo de Pedro V. Gonçalves nas guitarradas que Tó Trips tinha composto.

Tinham acabado de nascer os Dead Combo, uma nova banda instrumental portuguesa inspirada na música de Carlos Paredes, na marginalidade do fado vadio e nas cowboiadas passadas num deserto imenso.

Aliando um lado visual forte com a melancolia lisboeta, o ouvinte entra num mundo misterioso e romântico, onde a paixão se encontra no virar da esquina, no meio de algum sangue e de lágrimas derramadas no chão. Assumindo abertamente um lado tosco, os Dead Combo recusam-se a retirar ao ouvinte a liberdade de poderem criarem novos mundos com a sua música e escondem a cara nos concertos como super-heróis de Banda Desenhada.

É esta banda que volta no dia 27 de Janeiro para assombrar a Galeria Zé dos Bois numa parceria com a banda finlandesa de electro-rock chamada… Dead Combo.

Da coincidência nos nomes surgiu a ideia deste concerto, que irá juntar dois mundos muito distintos. A Mondo Bizarre entrevistou os portugueses algures no Bairro Alto em Lisboa.

Os Dead Combo começaram depois do concerto de Howe Gelb em Lisboa…

Qual foi o click que surgiu nesse concerto que vos fez imaginar um projecto que misturasse o ambiente dos westerns com a melancolia fadista lisboeta?

Tó Trips – A cena dos Dead Combo, ou seja donde veio, já veio de antes. Encontramo-nos nesse concerto e à saída pedi boleia ao Pedro, que não tinha carro, e viemos os dois a pé. Entretanto tinha tido um convite do Henrique Amaro (que tinha ouvido umas guitarradas que eu tinha gravado há ano atrás) para participar naquele disco dos “Movimentos Perpétuos” [álbum de homenagem a Carlos Paredes]. Entretanto encontrei o Pedro no final desse concerto e convidei-o para meter o contrabaixo nessa peça de guitarra, assim foi, e gravamos essa música para os “Movimentos Perpétuos”. O formato apareceu a partir daí, quando o Pedro aceitou o convite para meter o contrabaixo.

Mas já existia por exemplo o “Eléctrica Cadente”, já havia coisas gravadas. Ou seja, nessa altura já tinham muitas coisas gravadas…

TT – Já havia muita coisa. Dava para um disco, só que era tudo guitarra. Esse concerto coincidiu com o do
Gelb, que tem aquelas músicas assim a lembrar mais o deserto, mas foi coincidência… Estávamos lá os dois… Então, o inicio dos Dead Combo, ter sido nesse concerto é um bocado lenda com...

Pedro V. Gonçalves – É lenda… quer dizer… nós os dois não é lenda, porque realmente foi a partir daí que tudo começou.

TT – Pois, foi a partir daí que começamos os dois.

PVG– A música e não sei quê mais … isso já existiam.

TT – E realmente começou aí. Os Dead Combo são dois gajos. Havia era umas guitarradas antes, e surgiu essa hipótese do Henrique.

E donde surgiram essas guitarradas? Do fascínio pelos westerns, ou baseadas na vossa vivência na cidade de Lisboa?

TT – As guitarradas vieram… eu sempre curti aquela cena tipo “Paris Texas” e… e até tinha gravado há uns anos atrás, agora vai ser reeditado, um CD dos Santa Maria Gasolina em Teu Ventre. Há lá um tema em que toquei com eles. E já nesse disco havia lá uma cena com guitarras tipo grandes planos… Uma coisa que sempre me fascinou um bocado não é a cena do Carlos Paredes, mas é a maneira como o gajo toca aquilo. Não haver um tempo, eu também sempre fui um bocado mau em tempos, é verdade…

Isso lembra-me um cartoon que está no vosso site, no qual aparece o Pedro a tocar contrabaixo e depois parte-se a corda e aparecem ondas sonoras assimétricas… é um bocado isso?

TT– Isso dos cartoons é um gajo tentar pôr no papel coisas que nos acontecem, peripécias… e fazer um bocado de ficção à volta disso. Há várias entrevistas em que falam muito da mistura dos westerns com a sonoridade do fado, mas parece ser sempre uma visão baseada nos western spaghetti do Sérgio Leone e do Clint Eastwood, e não uma visão puramente americana. O que acham?

PVG – Eu acho que sim… pessoalmente gosto mais da música dos western spaghetti, diz-me mais… se calhar por ser europeu. Deve ter algo mais a ver connosco.

