O vocalista dos 999 acedeu a um convite de visitar o Brasil e proporcionar sessões de DJing e de autógrafos com os fãs...
O site Zona Punk do Brasil entrevistou
Nick Cash no espaço London Calling, podem ler a entrevista clicando em "
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1 comentário:
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Nick Cash, a voz e a alma do 999, uma das mais importantes bandas do cenário punk inglês 77, veio ao Brasil para discotecar e dar autógrafos na loja London Calling.
Aproveitando a passagem do cara pelo Brasil, o Zona Punk trocou uma idéia e cobrou shows do 999 por aqui. Confira o bate-papo ai embaixo.
Zona Punk - O que você lembra sobre os shows do 999 no Brasil? O Arturo veio várias vezes com os Lukers, o que ele a você disse sobre as vezes que ele esteve aqui?
Nick Cash - Ele disse que teve muitos bons momentos aqui. Ele trabalhou com o Renato (da Ataque Frontal) e ele disse que quer voltar. E nós (a banda) também iremos voltar. Na primeira vez, nós tocamos no Sesc e no Aeroanta, foi muito legal, foram shows muito legais. O público foi muito receptivo. Lembro que conhecemos a Rosana e Walter da London calling, uma ótima loja de discos, fizeram boas fotos de todo mundo. Foi muito legal, pessoal super amigável, conheciam as músicas. E dessa vez eu voltei para esse DJ set no CBBar também tocando músicas com uma banda local (jam session surpresa). A banda conhece as minhas músicas, as músicas do 999. Eu acredito que será fácil pra mim, espero que seja. É uma oportunidade fantástica porque aqui no Brasil, pela primeira vez, eles idealizaram um DJSet com alguém famoso do punk, tocando para a geração punk. Acho que é uma grande idéia, tocar os discos que você gosta. Todo mundo quer saber o que você gosta de ouvir, mas é sempre uma lista incompleta. É um pouco dificil pra mim ser DJ porque eu canto e toco guitarra. Mas é bem estimulante, tudo vai fluir bem. Estou um pouco nervoso, acho que não vou ter que falar no microfone, só tocar as musicas. Porque eu não falo português e falar outra língua, qualquer outra língua é difícil pra mim, mas eu nem tenho que me preocupar porque todos aqui falam inglês muito bem. Eu acredito que tiveram que aprender não só porque gostam mas por causa de trabalho, enfim, não porque amam falar inglês mas porque ensinam isso na escola. Qual era mesmo a pergunta? Acho que estou isso não tem nada a ver (risos).
ZP - O que você pode dizer do novo álbum do 999, "Death in Soho"?
Nick - Estou orgulhoso de apresentá-lo porque este é o mais recente álbum do 999. Estava conversando com o Pablo e com Arturo (respectivamente, baterista e baixista da banda) sobre isso e eles disseram que acham que esse disco é tão bom quanto o nosso primeiro disco. É difícil pra mim porque todo mundo gosta dos primeiros discos das bandas como os do Sex Pistols, The Clash e Ramones. E pra mim é difícil concordar com isso porque não sei se conseguimos resgatar aquilo que as pessoas gostaram, a mesma energia. Cada disco é um disco, nós trabalhamos por ele, espero que as pessoas ouçam o "Death in Soho" e curtam nossa música.
ZP - Por que esse nome "Death in Soho"?
Nick - Nós gravamos nosso álbum no Soho e algumas das músicas falam sobre morte e bombas e do lado escuro das coisas, têm conexões e nada a ver com "baby, I love you". Soho é uma cidade pequena de Londres, falamos das pessoas de Londres, das coisas de lá e é isso. Você já foi lá, conhece Soho?
ZP - Não, ainda não.
Nick Devia conhecer, é muito legal.
ZP - Você quase entrou pro Dr. Feelgood numa época, certo? Como rolou isso?
Nick - O empresário deles, Chris Fanick disse que eu deveria cantar. Tocar guitarra era uma coisa que eu poderia fazer eventualmente, mas que eu não deveria fazer mais, não as duas coisas juntas. Que se eu quisesse só tocar guitarra, tudo bem, mas que não seria uma boa coisa pro 999. Mas eu queria fazer alguma coisa nova, naquela época eles eram uma espécie de pop rock, algo inacabado. Mas decidi mudar para o punk rock porque era algo mais livre e excitante, decidi fazer algo diferente. Então decidi fazer isso e estou satisfeito de ter feito, porque está sendo mais divertido fazer minha própria musica, a música da banda, fazer música com esses caras, fazer boa música (se é ou não), mas é algo que eu gosto mais.
