O responsável do site Zona Punk que habitualmente faz entrevistas a imensa gente, é agora "confrontado" com o reverso da medalha...
O blog de música Anymais.pt.vu entrevistou Hugo Caldeira, o mentor de um dos sites nacionais mais vistos, com cerca de 27 000 visitas mensais.
Quem quiser saber do que foi falado, basta clicarem aqui ou em "Comments" já abaixo...
1 comentário:
"ZONA PUNK - PUNK PT
... 5 anos a erguer o espirito D.I.Y ...
Ainda me lembro quando comecei a frequentar o canal #punk no célebre IRC e 'eramos' apenas 2 ou 3 gatos pingados lá.
Que conhecia eu de Punk? Mata-Ratos, Tara Perdida, Censurados, Punk-Kecas, Sem Fuga e pouco mais... Pouco me chegava a 'casa'.
Entretanto cria-se o PUNK PT, um bom veiculo de promoção e divulgação da 'cena' que por aí anda e ninguém quer ver...
A cena arranca e já começo a receber algum feedback nacional pela net...
Hoje em dia o que é o PUNK PT? Ou o
ZONA PUNK? Quem é o 'Hugo', para além do conhecido jogo? Penso que estas respostas tanto eu, como tu, como qualquer 'punk' digno desse rotulo, consegue responder...
Mas melhor que eu para falar sobre o projecto... só mesmo o seu autor... 'o' HUGO...
1- Tendo em conta a média de 2, 3 anos que uma banda geralmente 'dura' em Portugal, e tendo em conta que o PUNK PT já caminha para o 6º aniversário... explica-me um pouco no que consiste o PUNK PT e qual o 'segredo' para tão longo caminho?
Bem, o Punk PT actualmente consiste num espaço onde todas as bandas que, de uma forma ou de outra, tenham o punk como alicerce, possam divulgar e promover o seu trabalho, bem como ser um local onde os visitantes possam estar em contacto com as novidades das sua bandas favoritas da cena punk Internacional. Disse actualmente, pois no seu inicio, e até 2002, o site funcionava somente como uma espécie de versão Portuguesa de outros que já existiam na altura (punknews.org ou punkmusic.com), tendo como principal objectivo cativar novas pessoas para este «mundo».
Ainda que os objectivos e ideias iniciais se mantenham actualmente (promover e divulgar a cena punk), gosto de pensar no site como uma comunidade onde toda a gente pode dar o seu contributo. Precisamente por isso, o molde do site, a partir de 2002, foi alterado com vista a possibilitar tal facto.
Quanto ao "segredo", bem... não creio que haja um segredo, há sim muita insistência, dedicação e confiança de que é um projecto em que vale a pena acreditar independentemente do que as pessoas dizem ou pensam e principalmente independentemente do número de pessoas que acedem ao site, que, até 2002, seriam pouco mais de 10?! :). É certo que ninguém gosta de se dedicar tanto a algo e não ter sucesso, mas sucesso era algo em que na altura não podiamos pensar. O sucesso conquista-se com o tempo e precisamente com o tempo e alguma públicidade cativante, como por exemplo a disponibilização online de concertos integrais de bandas que passavam por Portugal, como o concerto de NOFX no Pav. do Restelo, que, 2 anos passados, é ainda hoje um dos 5 artigos mais lidos do site (2500 leituras), fomos conquistando um público.
Em suma, o site tem como objectivos: proporcionar um espaço onde todas as bandas Portuguesas de alguma forma ligadas ao punk possam dar a conhecer o seu trabalho, ser um espaço onde as pessoas possam estar em contacto com as novidades da cena punk Internacional, dar a conhecer a "outros" uma cultura músical diferente da popularizada e com isso tentar conquista-los para este «mundo», e principalmente, ser uma comunidade onde as pessoas possam partilhar ideias, conhecimentos, experiências e bandas que conheçam, contribuindo assim para o enrequecimento do site e de quem o visita.
2- Por falar em popularizar vou tocar num tema que toquei na entrevista ao Congas de FTG e que nem deveria voltar a repetir mas sinto necessidade de o fazer... De que forma achas que o 'desaparecimento' do Rodrigo da cena afectou a 'comunidade punk-hc'? Um dos pilares do straight edge nacional a desaparecer de uma forma tão trágica... Até onde pensas que a sua morte pode tocar naqueles que seguiam esses 'valores' de positivismo?
Foi de facto um acontecimento trágico, mais um diga-se, não quero deixar passar esta oportunidade e lamentar também o desaparecimento, uns meses antes, do Carlos Nunes, guitarrista da banda de hardcore Out Standing. No que diz respeito ao Rodrigo, acredito que tenha sido um choque para toda a comunidade punk-hardcore, não só pelo seu papel e contributo para a comunidade como também pela filosofia de vida que durante alguns anos adoptou.
