Os Peste & Sida lançaram no passado dia 21 de
O Billy News esteve à conversa com
baixista/vocalista de sempre da banda, que nos transmitiu o
espírito actual no seio dos Peste
& Sida, agora com o novo disco
na mão...
Aqui ficam as palavras do grande San Payo, numa curta mas incisiva entrevista...
BILLY- Finalmente o novo álbum vê a ‘luz do dia’, o
lançamento esteve anunciado
para final de 2006, início de 2007... o que motivou
esse atraso?
JSP- Destaco dois factores inalienáveis que contribuíram para que o “Cai no Real” não
tivesse chegado mais cedo às lojas: o facto de querermos editar um álbum de qualidade
inquestionável, que pudesse ser considerado o melhor álbum de sempre dos Peste & Sida e do
qual nos pudéssemos orgulhar (por isso mesmo) e o facto de
não termos liquidez financeira
para atingir esse objectivo com
facilidade e rapidamente.
Já diz o povo: “depressa e bem não há quem”. E quando decidimos subir a fasquia em
termos de resultado final (nós e
o Nuno Rafael, produtor) essa
máxima acabou por estabelecer a ordem dos trabalhos.
Sobretudo quando em termos
financeiros trabalhamos sobre a corda bamba, amealhando
cachets dos gigs para pagar
horas de estúdio, fábricas de cds, etc. o ritmo de trabalho
fica condicionado, infelizmente
de forma negativa.
Como se não bastasse tudo isto
ainda houve pelo meio pernas partidas, conciliação de
horários do Nuno Raf para
cumprir outros compromissos
que já tinha estabelecido, atrasos nas autorizações para
edição das adaptações do Revolução Rock, enfim…
O que conta é que estamos
realmente muito satisfeitos com o resultado final. As
músicas e as letras são boas, o álbum tem conteúdo, o som ficou excelente (obrigado Raf,
obrigado Sarrufo), a apresentação está impecável, com uma capa, um arranjo
gráfico, com fotos e ilustrações de primeira (obrigado Luís
Carlos, Sílvia, Jorge e Manel) e
era isso que nós queríamos com este álbum.
BILLY- “Cai No Real” tem o apoio duma rádio nacional (Antena 3), com várias referências
regulares ao trabalho, coisa rara na carreira dos Peste (já aconteceu exactamente o contrário, censurarem um álbum e a própria banda) e em geral com bandas do espectro punk... como conseguiram esse apoio?
JSP- Os tempos mudaram. Hoje em dia, a maioria das rádios já têm profissionais que sabem valorizar a produção nacional de forma imparcial. A Antena 3 é uma rádio exemplar nesse aspecto e tem desenvolvido ao longo dos anos vários projectos de apoio à música que por cá se faz (a quinta dos portugueses no seu formato de gigs ao vivo e em directo pelo país deixou
bastantes saudades e seria um formato bem vindo se fosse reintroduzido). Quem lá trabalha sabe avaliar a qualidade dos álbuns que as bandas portuguesas vão fazendo independentemente de serem deste ou daquela género musical.
BILLY- Na minha opinião
, o toque pessoal do Nuno Rafael fez muita diferença,
tanto a nível do som dos instrumentos, como das vozes que estão completamente
perceptíveis (mal se necessita do livro do CD com as letras dos temas). O facto de ele
próprio ter sido um Peste & Sida (especialmente em duas
vezes, recentemente) também
foi benéfico para sacar a ‘vossa’
sonoridade e fazer com que o disco resulte. Concordas?
JSP- Inteiramente. E é por isso
que decidimos contar com ele em palco para o espectáculo de
lançamento no dia 1 na Parede.
Ele conhece bem o nosso universo e envolve-se e
integra-se nele com toda a
naturalidade. Era bom contar com ele permanentemente mas
num próximo horizonte não vai
ser possível. Com muita pena nossa (e alguma dele,
atrevo-me a vaticinar!)
BILLY- O tema-título do disco é fortíssimo, bem como muitos
outros, mas há agradáveis
surpresas, como a “Canção de Lisboa” e “Acredita”... onde
foram arranjar as ideias para
tais temas?
JSP- É Peste! São «vipes»,
alguns mais pessoais e
intimistas, outros mais descontraídos e bem dispostos.
É a liberdade criativa que se
mantém,o privilégio de continuarmos a fazer o que
gostamos e da maneira como
gostamos.
BILLY- “Revolução Rock” foi o single avançado, um tema saltitante popularizado pelos
The Clash... a banda inglesa sempre foi uma das influências dos Peste, tal como já tinha
acontecido no “Sol Da Caparica” com Ramones...
certo?
JSP- Ramones é porreiro, é
power, é a rockar. Mas The Clash e Joe Strummer
acrescentam muito mais em termos de conteúdo. E
musicalmente também foram
pioneiros na vontade de
explorar vários ritmos e géneros musicais. Sem dúvida
que os The Clash são a grande
referência anglo-saxónica dos Peste & Sida e esta adaptação
do Revolution Rock é como que
o nosso tributo ao Joe
Strummer.
BILLY- A nível pessoal, qual o tema que mais gostas neste disco?
JSP- As faixas da minha preferência são o “Cai no Real”
e o “Bebe Vinho”. Mas os sons
de baixo estão trabalhados de
maneiras tão interessantes que não consigo deixar outras
faixas como o “Acredita” ou “Entregues aos bichos” em
segundo plano. E a “Cidade
Veneno”? e o “Ernesto”? e o
“Pensar Muito…”? – É tudo bom!
BILLY- Os concertos ao vivo
são muito fortes, tenho acompanhado a banda e apesar
de vê-los imensas vezes, não consigo estar parado, com tanta
envolvência, energia e ritmo. O que podemos esperar do
concerto de dia 1 de junho?
JSP- Mais e melhor. Não vou abrir jogo. Já me descaí ao
dizer que o Nuno Raf vai participar e mais não vou dizer.
Apenas te posso adiantar que a lista de espectáculo cresceu
consideravelmente com as faixas novas e com mais algumas dos álbuns antigos
que o ano passado não tocávamos e decidimos voltar a tocar.
BILLY- Obrigado pela entrevista, vemo-nos na 6ª feira para a festa de lançamento do disco, que se espera de arromba! Uma última palavra, para os leitores do Billy News, calculo que na sua maioria fãs dos Peste...
JSP- Apareçam – vale a pena! A oferta surpresa é o novo cd “Cai no Real”. Não dissemos antes para não levarmos com bocas do pessoal das lojas de música. Mas já todos sabiam, né?! Só os totós é que pensavam que poderia ser um porta-chaves ou uma esferográfica ou qualquer brinde desses, muita bons, que costumam sair nas rifas da quermesse!
1 comentário:
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Um grande obrigado ao amigo San payo, que anda super-ocupado com todas as iniciativas em promoção do novo disco, para além do concerto de dia 1 e 2 de junho, e ainda arranjou tempo para responder ao Billy News...
THANKS!!!!!!!!!!!!
Nesta entrevista ficam referenciadas algumas das novidades do concerto de dia 1, mas há mais...
Se há...
Peste & Sida até ao fim...
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