Foi bastante animada a tarde e noite do passado dia 26 de maio no espaço do 12º Festival Super Bock Super Rock...
...as músicas (dos Deftones) desfilavam, perante uma multidão maioritariamente agradada (sem grandes entusiasmos, diga-se) o que transmitia um sinal positivo até ao final da prestação...
O registo da banda (X-Wife) mantém-se... o pessoal fica agradado com a aproximação ao rock dos anos 80 e deixa-se contagiar...
A presença em palco (dos Placebo) é segura... as trocas de posições e algumas frases dirigidas para o público ajudam...
Os Vicious Five foram os seguintes, concentrando muita gente perto do palco e talvez perante o desinteresse de outros (natural nesta altura da noite), criou-se um ‘espaço’ entre a zona de palcos e o fundo do recinto...
O vocalista (de Tool) entra momentos depois, com um novo visual (de crista!), mas como sempre, numa posição recuada em relação aos restantes músicos...
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3 comentários:
SBSR XL – dia 26 maio – Act I
Foi bastante animada a tarde e noite do passado dia 26 de maio no espaço do 12º Festival Super Bock Super Rock...
Devido à ‘excelente’ ideia de proporcionarem dois eventos musicais de grandes dimensões no mesmo dia, acabei por já chegar tarde ao recinto, perdi a intrigante prestação dos Alice In Chains (com um novo vocalista, que não era Maynard dos Tool, como chegou a ser comentado).
No momento em que chego mais perto dos palcos, ouço os acordes finais e imperceptíveis dos If Lucy Fell, que eram ‘abafados’ por uma inacreditável sonoridade techno, vinda de um outro espaço, mas em volume altamente indesejável, que originava uma confusão sonora das grandes...
Pouco depois, começaram a actuar os Deftones no palco principal...
A banda parece já acusar alguma falta de inspiração e cansaço, especialmente na presença em palco, mas o pessoal vibrava com os ‘arranques’ dos temas, que proporcionavam alguma agitação...
As músicas desfilavam, perante uma multidão maioritariamente agradada (sem grandes entusiasmos, diga-se) o que transmitia um sinal positivo até ao final da prestação...
Vasco Vaz (ex-Braindead e actualmente nos Mão Morta) segredava-me que a banda tem um grande som e que foram especialmente importantes, quando apareceram... não discordo, apesar de não gostar.
O guitarrista da banda portuguesa liderada por Adolfo Luxúria Canibal contou-me que o entusiasmo é grande em torno do novo trabalho, baseado nos Contos de Maldoror e que as ideias ‘fervilham’ no seio dos Mão Morta, que preparam já um espectáculo a anunciar para breve...
Mas passemos ao festival em si...
Antes do final, ouvem-se os testes de som dos X-Wife, o que não se compreende, pois o término da prestação dos Deftones ainda não se vislumbrava, mas enfim...
Pouco depois de os Deftones terminarem (não demorou quase nada), os X-Wife entram definitivamente no palco Quinta Dos Portugueses...
O registo da banda mantém-se, os (novos??) temas não surpreendem, o ritmo é linear, mas o pessoal fica agradado com a aproximação ao rock dos anos 80 e deixa-se contagiar...
No final, muita gente batia palmas e João Vieira (também conhecido como DJ Kitten nas suas sessões) ainda perguntava se podiam tocar mais um tema... nem teve hipótese de terminar a frase, o som foi logo cortado.. era evitável, mas ok...
Mais umas cervejas e conversas a rodos, entram os Placebo a arrastar muitos dos presentes para a zona do palco...
Tocam temas do novo disco, revisitam os clássicos da banda e entusiasmam... alguns.
Esta é daquelas bandas que ou se atina com a sonoridade geral que practicam ou então, não dá para encontrar grandes pontos de interesse...
A presença em palco é segura (apesar de o vocalista estar com mais uns quilinhos, lá se mexia...), as trocas de posições e algumas frases dirigidas para o público ajudam...
Conquistam quem têm a conquistar, acho que é a frase mais conclusiva...
Abandonam o palco perante muitas palmas, também... mais tarde, muita gente referiu que gostou do concerto.
Os Vicious Five foram os seguintes, concentrando muita gente perto do palco e talvez perante o desinteresse de outros (natural nesta altura da noite), criou-se um ‘espaço’ entre a zona de palcos e o fundo do recinto...
Após a maior (e já esperada) pausa verificada entre as bandas, eis que chega o momento mais esperado, para muitos...
Os Tool são um estranho fenómeno de popularidade, pois o som da banda não é assim tão acessível, nem existem temas especiais para as ‘play-lists’ das rádios, embora os seus telediscos sejam fenomenais...
Ouvem-se os primeiros acordes (já se estava madrugada adentro) e os Tool entram em palco ainda sem Maynard James Keenan... com uma presença dos músicos bastante concentrada e meio estática, o cativante som da banda invade todo o espaço...