No entanto, acredito que «tudo aquilo que nos magoa e fere, mas não nos mata.... só nos torna mais fortes», e este acontecimento, na minha opinião, de certa forma uniu e fortificou a cena punk-hardcore.
Compreendo o teu ponto de vista quando contrapões a filosofia de vida straight-edge à tragica forma como o Rodrigo morreu, no entanto, a vida não é um sonho e nem vale a pena acreditar que o é, ter "valores de positivismo", como tu dizes, não é necessariamente viver iludido e acreditar que o mundo é perfeito. É um assunto um bocado dificil de comentar tendo em conta desconhecer os motivos que o levaram a pôr termo à vida, no entanto, e independentemente dos motivos, estou confiante que o impacto deste incidente naqueles que têm como modo de vida o straight-edge, so servirá para chamar à realidade quem está iludido e não terá tanto um impacto no sentido de se questionarem sobre os valores do straight-edge.
3- Falando em positivismo e em straight-edge. Já fui muito 'o straight da coca-cola e da roupa da nike'... Já consumi muita multinacional e já fui 'capitalista' no sentido de querer luxos e ter mais do que outros... Penso que todos nós passamos por essa fase. Actualmente não consumo quase nada de cafeína (um café ou outro de vez em quando e pouco mais), roupa da NIKE nunca mais usei. Não por acreditar nos valores straight-edge mas simplesmente porque deixei de o fazer... Mas que me dizes à volta que o straight-edge deu ultimamente onde já se vê straights a seguir estes exemplos, a fazer slamming num mosh pit (onde cantam cenas de NÃO Á VIOLENCIA NOS CONCERTOS), etc? Será que a 'atitude' mudou assim tanto ou o pessoal tá-se meio a cagar para o que era dantes? Ou complicando ainda mais a questão de uma forma um pouco 'absurda'... Um straight a colar cartazes para um show no ambito 'PLANETA LIMPO' quando no dia seguinte os cartazes descolam-se por si mesmos e voam sujando o dito 'planeta'? Pode parecer absurdo mas de certa forma tem um ponto questionável, não achas?
Colocas as coisas numa perspectiva interessante... mas não estarás tu a pôr demasiada gente no mesmo baralho quando são de baralhos completamente diferentes?!
Na minha opinião grande parte dos ditos "straight-edges", bem como os dos exemplos que deste, não o são por seguirem os verdadeiros principios do straight mas simplesmente por seguirem a filosofia do «Don't drink, don't fuck, don't smoke».
Convém esclarecer a minha opinião face a este tipo de movimentos... Não sou, nem nunca fui straight-edge, no entanto respeito e partilho de algumas visões do dito movimento. Pesa embora, acho ridicula a necessidade que existe nas pessoas em se afirmarem e esforçarem demasiado para pertencer a um rótulo e menos a serem elas próprias. (Isto serve para qualquer tipo de movimentos).
Compreendo e separo as bandas ditas straight-edge desta critica, porque ao se intitularem de straight-edge estão de certa forma a dar a conhecer as suas intenções como banda e as mensagens que vão enviar. Tenho pena no entanto que actualmente haja tão pouco interesse por parte das pessoas em escutar as mensagens das bandas que seguem esta filosofia de vida.. Já è raro hoje em dia assistirmos áquelas introduções dos temas em que as bandas tentavam "educar" quem as via, é raro não porque elas não tenham nada para dizer, mas porque quem assiste, embora possa não concordar com o que estão a pregar, simplesmente não respeita.
Para responder à tua pergunta... não creio que a atitude tenha mudado nem creio que o pessoal se esteja a cagar, penso sim, tal como dei a entender atrás, que as pessoas simplesmente não conhecem nem procuram conhecer os movimentos e à minima semelhança se auto rotulam de X ou Y.
4- Ora bem... E então temos politicos que mudam do PP para o PSD na esperança de ir mais longe... Ou vemos os ditos 'straights' a 'cair' de um dia para o outro... Onde quero chegar é... antes vias com muito mais regularidade um X na mão do que actualmente... tambem deveriam haver mais straights do que hoje em dia (grande parte à pala de bandas como X-ACTO, TIME X, NEW WINDS...). Hoje em dia 'cai' tudo (nao falo dos elementos das ditas bandas mas de quem as seguia) e o pessoal deixa de acreditar que é um movimento tão sincero e honesto como dizem. QUem é que se afirma como straight hoje em dia? Podem não beber e não fumar mas não se rotulam nem pintam as mãos... De onde achas que vem esta falta de convicção? Isto é, consideras a 'decadencia' do movimento straight edge culpa daqueles que o eram e cairam (e que são culpados pela falta de confiança naqueles que pretendiam ser) ou simplesmente és apologista do 'mudam-se os tempos, mudam-se as vontades'???