TT– Há ali um certo romantismo… E um certo idealismo e uma certa utopia…

TT – Sim, há aquele lado mais romântico… não sei se é por terem sido feitos aqui perto, no Mediterrâneo… Aqueles filmes eram feitos aqui perto em Espanha…

TT – Exacto. Em relação ao fado, já me falaram no Carlos Paredes, mas sinto nos vossos trabalhos que há um lado refilão que faz lembrar o Alfredo Marceneiro ou o fado vadio.

Isso é importante para os Dead Combo ou é algo mais recalcado lá no fundo?

TT – Eu acho que devemos ter uma postura um bocado de gajo da rua, estás a ver? Como se fossem dois gajos… ao fim ao cabo encontramo-nos na rua. E foi um bocado esse lado chinelo no pé, facada da rua…

PVG – Os rufias…

TT – Esse pessoal… personagens de um filme mudo ou da Lisboa Antiga… ficcionada, mas é um bocado isso. Tem que ser uma coisa crua, não estou a ver grandes produções para os Dead Combo.

Como um filme série B?

TT – Sim, haver uma coisa tipo… ser cru, ser rude, ser verdadeiro! Verdadeiro, mas nesse lado mais viril, pá, rufia!...

PVG – Tem também um bocado a ver com a maneira como o pessoal toca. TT – Uma coisa de que gosto nos concertos e que no disco não está, é que são uma coisa muito mais eléctrica. Mas também muito mais encenada…

TT – Sim, a encenação e as personagens que lá estão… as pessoas quando chegam e nos vêem dizem “quem são estes gajos?!”

Os Dead Combo encarnam uma personagem nos concertos, ou são vocês próprios?

TT – Eu tento ser eu próprio e estar concentrado no que estou a fazer, mas também tentar dar esse lado das personagens… uma certa encenação… um mínimo porque somos nós dois…

Como a cena de não mostrar cara… Porque não querem mostrar a cara?

TT – Dá um ar assim de BD… quem é o gajo? Quem são os gajos? Personagens que podiam ser de uma banda desenhada.

Vocês já se conheciam há muito tempo?

Tó – Conhecíamo-nos aí das lides… a gente via-se aí, mas não nos conhecíamos assim de falar.

Quando vocês tocam ao vivo há espaço para a improvisação entre os dois, ou já os temas já vêm bastante ensaiados e pensados antes dos concertos?

PVG – Vêm ensaiadas, mas há sempre… isso acontece em todos os concertos, um de nós erra num sitio qualquer e depois andamos ali os dois atrás um do outro a improvisar. Normalmente, não necessariamente… Às vezes também acontece um gajo começar a tocar e ir para outro lado qualquer. Mas normalmente é aproveitar um erro de um de nós. Em vez de o assumir como um erro assumes aquilo como um coisa que te vai levar para outro lado qualquer, e às vezes até fica fixe… (risos)

TT – Há um lado fixe nisto que é ser no arame. O que sempre gostei nos concertos é serem uma coisa em que não sabes o que vai acontecer. Pronto, há um set, mas há um lado de risco, de se enganar, de repente ir para outro lado, acontecer qualquer coisa fora do programado. Ir à procura do sentimento da altura e não ser rígido.

TT – Sim, não ser daquela maneira um bocado pró! Pró, mas daqueles prós chatos: chegam e o que tocam no disco. Tocam ao vivo exactamente igual. Mas para as sessões do vosso álbum foram para fora de Lisboa, para a Zambujeira do Mar… Afastaram-se de uma forma pensada para procurarem esse espaço para improvisar, ou precisavam de alguma distância da cidade de Lisboa e do ambiente que vos inspira mais?

PVG – Acho que tem mais a ver com o pessoal resolver ir para um sítio e dedicar uma semana só para a gravação do álbum. Se ficássemos cá e tivéssemos ido para um estúdio… vais para um estúdio e depois vais dormir a casa. Depois vais dormir a casa e estás o dia todo com o telemóvel, estás sempre a ser chamado para outras coisas que te vão dispersar. Ali foi uma semana só para isto.

TT – Para além de ser isso acho que o principal foi o pessoal sentir-se bem no sítio. Estar bem! Acho que é uma coisa fixe que só descobri há pouco tempo, ter uma certa qualidade de vida, estar a fazer música, estar a fazer coisas que se gosta, estar bem… foi isso o que a gente procurou. Já falaram dessa qualidade de vida anteriormente… é um pouco isso que procuram no vosso trabalho, procurar uma sonoridade que façam as pessoas sentirem-se bem?

PVG – Sim. TT – Sim. As pessoas e nós também. (risos) Mas é só isso ou há algo mais para além disso?