O vocalista entra momentos depois, com um novo visual (de crista!), mas como sempre, numa posição recuada em relação aos restantes músicos...
Pouco ou nada comunicativo, fecha-se na sua excentricidade (musical) e interpreta os temas de uma forma efusiva e bastante sentida...
Não é à toa que o título do novo disco se refere às dificuldades vividas pela mãe do vocalista durante um longo periodo, tal é a proximidade à realidade da temática das músicas dos Tool...
O aparato cénico, contituído pelos ecrâns a bombardear imagens cheios de efeitos visuais, ajuda a abrilhantar toda a prestação...
Ouvem-se temas antigos, do trabalho anterior (já de 2001) e do novo disco “10 000 Days”.
O concerto é intenso e hipnótico, cheio de variações, com estranhas vocalizações, acompanhadas por acordes de guitarra com efeitos repetitivos...
Termina já tarde, com uma duração de espectáculo considerável (e ainda bem), mas o pessoal não arredava pé do recinto, comentando momentos e temas, acabados de interpretar pela banda...
Com aspectos positivos e negativos, assistiu-se a um bom festival rock neste dia...
Positivo mesmo foi a escolha (sempre discutível, claro) das bandas claramente viradas para o rock, o que cativa sempre muita gente, mesmo não gostando da banda X ou Y.
Pelo lado negativo, não queria deixar passar de lado alguns aspectos bem relevantes...
A má coordenação sonora nos testes de som enquanto outras bandas actuam, a exagerada sonoridade techno durante as prestações das bandas, o pouco tempo entre a actuação das bandas provocando movimentos de saída e retorno quase imediato da zona de palcos, especialmente para quem gosta de ‘ver tudo de perto’.
Relativamente à condições, começo pelo incrível trânsito na hora dos primeiros concertos, causados pelos dois eventos de grande dimensão no mesmo dia que motivou atrasos consideráveis, levando as pessoas a perder algumas bandas (como Alice In Chains, afinal era a primeira apresentação no nosso país).
A ‘culpa’ é notoriamente repartida neste caso... mas o preço dos bilhetes é sempre o mesmo, independentemente do espectáculo ir a meio, certo?
A organização melhorou alguns pormenores em relação ao ano passado (sem falar no caótico festival de há dois anos, no mesmo espaço), como o maior número de casas-de-banho, apesar de longínquas.
O aspecto de comidas foi privilegiado, especialmente com mais e variadas ofertas, ajudadas por uma inúmera quantidade de mesas para o efeito (ouvi dizer que dava para mais de duas mil pessoas sentadas).
Mal mesmo era realmente o (ainda) insuficiente número de stands com bebidas... durante a noite toda levava-se 10 a 20 minutos para conseguir uma cerveja... imperdoável!
Origina falta de paciência, discussões desnecessárias (havia momentos que as raparigas que serviam cruzavam os braços, perante discussões) e ficam todos a perder, compradores e vendedores.
Para um 12º festival com o nome de uma cerveja este pormenor é inadmissível.
E o preço bem que podia ser mais acessível (quem pagava uma rodada largava ali um dinheirão... “esta pago eu... epá, acabei de gastar 3 contos em cerveja”).
Se bem que este é um festival urbano (contrariamente a outros, com grandes dificuldades de raíz), há sempre que melhorar em vários aspectos, mas pareceu-me que pouco se preocuparam com isso...
Obviamente que é impossível agradar a todos, mas mais uma vez, esteve longe disso este SBSR XL...
Mas, como referi, o balanço foi positivo, mereceu a pena participar neste dia do festival.
O convívio é ‘quem mais ordena’ neste tipo de cenas e nada melhor que assistir a uma tarde e noite rock, a beber uma cerveja...
Agora que começaram, os festivais não vão parar...
Qual é o próximo que se segue?
Não se esqueçam que esta é uma opinião pessoal, quem esteve lá, pode sempre se pronunciar, para quem não pôde ir poder ficar com uma opinião mais 'alargada'...
E é isso mesmo que vou fazer…principalmente porque a minha opinião é um pouco (ou deverei dizer bastante?) diferente, mas também… assim é que tem piada, não é?
Regressando então ao 2º dia do SBSR… confesso que não prestei grande atenção ao palco da Quinta dos Portugueses, mas a verdade é não achei as bandas que por lá passaram especialmente cativantes, pelo menos para mim, por isso vou saltar essa parte.
Quem saltou para o palco principal este ano foram os Primitive Reason, segundo os próprios um prémio pela boa aceitação que tiveram no ano passado, no outro palco.
Coube-lhes a ingrata tarefa de abrir as hostilidades, ainda o sol ía alto e o pessoal estava mais interessado em explorar o recinto. Mesmo assim conseguiram aquecer o ambiente e penso que foram bem recebidos pelo público, que ainda dançou bastante em alguns temas.