Humm... é um facto, hoje em dia é raro veres um X na mão, mas não creio que a "queda" do movimento straight se deva aqueles que o eram e o defendiam e depois o deixaram de ser, isso é um bocado acreditar que este tipo de movimentos são tipo religiões e que as pessoas são umas ovelhinhas e fazem tudo o que os outros dizem. No entanto, não creio que também seja fruto de uma mudança de vontades, mas somente de uma mudança de tempos. Tal como falaste no X, que era algo estético que distinguia os straights, também poderiamos falar das moicanas e de todo o aperalto que caracterizou o punk durante uma década, no entanto, actualmente, é uninanime defender-se que este tipo de movimentos não são caracterizados esteticamente, disse actualmente, porque os tempos mudaram e as coisas deixaram de ser novidade.
Para mim este tipo de movimentos têm tudo haver com atitude e não com o simples facto de usares ou não um X na mão.
E sim, podemos dizer que são cada vez menos... não por ser um movimento pobre, mas sim por apatia e desinteresse, ao que muito culpo a falta de iniciativas dos defensores do movimento.
Recordo com saudade os eventos que a Anti-Corpos organizava na SMUP na Parede, eventos que não se limitavam a simples concertos mas a festas culturais, nas quais além de X ou Y banda em palco, a contar as histórias por detrás das músicas, a defender ideologias e a apontar o dedo, tinhas toda uma série de outros focos de interesse como as habituais bancas de CD's e LP's, bancas com literatura e bancas de comida "alternativa".
Tudo isto são elementos cativantes de qualquer filosofia que se defenda, falámos muito de straight-edge, mas como pode haver mais gente num movimento quando não se dá a conhecer esse movimento às novas gerações que todos os dias aparecem nos concertos?!.
5 - Por falar em moicanos...como dizes é originário do PUNK. No entanto hoje em dia é uma cena banal que 'toda a gente' usa, vês pessoal de moicanos em discotecas, a trabalhar, a ir à escola... antigamente era considerado um 'crime' e nem tão pouco podias sair à rua sem ser descriminado. Hoje em dia é uma cena tão comum quanto um 'corte de cabelo à foda-se', ehehe... O que pensas disto?
Bem... para começar, embora esteja certo que tenhas consciência disso, é errado pensar-se que a moicana é originária do movimento Punk, é sim um facto que foi uma imagem que ficou muito associada ao Punk e que, um pouco como na altura, acabou por se tornar uma moda.
No entanto, com o passar do tempo e fruto da conquista de uma maior liberdade de expressão, deixou de ser algo ofensivo e acabou por ser um tanto ou quanto natural, ainda que, embora não pareça, não seja ainda algo que as pessoas achem de banal.
Banal é sim, e como muito bem dizes, a forma como as usam, no entanto e para responder à tua pergunta, pessoalmente, nada me incomoda o seu uso indiscriminado, a moicana é um conceito estético que foi simplesmente associado ao movimento punk, não fazendo por isso ninguem punk.
6- E quanto ao que o Pablo falou na minha primeira entrevista acerca dos 'punks do cartão de crédito'? É um pouco contraditório ter uma 'boa conta' no banco, chegar a uma caixa multibanco levantar guita para comprar roupa rasgada, patches, etc, nao? A atitude punk sempre foi uma atitude de rua, muito 'drugs & rock n' roll' e não um gajo andar 'mal-vestido', mas com telemóvel no bolso, 25€ na carteira, ir à internet e ir aos bares ao Sábado a noite... não achas? Ainda relativamente à estética... Eu penso que o moicano está para o PUNK como a RASTA para o REGGAE-SKA... se não fosse o 'movimento' reggae hoje em dia não vias rastas com tanta regularidade... No entanto as pessoas ainda são descriminadas...
Não sei porque ha-de ser contraditório... se comprarem esses "acessórios" todos porque querem e por ser assim que se sentem bem e não somente para marcarem uma posição, acho óptimo que o façam. Não será isso a atitude punk?!...
Não creio que as coisas possam ser vistas de uma forma tão linear como a que dás a entender. Não podemos comparar a actualidade com a realidade dos 70's, há que ter em conta o contexto social em que as coisas estão integradas... é natural que hoje em dia te faça um pouco confusão ver seguidores do movimento "punk" com as ditas roupas rasgadas e ao mesmo tempo com um telemóvel no bolso, ou ir à internet, quando nos anos 70 tal não existia. Os tempos são outros e a realidade é outra. Na altura, a Inglaterra vivia um periodo de crise e a maioria da população era de uma classe social baixa, actualmente, embora se fale muito em "crise", a realidade é outra e, embora haja muita pobreza, a classe social maioritária em Portugal é a média...
Não sei se estas a par das estatísticas mas, a media actual de telemóveis por pessoa em Portugal é de 2/3... não se pode dizer que um telemóvel seja um luxo.