ZP - Quando você começou com esse lance de Dj? Você é interessado em algo de música eletrônica ou só aperta play nos cds?
Nick - É a primeira vez que faço DJ-set, nunca fiz isso antes. Já fiz algumas coisas no rádio mas nunca fiz música eletrônica. Tudo que tenho que fazer é por o disco pra tocar. Você pode me mostrar como que se faz direito? Como se faz pra tocar, se está baixou ou alto, toda a parte técnica, sabe? (risos) Você pode me ensinar ou não? Eu suponho que vocÊ sabia, eu não sei (risos). A Lisa, escolhe as músicas, o Nick coloca as músicas e tudo vai funcionar direito (mais risos).
ZP - Então no Brasil é a primeira vez que vocÊ toca como DJ?
Nick - É a primeira vez. Eu acho que para o Brasil é uma boa coisa fazer isso. Por exemplo, coloca os caras do Toy Dolss pra fazer isso: eles são legais, as pessoas iriam gostar de vê-los colocando os sons pra tocar. Acho que é muito legal de se fazer. Porque aqui se tem boa música, bons lugares para tocar, todos gostam de sair para as festas, as pessoas são muito amigáveis, gostam desse tipo de música - não é alternativo, pop rock ou heavy metal - todo mundo gosta de ouvir os "oldies", as pessoas amam e por isso nunca morre. Então, é algo muito legal mesmo de se fazer. E agora eu estou aqui e estou com medo, nem vou dormir esta noite. Fazer alguma coisa pela primeira vez me deixa nervoso.
ZP - O "Nevermind the Bollocks" do Sex Pistols está sendo relançado este ano, em comemoração do 30º aniversário do álbum, e os caras estão fazendo alguns shows, você acha que isso é relevante?
Nick - Acho muito legal ver os caras reunidos de novo. Algumas pessoas acham que estão fazendo isso só por dinheiro, mas espero que eles se divirtam e que não levem em conta esse tipo de coisa e simplesmente toquem de novo e façam muitos shows, muitas tours e façam músicas novas, um disco novo. Todo mundo gostaria de ouvir, eu gostaria, você gostaria. Acho positivo essas bandas voltarem - os New York Dolls se reuniram, estão tocando, fazendo tours. E espero que isso continue acontecendo com mais gente; que façam mais isso, não deixe a música morrer. Que a música seja o motivo maior para que estejam juntos e façam o melhor no futuro. Pelos 30 anos que passaram e pelo que virá, continuem tocando os discos antigos e continuem na estrada. O Ramones tocou aqui, The Lurkers tocou aqui, os Buzzcocks tocaram aqui. São Paulo é uma cidade musical. As pessoas saem, se divertem. É um lugar que eu gosto, muito amigável, é muito longe de Londres (risos). Eu gosto de tocar em lugares distantes. É uma honra parar aqui. É um bom trabalho a fazer.
ZP - Tem alguma banda punk nova que você goste? Qual ou quais?
Nick - Deixa eu ver... Eu não estou muito satisfeito com a nova cena mas tem uma banda de Los Angeles que fez uma música chamada "God bless America". Leva o nome da América como Jimi Hendrix já fez. É uma banda pequena de LA, estão tocando em todo lugar e despontando na cena. Não sei bem, mas vou usá-los como exemplo. Vou usar a camiseta deles para que todo mundo saiba, é uma boa coisa a fazer (risos). (NR: a banda a que ele se refere chama-se Mad Parade)
ZP - Alguma possibilidade de ver o 999 tocar no Brasil novamente?
Nick - Sim, estamos conversando sobre o 999 fazer uma tour aqui com os Lukers em maio, talvez fazer dois shows aqui em São Paulo, e provavelmente no Rio, que não tem uma cena muito grande; mas possivelmente em SP e Buenos Aires rolará. Nós tocamos no verão passado em Buenos Aires. É um pouco difícil colocar as bandas juntas pra tocar, mas o Renato (da Ataque Frontal) está vendo, já trouxe os Buzzcocks e outras bandas. E você vê todo esse espaço aqui e fica com vontade de voltar, depois de tanto tempo, tem mesmo vontade de voltar. Mas provavelmente será em maio de 2008. Espero que aconteça. E eu volto aqui na London Calling e assino todos os discos de novo e dou autógrafos pros fãs de novo (risos).
ZP - Com certeza faremos! Muito obrigada!
Nick - Muito obrigada você e "Keep punk music, long live the music!"
Créditos:
Perguntas: Wladimyr Cruz
Entrevista: Liza (London Calling)
Produção: Andréa Ariani
Entrevista traduzida e retirada de...
http://www.zonapunk.com.br/ver_entrevistas.php?id=135
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