Os Alice in Chains deram um excelente concerto que surpreendeu muita gente – até quem nunca os tinha ouvido. Não conhecia o novo vocalista e realmente é impressionante a semelhança entre a sua voz e a do falecido – e mítico – Layne Staley. Chegou a ser arrepiante, principalmente em temas como “Man in the box” e “Would?”. Foi uma pena não teres conseguido vê-los, Billy. Mereciam ter tocado mais tarde, acabou por lhes acontecer o mesmo que aos Muse, há dois anos, que deram um dos melhores concertos do festival mas que pouca gente viu.
Os Deftones foram com certeza a desilusão da noite. E ainda deve ter sido pior para a multidão de fãs que os aguardava, do que para aqueles que não são particularmente fãs deles, como eu. Pouco entusiasmo, falhas de voz, queixas acerca dos insectos... pareceu-me também que o publico só devia conhecer no máximo um álbum da banda, porque as pessoas reagiram com verdadeiro entusiasmo a tão poucos temas que não consigo encontrar outra explicação. E pronto, lá tive que aguentar com o mosh e com os banhos de cerveja, mas pensando bem até foi a única coisa estimulante que se passou durante a sua actuação! Foi uma seca, os temas não se distinguiam uns dos outros, estava imenso calor e para ser sincera ainda o concerto deles não ia a meio já eu suspirava pelos Linkin Park. Que me desculpem os fãs mas foi mesmo mau.
A seguir, o principal motivo que me levou o Parque Tejo: Placebo.
E aqui, Billy, começa a nossa principal divergência: para mim os Placebo foram os senhores da noite: a começar por um alinhamento riquíssimo e acabar num publico que conhecia o excelente último álbum da banda de trás prá frente – pelo menos onde eu estava o pessoal debitou as letras todas impecavelmente – e que os venerou do princípio ao fim. Acho que eles responderam com um grande concerto e mereciam mais tempo em palco, quando saíram ainda o publico gritava por mais… Ao contrário do que disseste eu acho que eles entusiasmaram MUITA gente, e arrisco-me a dizer que a maior parte das pessoas que lá estava foi para os ver. E eu era uma delas, ah pois é, com o meu grito histérico de fangirl e a cantar o mais alto que podia, bem nas filas da frente.
Mas é como tu dizes, ou se atina com a sonoridade da banda ou então não se acha grande interesse… Mas agora… dizer que o divinal – andrógino – glamoroso – sedutor – charmosíssimo – elegantérrimo Brian Molko “apesar de estar com uns quilinhos a mais lá se mexia” é que eu já acho uma grande maldade… até parece que estavas a falar de…sei lá… olha, do vocalista dos Deftones!
É verdade que ele não está tão magro quanto era, e sim, são coisas diferentes, mas pareceu-me em forma …tinha também menos maquilhagem do que o habitual… mas estava bastante mais simpático também. Enfim, um deleite para as apreciadoras do género – LOL.
Conclusão: para mim foi excelente a todos os níveis, como já deves ter percebido. Excepto o facto de não serem cabeças de cartaz, claro.
Por fim, dos Tool tenho pouca coisa a dizer, do que vi fiquei com boa impressão, mas não conheço muito a fundo o trabalho deles e infelizmente também não consegui ficar até ao fim (sob pena de ter de amputar os membros inferiores – até hoje tenho 1 dedo do pé dormente devido a alguém que durante os Deftones insistia em saltar em cima dele). Para falar verdade estava tão eufórica com o concerto dos Placebo que nem me importei muito na altura, mas depois fiquei com pena.
E bem, já que vim aqui comentar os concertos já agora comento o resto das cenas também:
Quanto aos transportes e ao outro festival, que por acaso até é praticamente na minha rua, apanhei o metro até à Estação do Oriente e logo a seguir o comboio até Sacavém: excepcionalmente todos os comboios faziam paragem nessa estação por causa do festival. Por isso em termos de acesso não tenho do que me queixar, nem notei a interferência do Rock…perdão, Pop in Rio. Cheguei a horas, felizmente.
Quanto aos outros aspectos organizativos, não tenho a referência do ano passado, porque não fui, tenho apenas a de há dois anos – o tal ano caótico, o que faz com que a minha apreciação deste ano tenha necessariamente de ser melhor… de qualquer maneira nota positiva para a oferta a nível de alimentação, mesas (muitas) e casas de banho (mais). Nota negativa para os preços de TUDO – 25€ uma t – shirt?!?
Ouvi dizer que o Multibanco ficou fora de serviço mas que a organização disponibilizava um transporte até ao mais próximo… a ser verdade é de aplaudir. Mas concordo que ainda faltam muitos aspectos por melhorar e já vai sendo tempo…
E pronto, é tudo, se entretanto não tiverem adormecido a ler… LOL… e não se esqueçam, tal como o Billy disse isto é só uma opinião.
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