Sim, é um facto, o moicano está para o punk como a rasta está para o reggae-ska, mas, na minha opinião, só o está por mediatização... se formos a ver, nenhuma das ditas bandas pioneiras do movimento punk usavam moicana... foi uma imagem que simplesmente se acabou por associar ao punk e, infelizmente, acabou por se tornar a imagem de marca do punk... e isso é comprovado por, sempre que vêz alguem na rua com uma moicana a primeira reacção que ouves à tua volta é: "Olha um punk"... mas, como já concluímos, não é por se ter um moicano que fazemos parte de um movimento e é por estas falsas ideias que há que afastar o conceito estético da realidade.
E sim é também um facto que hoje em dia as pessoas ainda são de certa forma discriminadas por usar uma moicana, mas isso foi algo que já dei a entender na minha resposta anterior, precisamente ao contrário do que tu deste a entender: /"antigamente era considerado um 'crime' e nem tão pouco podias sair à rua sem ser descriminado. Hoje em dia é uma cena tão comum quanto um 'corte de cabelo à foda-se', ehehe..."/.... e isso deve-se ao facto da sociedade se reger por vários padrões, sendo um deles a estética e sem dúvida a aparência de alguem é a primeira ponte que tens para opinar sobre uma pessoa. Não digo que concorde com isto, que não concordo, mas infelizmente é uma realidade que dificilmente será mudada. A única coisa que podes fazer é, em vez de tentares mudar a sociedade e travares uma luta impossivel, é não pactuares com essa discriminação.
E isso sim é fazer a diferença!
7- Ora bem... Mudando agora de assunto e regressando à musica... Antes tinhas o chamado old school, rapido, musicas curtas, letras politicas, etc... Às tantas surge a vaga do new school com as musicas com mais de 4m, mais lento e pedal duplo, letras mais 'abstractas'... Agora reinam as bandas à lá DILLINGER ESCAPE PLAN e todos vêm o hardcore (nem todos, claro!) associado à técnica. Actualmente tenta-se tocar o melhor possivel, muita tecnica, solos, notinhas harmoniosas, berraria, estrutura musical não tão directa e a mensagem vai-se ficando pelo caminho... Que me tens a dizer sobre esta 'evolução' do hardcore? Achas que regrediu ou continua em frente como à uns anos atrás?
Humm... levantas uma questão interessante de facto...
Tal como o punk-rock, também o hardcore parece estar a adaptar-se aos novos tempos... pesa embora, não vejo isso como uma regressão, uma regressão sugereria um regresso às origens e como é obviu, isso não é o que acontece. No entanto, não penso também que se esteja a perder... está diferente isso está... mudou... para bem ou para mal já é algo questionável.
Vamos por pontos...
Tens razão quando destacas as diferênças do old skool para o new skool... se o old skool era caracterizado pelos três acordes, pelas mensagens directas e a tocar na ferida, o new school, principalmente a partir da década de 90, marcou de facto uma viragem no punk-rock... ainda assim, não me parece que se tenha tornado mais lento, pelo contrário, acho-o bem mais rapido do que o old skool, muito fruto de uma maior técnica, como bem referiste. Mas isso na minha opinião é resultado de uma necessária evolução do punk-rock, não fossem estas novidades todas na sonoridade e o punk-rock teria "morrido" na década de 70. Pesa embora, se por uma lado estas mudanças todas no punk-rock voltaram a po-lo na ribalta, também fizeram dele diferente... Como muito bem disseste, as letras tornaram-se "abstractas", a mensagem deixou de ser directa, se assim não fosse, o punk-rock dificilmente voltaria a ser falado, e, ao contrário do old skool, este new skool tornou-se também um tanto ou quanto elitista. Se outrora toda a gente poderia formar uma banda punk, desde então a coisa já não é para todos, e os conhecimentos músicais já não são dispensaveis.
O hardcore aparece um pouco em resposta a esta acalmia do punk-rock, no entanto, e à semelhança do que aconteceu com o punk-rock, também o hardcore parece estár a tornar-se mais «user friendly»... ainda assim, e tendo em conta que simpatizo bastante com o new school do punk-rock, esta nova cara que o hardcore parece mostrar não me desagrada em nada enquanto mantiver o seu caracter critico... Vejo isso como uma adaptação aos tempos e a uma necessidade e desejo de alcançar mais e um novo público... no entanto, a partir do momento em que deixem de ter o seu caracter critico e valores, o hardcore deixa de ser uma resposta à acalmia do punk-rock e por sequência... deixa de fazer sentido.
8- Falas em elites... Concordo plenamente... Antes tinhas apenas 1 publico a apoiar todos os concertos... Agora tens concertos no meso dia, à mesma hora, com bandas de estilos diferentes... o pessoal separou-se... Actualmente não tens 1 concerto de 200 pessoas mas sim 4 concertos de 50 pessoas... falando novamente em evolução ou regressão... o que pensas disto? E já agora...tendo o punk raízes políticas e de intervenção como podes ter um slogan no site que diz 'No politics, no bulshit'?