TT – Pá… tentar passar emoções… Em vez de estar lá uma voz, tentar passar emoções só com uma guitarra ou com um contrabaixo, ou duas guitarras… Era uma coisa que eu gostava depois de gravar o disco, pôr o disco e conseguir ouvi-lo. Uma coisa que eu muitas vezes não conseguia com as bandas que tinha. Ouvia aquilo, ok, fixe, mas não era uma coisa que eu hoje ponha e ouça o disco todo… E nunca vos passou pela cabeça adicionar vozes ao vosso trabalho e deixarem de ser uma banda instrumental?

TT – Isso foi o que nos disseram algumas pessoas ao princípio, só que eu acho que isso deixava de ser isto que é agora. Nós já pensamos e já tivemos outras ideias… mas os Dead Combo serão estes dois gajos. Poderemos gravar um disco só com miúdas do bairro a cantar, mas é uma coisa à parte. Um projecto, a gente já se lembrou disso… fazer músicas para mulheres cantarem. Mas os Dead Combo seriam nós, os dois. Acham que a voz poderia desmascarar algum do mistério dos Dead Combo?

PVG – Se tu vais pôr uma voz na música que a gente faz… pelo menos para mim, ouço as nossas músicas e imagino coisas e crio imagens na minha cabeça. Se pões uma voz a dizer seja o que for, já estás a direccionar essas imagens para qualquer lado. Eu acho que isso já é outra coisa, não é bom ou mau, mas é outra coisa. Pelo menos eu acho que ainda não temos necessidade nenhuma de ir por esses caminhos, acho que ainda temos muita coisa para fazer.

TT – Uma cena instrumental é a mesma coisa que um gajo ouvir música. Eu sempre ouvi música, sempre punha música em casa e estava sempre a ouvir música. Mas ao fim e ao cabo não a ouvia. Punha lá e estava a fazer outras merdas… Música de fundo?

TT – Exactamente. E hoje em dia já tenho concentração para me deitar num sofá e pôr um disco… e tentar ouvir o que é que os gajos querem com aquilo que estão a fazer. O que os gajos querem dizer, ou aquilo que tu queres captar da música que ouves deles?

TT – Sim, ouvir com atenção coisas que dantes não dava muito importância. A música era uma coisa que estava sempre à minha volta mas não tinha a concentração para me sentar num sítio e ir pôr um disco para ouvir. Hoje em dia já consigo fazer isso que apanhei um bocado com o Jazz. Não achas que essa falta de concentração acontece com muitas pessoas e isso faz com que as pessoas prefiram canções em vez de instrumentais?

TT – Normalmente as canções são sempre coisas mais orelhudas. PVG – As canções tem qualidades e defeitos. Um defeito que tem é que tu esgotas as imagens que podes ter delas, esgotas mais facilmente do que esgotarias dos temas que não têm esse “formato”. Também retiram a imaginação ao ouvinte.

PVG – Pois, exacto, é isso! Não dão margem para tu estares a pensar no que quiseres. TT – Mas pronto, nunca foi uma coisa assim… Acho que um gajo está bem assim. Podiam pôr vozes ucranianas a cantar, e assim ninguém perceberia nada de qualquer das formas.

PVG – A malta até pensou convidar uma malta para gravar uma música ou outra… Se acontecer, acontece, se não acontecer, não acontece. Mas não é uma prioridade que a malta tenha.

TT – A malta quando toca tem que ser para pessoal que nos queira ouvir. Senão o pessoal vai lá um bocado enganado.

Acham que é melhor terem poucos mas bons, é melhor que ter muitos ouvintes assim-assim?

TT – Um gajo deve fazer aquilo em que acredita, seja uma banda rock, seja o que for. E se um gajo
acredita nisto assim, é neste formato. Em relação a isso, se houver muita gente gostar melhor. Mas não nos preocupamos muito com isso, preocupamo-nos mais em fazer aquilo que queremos. 2004 terminou e os Dead Combo foram muito falados nos balanços de final de ano em diversas publicações. Conseguiram quase um certo consenso cá em Portugal.

Acham que atingiram aquilo que queriam atingir ou querem algo mais para além disso?

TT – Nós nunca pensámos que as pessoas iam gostar… PVG – A gente sempre pensou que isto nunca ia dar nada. (risos) TT – Como é habitual (risos), nunca tive grandes ilusões com a música.

Era música para vocês?