Consigo de certa forma ver o positivismo no facto de haver tantos eventos num mesmo dia, é sem dúvida um sinal de evolução e também de uma certa descentralização... sim, é um facto que isso tem as suas desvantagens, hoje em dia e ao contrário de antigamente, as pessoas deixaram de se reúnir todas num só evento e os concertos estão quase sempre às moscas. Ainda assim, não me parece que a causa disso seja a existência de uma maior possibilidade de escolha, acho que muitas vezes resume-se a pura preguiça de quem diz gostar de punk-rock Estes exemplos só nos mostram o quão é pequeno o movimento punk em comparação ao conjunto de pessoas que dizem gostar de punk.
Respondendo mais concretamente à tua questão, eu vejo isto como uma evolução, no entanto, penso que poderia evoluir ainda mais se existisse uma maior união e entre-ajuda por parte de quem organiza concertos e evitar que, ao invez de se ter 3 ou 4 concertos no mesmo dia e na mesma região, se juntassem esforços e fizessem um só concerto.
Em relação ao slogan, levantas uma questão interessante... antes de mais há que interpretar o slogan na sua totalidade, tu realçaste a parte "No politics, no bulshits"... eu realçaria o "Promoting Free Thinking"... explicando isto melhor, esse slogan serve somente para elucidar as pessoas que o espaço em que entraram não pretende ser um espaço de fazedores de opiniões, nem um espaço onde se faça a cabeça a alguem, mas somente um espaço onde se dê realce à música... porque a música foi de facto o maior veículo que existiu para promover o punk e os seus ideais. Se eu me pusesse a usar o site para opinar sobre X ou Y corria o risco de monopolizar o site com a minha maneira de ver as coisas e de certa forma acabaria por não dar hipotese àqueles que possam pensar de maneira diferente de mim... para fazer isso, secalhar bastar-me-ia ter somente um forum onde as pessoas pudessem discutir...
Eu prefiro dar a liberdade das pessoas pensarem o que quiserem.
No entanto, nao me incomoda nada que TERCEIROS escrevam artigos de caracter critico ou politico, ainda que seja raro acontecer, quando acontece, normalmente até são públicados, não quero é, sendo eu o responsavel do site e tendo eu o poder de certa forma, se o desejasse, monopolizar os conteúdos do site, não pretendo também impôr a minha forma de pensar... o slogan não está de forma alguma a separar o caracter critico, do punk... está somente a informar que naquele espaço o tema abordado é música e os ideais de cada um são lá com eles.
9- Falando mais no punk pt... Para quando um festival PUNK PT (por ex. na Associação de Musicos) organizado por ti e pelo site com 2 ou 3 bandas de 'nivel'?
Hum... festivais punkpt...sabes... a ideia está cá... e já esteve bem mais perto de se realizar, tal como enúmeros outros projectos que infelizmente por falta de recursos nunca chegaram a ir avante... já "organizámos" de certa forma um evento aqui há tempos, um concerto de K2O3 e Triple Plugs no Lotus, no entanto, embora tenha corrido tudo bem como concerto, organizacionalmente a coisa não correu da melhor forma... o problema que se põe é que de certa forma o que me impede de concretizar todas as ideias que possa ter é o facto de o site trabalhar um pouco na onda do «One Man Army»... não sei se sabes, nem se quem nos lê sabe, mas o site é isso mesmo... um exercito de um... eu sou a única alma criativa e trabalhadora do site, pesa embora actualmente até sejamos três individuos, somos três individuos com funções totalmente distintas, um desenha logos, outro escreve reviews de Ska (desde julho de 2005) e o resto está entregue a mim... é um bocado complicado levar avante outras iniciativas... e ideias é o que não faltam.
10º Sendo um site de FREE THINKING... Admitirias que eu escrevesse um texto a promover a tourada, a incentivar ao consumo de drogas, a aconselhar as pessoas a aderirem à JSD?
Essa questão tem a sua piada e percebo onde queres chegar... mas a resposta seria naturalmente não...
Embora o site promova o livre pensamento, não quer com isso dizer que se abstenha dos ideais que estão de certa forma associados ao punk... e eu, em complemento às razoes que enumerei anteriormente, de forma alguma permitiria que o site service de meio para promoção de ideais políticos e/ou partidária, fossem eles da ala que fossem. Isso na minha óptica acabaria com o "Free Thinking" que defendo, pois como artigo central estaria de certa forma a impor-se. O que de certa forma é o que peca em sites mais dedicados a essa linha, acabam por se tornar demasiado tendenciosos.
No entanto... se esse artigo fosse colocado não na página central mas no Forum aí não me oporia, porque, ao contrário do fórum, os artigos de página central não são públicados directamente, são sujeitos a uma revisão prévia.
11- Agora num sentido mais 'cru', como vês as picardias actuais entre skins e sharps? Cada um com a sua ideologia e significado e no entanto não sabem marcar uma posição à base do respeito, à base de tentar sensibilizar o outro lado para a sua 'luta'; por outro lado confrontam-se em shows (oden deveria estar tudo apenas a curtir a musica que é tocada e a trocar ideias) e por vezes estragam os spots. NO outro dia houve um show na Fuzeta, num spot novo, e houve pessoal de Faro e da Fuzeta que se desentenderam, o que deu origem a não se poder mais organizar eventos lá. É triste porque assim fecham-se mais portas e cada vez mais se ouve dizer 'não há sitios para se tocar', mas quando há são fodidos pelo pessoal que se queixa... Não é contraditório? E por falar em SHARPS... SKIN HEADS AGAINST RACIAL PREJUDICE... mas utilizam a 'força' para atingir os seus objectivos... não serão tão 'culpados' como os skins? Mas o pessoal só fala de skinaria e estes são sempre os bodes espiatórios da 'cena', quando algo dá pro torto são eles os 'maus da fita'. Que te parece isto tudo?
Já è ridiculo confrontarem-se para imporem as suas ideias, pior é, quando ao fazerem-no prejudicam quem os rodeia. No entanto, este tipo de confrontos sempre foi caracteristico dos Skinheads, já desde as suas raizes, com os «mods», nos anos 50, que os confrontos eram imagem de marca do movimento.
O movimento skinhead sempre foi um movimento que me intrigou, mais me intriga o facto de terem sentido a necessidade de criar "subdivisões" no próprio movimento. A necessidade de uma divisão sobre o nome de SHARP, embora a compreenda face ao rumo que o movimento levou, não deixa de me fazer confusão, quando para mim o movimento skinhead nunca teve nada haver com racismo nem politica. Se por um lado, nos anos 60, o skinhead estava bastante associado à música reggae/ska, música já de si caracteristicamente negra e, sendo grande parte dos seus membros inclusivee individuos de cor, actualmente, vemos o skinhead associado ao racismo e ao nacionalismo e o «espirito de 69» parece ter morrido completamente.
Mas um pouco como o punk, a culpa disto tudo é dos media...
Tal como os media levaram o punk ao auge e algum tempo depois tentaram acabar com ele, também os media fizeram do movimento skinhead racista e nazista.
Não que ele o seja, porque não o é... a facção racista e nazista do movimento skinhead é minima. Ainda assim, é também a mais falada e talvez por isso, aquela a que as pessoas associam mais. Curiosamente, tem também um grande poder de "sedução", muito à custa das claques de futebol e da ignorância daqueles que o integram, que nada parecem saber sobre o movimento.
O mais curioso nisto tudo é que, embora nunca tivesse sido dada grande importancia ao lado politico no movimento skinhead, o que distingue e acaba por originar chatices entre as varias subdivisões do movimento, desde Trads, RASH e Redskins, SHARP e Skins Nazis, é precisamente o lado politico...
Enfim... qualquer movimento que use a força para impôr os seus ideais é um movimento pobre.
Para mim o movimento skinhead ha-de ser sempre um movimento multi-racial e multi-cultural.
12- Por falar em integrar 'grupos' sem entender o seu próprio movimento... Vemos anarquistas com o A escrito nas capas dos cadernos e no entanto quando lhes perguntas o que significa a anarquia dizem que é apenas não haver ninguém à frente do país; quando vês um straight com X na mão diz-te que o straight edge é apenas não beber e não fumar; quando vês claques com os SS ou a cruz celta/suástica nas bandeiras dizem-te que é apenas um símbolo que os caracteriza; quando vês pessoal a dizer que adorou ver o 'America Proibida' ou pessoal com cruzes suásticas 'censuradas' no patche do casaco, dizem-te que são anti-nazis mas nem te chegam a explicar porquê, associam o movimento NAZI ao Hitler e 'actualmente não existe', o que é absurdo; quando vês pessoal 'punk' (voltando a conversa da disco) num concerto D.I.Y. e no dia seguinte numa disco, dizem-te que são a mesma pessoa mas apenas se vestiram 'bem' para poder ir à discoteca com amigos; também já vi straights a enrolar ganzas para os amigos fumarem, já vi...enfim...de tudo um pouco... O que te parece isto tudo? Hipocrisia ou apenas outra forma de encarar estes assuntos?
Hipocrisia, ignorancia, influencia ou simples seguidores de modas... quem sabe... tu ainda te deste ao luxo de os chamar pelos nomes dos "grupos" que supostamente representam, eu, consciente dessa realidade, jamais os trataria assim.