TT – Exactamente. E era uma maneira de fazermos isto. Porque eu também gosto de um gajo pensar coisas para fazer, e fazer com que elas aconteçam. E depois qual é a reacção que as pessoas vão ter disto? Pelo menos temos tido boas reacções, mas não pensamos nisso. Até ficamos um bocado admirados quando vemos pessoas com 60 anos a dar-nos os parabéns, e depois há um puto de 23 anos a dar-nos parabéns também…

A vossa música é capaz de chegar a pessoas de várias idades e de várias proveniências.

TT – Pelo menos os meus pais não gostavam do que eu fazia antes, agora até gostam da música. É o primeiro disco que eles gostam. O resto era barulho. Também os percebo…

Em relação ao concerto que aí vem na Galeria Zé dos Bois, há quanto tempo sabiam da existência dos Dead Combo finlandeses?

PVG – Desde sempre… TT – Fomos à Net e vimos que haviam os outros Dead Combo… E como surgiu a ideia de fazer esse concerto? Faço esta pergunta porque a única semelhança que existe entre as duas bandas é o nome pois a música não tem nada a ver.

PVG – A malta descobriu que os gajos existiam e não sei quê... Depois, até por piada, eu mandei um mail para os gajos “olha pá, há uma banda em Portugal com o mesmo nome e tal”. A gente nunca se conheceu, mas os gajos parecem ser porreiros. Eles também são dois gajos… e foram eles próprios que disseram “eh pá arranja aí uns concertos para a malta, para a gente tocar juntos…”. Depois a malta falou com a Zé dos Bois e foram eles que no fundo trataram disto.

Mas é possível haver algum tema tocado em conjunto?

PVG – Não faço ideia… só se for na altura. Os gajos chegam no próprio dia e vão-se embora no dia a seguir. Não se conhecem de todo?

TT – Só os conhecemos a partir dos emails que o Pedro mandou…

PVG – Já vi uma fotografia dos gajos ou duas, e ouvimos a música deles, é claro. O que podemos esperar desse concerto? Vai ser semelhante aos concertos anteriores ou vão tocar alguns temas novos e coisas um pouco diferentes?

PVG – Se calhar vamos estrear uma música ou outra nova, é provável… TT – Nós já temos muito material novo, mas a malta para ensaiar é uma preguiça… (risos). Já têm o volume 2 em preparação?

PVG – Sim, já temos músicas que cheguem para o Vol. 3 também. (risos) Este ano a malta queria ver se gravava isso.

TT – Em princípio vai ser duplo.

Vai mesmo ser duplo? Vai durar 140 minutos?

PVG – Não sei. Acho que 140 não. Para aí duzentos e tal. (risos)

César A. Laia
(Janeiro 2005)

Mondo Bizarre

Anónimo disse...

Dead Combo

Aclamado de forma praticamente unânime como um dos melhores álbuns de música portuguesa do ano passado, «Vol. 1» rapidamente firmou os créditos dos Dead Combo como uma das mais interessantes bandas nacionais focados na canção (neste caso instrumental) a aparecer nos últimos tempos.

Projecto que surgiu do convite de Henrique Amaro para a compilação de homenagem a Carlos Paredes, produziu, para além de várias aparições ao vivo, música para o espectáculo «Sudwestern» e para a longa-metragem «Guitarra com Gente Dentro», ambos trabalhos dirigidos por Edgar Pêra.

Os Dead Combo encontram-se neste momento a preparar o seu segundo álbum precisamente na Zé dos Bois, local onde têm uma residência artística e onde escolheram ensaiar.

Para todos os que ainda não os ouviram, imaginem o Marc Ribot que aprendeu a poesia do klezmer judaico por via de Zorn, os redemoinhos como Sergio Leone os viu na planície americana, planaltos alentejanos a perder de vista, os candeeiros da Rua de São Paulo a desoras, o sal e o sujo do Tejo em guitarras lacrimais.

Tudo isto tornado música, por duas almas com uma melancolia que só quem já viu o sol lisboeta nascer vezes demais consegue expressar.

Música de tiros vendados em noites desamparadas, cuja apresentação escrita deixamos, em seguida, às palavras do próprio duo Tó Trips e Pedro Gonçalves:

"Os Dead Combo tocam Lisboa, a cidade do campo, das chaminés e das cúpulas brancas, cenários de um passado perdido, o fado, o Western vadio, tudo junto num voodoo de emoções, clichés e histórias entre o Tejo, as estradas do sul, os amantes desencontrados, anjos abandonados nas encruzilhadas do destino, vozes de mulheres, flores com cores trocadas, santos, câmaras ardentes, guitarras despidas, cuspidas e deitadas à rua, contrabaixos em fogo, cartolas, galinhas à solta e coisas que rolam na rua".