Mas vou-te ser muito sincero, como já te disse anteriormente, acho ridicula a necessidade que existe nas pessoas em se afirmarem e esforçarem demasiado para pertencer a um rótulo e menos a serem elas próprias, no entanto, compreendo que certas pessoas tenham necessidade de fazer parte de um grupo, infelizmente, para muitos, ser parte de um "grupo" é a única maneira que eles têm se sentirem bem com eles próprios e de, de certa forma, se sentirem parte integrante de alguma coisa... lamento no entanto que, essa terrivel necessidade de integraçao, os leve a nem se darem ao trabalho de conhecer os grupos com os quais à primeira vista se sentem identificados ou que são influenciados a pertencer.
Uma correcta analise disto implicaria estudar um pouco o assunto e conhecer os factores que os levaram a apelidar-se de algo.
A melhor coisa que podemos fazer por eles, ao invez de os censurarmos, é, já que se acham parte de um "grupo", chamar-lhes à atenção e educa-los um pouco mais acerca daquilo que dizem ser. Elucidados daquilo que pretendem representar, então dar-lhes-ei o beneficio da dúvida e deixar-lhes-ei seguir o seu rumo...
Eu tenho uma opinião muito própria acerca desde rótulos todos... para mim, estes rótulos só deveriam ser usados por quem julga e nunca pelos julgados... a partir do momento em que nós nos rotulamos de alguma coisa deixamos de ser nós próprios e passamos a ser estereotipos de algo... em suma... perdemos a nossa individualidade, tornamo-nos «close minded».
Enfim...
Recuso-me a censurar alguêm pela sua ignorância.
13- Então quer dizer que para ti é normal um seguidor da filosofia straight-edge pensar 'apetece-me beber uma imperial mas não posso porque sou straight' ou 'condenas' este tipo de pensamento? Ser straight pode ser benéfico no sentido de não te 'foderes' por dentro mas por outro lado deve ser sentido e não forçado... ou achas que mesmo forçado é um bom caminho a seguir? As pessoas devem sentir o que são ou tentar ser melhor mesmo que isso vá contra a sua vontade???
A tua questão tem em si a resposta à mesma... e eu não poderia concordar mais...
Nada que seja forçado é bom para ninguem... acho que as pessoas devem fazer e ser aquilo que querem e não aquilo que a filosofia de X ou Y grupo diz que se deve fazer... Ainda que a filosofia desse grupo seja a melhor possivel, se não a segues por convicção então é preferivel não a seguires.
Ainda assim, acho óptimo que um seguidor da filosofia straight-edge queira beber uma cerveja, só mostra que não está preso a um rótulo e que ainda pensa por si... mas esse facto só por si, na minha óptica, não implica que não possa de certa forma seguir a filosofia straight-edge, é certo que já não poderá ser considerado um straight-edge, mas isso não impede que siga tudo o que sobra de bom de uma filosofia de vida como o straight-edge.
É preferivel não seguir um passo do que não seguir nenhum... com o tempo e com alguma força de vontade a coisa acabará por acontecer naturalmente... pois é assim que devem acontecer... naturalmente.
Continuando a questão... as pessoas devem sempre tentar ser melhores do que são, mas nunca contra a sua vontade e para isso ser possivel é preciso as pessoas sentirem o que são.
Mente sã, corpo são.
14- Estamos quase a chegar ao fim, faltam apenas 2 perguntas... Até onde consideras necessária uma revolução no nosso país? Não falo numa revolução de rua mas numa revolução mental, uma mudança de ideias e de politica... O país está a entrar numa crise de valores onde já ninguém acredita em nada, todos comem e calam e ninguém expressa a sua opinião... Penso que vivemos numa ditadura, não do estado mas sim da mentalidade das próprias pessoas que parece já não ter 'forças' para ripostar contra algo que lhes é imposto... De que forma sentes que o ZONA PUNK tem influencia nessa 'mudança', se é que achas que tem?
Acho extremamente necessária uma revolução... mas nem tanto nas pessoas... a minha revolução dirigir-se-ia a outro poder, ao actual maior poder da sociedade... Eu sinceramente não acredito que as pessoas não tenham consciência das coisas... eu prefiro "apontar armas" contra os media, porque na minha opinião, a sua falta de isenção é a maior ameaça e a principal causa para a dita crise de valores. Infelizmente, a maquina que são os media usou as pessoas como o seu combustivel e hoje acabam por ter uma relação simbionte.
Como já anteriormente referi, foram os media que levaram o punk ao seu auge, da mesma forma que foram os media que criaram a tal ideia do "punk is dead", não porque ele realmente tivesse morrido, mas porque eles, os media, deixaram de o alimentar, pressionados pelo facto de estarem a dar atenção a individuos que nas sua músicas e entrevistas criticavam e de certa forma mandavam abaixo o conceito da actual sociedade. Da mesma forma, foram os media que alimentaram o revivalismo punk, um lado do punk, onde a mensagem já não era tão ofensiva e por consequência mais aceitável.
Mas deixando a música um pouco de lado, temos outros exemplos... toda a gente tem consciência da pobreza que existe, no entanto, enquanto não a virem escarrapachada na TV é como se não acreditassem... No dia seguinte, somos capazes de ver as consequências dessa reportagem quando são divulgadas a quantidade de contribuições que se deram... outro exemplo, de volta à música, o recente Live8, onde as pessoas se fartaram de mandar SMS's para "supostamente" ajudar os paises pobres, quando no fundo, queriam era ver o sei nome a passar em rodapé...
Em suma, acho que uma revolução é de facto necessária, mas contra os media... e já que não se pode acabar com eles, porque, por muito pouco isentos que ainda possam ser, muitas das vezes ainda servem para alguma coisa, ao menos usa-los para apelar às causas, da mesma forma que, inteligentemente, os Sex Pistols o fizeram... relegando para segundo plano se foram ou nao a primeira banda punk, são e foram sem duvida a primeira a ser mediatizada e de certa forma por isso, a responsavel por todo este movimento.
E sim, acho que de certa forma a Zona Punk tem a sua influência... ainda que esta não seja como alguns gostariam que fosse e nem de uma forma tão directa como sites de carácter mais interventivo, politico e libertário, acho que até certo ponto consegue ter mais influência que os ditos...
Como já fiz questão de dizer anteriormente, na minha opinião, esse tipo de sites, embora louve e apoie a sua iniciativa, pecam por se tornarem demasiado tendenciosos... e aliado a isso, está o facto de, ao contrário da Zona Punk, acabarem por se dirigir e atingir um público alvo que de certa forma já compadece com os ideais ali defendidos. Quero com isto dizer, que, o raio de acção acaba por ser mínimo e acabam por perder tempo a tentar convencer quem já está convencido e não a convencer quem tem que ser convencido...
Na Zona Punk, e a meu ver, tal não acontece. O nosso raio de acção é muito mais global, uma vez estarmos a usar como mecanismo de propagação, a música... Não é à toa que a música está desde sempre associada ao punk, pois, foi e é, o seu maior veículo de promoção... quero com isto dizer que, de um forma ou de outra, e uma ves promovermos o lado músical da coisa, a mensagem/ideal acaba sempre por passar, no entanto, sem se fazer impôr, dando liberdade às pessoas de escolher. Poderás, e compreenderei, partilhar da opinião de outros quando dizem que nem todas as bandas de que o site fala são bandas verdadeiramente punk e muitas delas nem mensagem têm.... é um facto, mas há que ver a coisa por outro lado. Quem diz pop-punk diz emocore, etc..., embora a sua sonoridade e objectivos não se assemelham aos que outrora caracterizaram o movimento, acabam por ter um ponto comum... a sua origem. Ao apresentarem-se de uma forma tão «moderna», esse tipo de bandas acaba por conseguir tocar um público diferente e ao faze-lo vai provocar nas pessoas um gostinho por aquele ritmo e consequentemente po-las a procurar bandas semelhantes, o que, invariavelmente, vai acabar por leva-los às suas origens... o punk.
Pode parecer uma teoria um tanto ou quanto irrealista... mas se aconteceu comigo, porque não há-de acontecer com outros.
15- Para terminar... imaginemos que entravamos numa ditadura em Portugal... Que a partir de amanhã regressavamos a um periodo antes do 25 de Abril... Não podias expressar a tua opinião, não podias pertencer a partidos politicos que não fossem o do 'poder', não podias tocar musica de intervenção... Como achas que a filosofia PUNK iria encarar esta 'realidade'? Seria extinta (visto que o PUNK subsiste essencialmente da mensagem) ou achas que isso não afectaria em nada a musica (o que acho dificil se tivermos em conta que a GRANDOLA VILA MORENA nem sequer podia rodar nas rádios)?
Extinta... hummm de forma alguma, acho que também não afectaria em nada a música, isto porque a música é muito mais do que aquilo que os media querem mostrar... o punk é prova disso, os media deram-no como morto no entanto cá estamos nós 30 anos depois a falar e a discutir sobre ele.
Se mesmo com a ditadura que reinou em Portugal foi possivel uma revolução como a do 25 de Abril, porque haveria com uma nova ditadura o movimento punk morrer?!... aliás, não terão tido uma atitude muito punk os líderes da revolução e todos aqueles que lutaram pelo fim da ditadura?! O Zeca Afonso e muitos outros artistas e individuos da altura não deixaram de escrever textos de intervenção só porque eles não iam ser mediatizados, o movimento punk tal como o movimento da revolução tem outros métodos de cativar e apelar à consciência das pessoas, temos as zines e todo um leque de soluções para propoganda política que são sem dúvida uma alternativa aos media e que já provaram ter uma força incrivel.
Como SEMPRE ouvi dizer... PUNK'S NOT DEAD... JUST DO IT (yourself!)"
Enviar um comentário