Calendário

sábado, janeiro 18, 2025

João (Gazua) - entrevista sobre o vinil "2008-2015"

Quem acompanha o blog conhece com certeza parte ou mesmo todo o percurso dos Gazua, banda lisboeta inactiva com cinco álbuns editados, que teve um regresso em modo de apresentação única ao vivo, em 2024.

O Billy News questionou o mentor, vocalista/guitarrista sobre esta ´nova` edição "2008-2015" que culmina em novo concerto, no próximo dia 7 de Fevereiro no RCA Club em Lisboa (onde também participam os Peste & Sida e DJ Billy). Podem ler esta entrevista já abaixo.

Billy - Como surgiu a ideia desta edição em vinil, o disco "2008-2015", já tinha sido planeado há algum tempo ou foi algo recente? E só vai estar disponível nesse formato?

João - A edição do vinil foi uma ideia da editora Anti-Corpos que está a voltar ao ativo depois de ter estado algum tempo sem grande acção. O circuito underground onde a editora actua tem estado com pouca atividade e foi uma forma de contrariar essa tendência. O disco dos GAZUA é apenas o início desta nova caminhada de uma editora que não quer ficar apenas a assistir ao que se passa num mundo cada vez mais injusto, intolerante e descartável. A música é uma arma, é uma mensagem, e uma forma de reunir pessoas que neste caso se identifiquem com uma forma de estar mais justa e tolerante.

Este novo disco foi idealizado muito recentemente, o processo foi rápido e só estará disponível em Vinil.

Billy - O disco contempla temas já editados nos vossos discos dessa altura ou há alguma faixa que não fez parte dos álbuns e foi agora incluída? Ou seja, há algum tema inédito para o público?

João - Os GAZUA editaram 5 discos de 2008 a 2015 e a ideia foi criar uma compilação de músicas que passasse por todas essas edições. A única exceção é uma música que estava apenas presente numa compilação de nome “Punkarte” que foi editada em 2009. Não há material novo pois a banda não está ativa e não há inéditos pois tudo o que gravámos no passado foi incluído em alguma edição.

O que fizemos com este disco foi escolher músicas menos rodadas, ou seja, não selecionámos as mais tocadas pois ia soar a mais do mesmo e optámos por segundas escolhas para que o disco possa soar a novidade para quem seguiu o nosso trabalho.


Billy - Esta apresentação ao vivo no RCA Club, foi algo ´forçado` por causa da edição, ou surgiu naturalmente? 

João - Esta atuação no RCA é uma consequência da edição deste disco. Não havia planos para voltarmos ao palco tão cedo, mas fez-nos todo o sentido apresentar ao vivo este disco que muito nos orgulha.

É também importante estarmos presentes nesta nova vida da Anti-Corpos pois queremos que seja uma vida forte e longa, repleta de edições, concertos e pessoas.

A cereja no topo do bolo é podermos participar na festa de lançamento do disco dos Peste & Sida, reproduzindo o evento de 2015 onde abrimos o concerto dos Peste também no RCA numa grande festa de arromba! Boas memórias que vale sempre a pena re-visitar.


Billy - Ao surgir esta notícia, gerou-se logo uma manifestação de pessoas a questionar se haverá concertos noutros locais, nomeadamente referiram o Porto e Coimbra. A ideia é de concerto único ou a banda está aberta a outras opções?

João - O nosso plano é fazer este concerto em Lisboa e voltar a fechar a “loja”. Não estaríamos totalmente fechados à ideia de fazer concertos noutras cidades, mas não temos propostas consistentes que sejam viáveis financeiramente e infelizmente esse fator é crucial.

Quem quiser cantar connosco, dê um pulo ao RCA no dia 7 de fevereiro.


Billy - Sei que andas extremamente ocupado com o teu projecto O Gajo (tanto a solo, como com convidados), só para reforçar a ideia, não há planos de um novo álbum de Gazua num futuro mais próximo?

João - Não. Eu acho mesmo que os GAZUA irão dar o último grito no próximo dia 7. Quando comecei com o projecto O GAJO, a banda ficou em “águas de bacalhau”, mas o tempo voa, as referências mudam e se hoje voltasse à música mais pesada e elétrica, seria com novas referências e sonoridades. Já não voltaria a fazer as coisas de forma a encaixar nos GAZUA. Teria de ser outra coisa.

“Eu fazia tudo outra vez” é uma música dos GAZUA que tem como mensagem, voltarmos aos momentos que lembramos com saudade, que nos fizeram sentir parte de um movimento forte e construtivo, momentos de reunião com amizades duradouras, um pouco como tudo o que se irá passar no dia 7. Será um grande prazer voltar a partilhar o palco com o JP e com o Paulinho, grandes amigos que respeito muito e que fazem com que isto faça sentido.

No lado artístico, o que não gosto é de repetição, isso não me motiva e por isso não me vejo a voltar à "fórmula" dos GAZUA.

 


Billy - Por fim, deixa umas palavras aos fãs da banda e claro, sobre o que esperarem do evento de dia 7 de Fevereiro.

João - No dia 7 de Fevereiro iremos tentar estar em palco como se nunca o tivéssemos deixado. Vão ser 50 minutos de intensidade. O JP tem o motor oleado, eu já tirei o pó à SG e o Paulinho já penteou a crista. Aconselho a todos que comecem já os exercícios de voz para estarmos todos afinados!
Por fim, estejam atentos à atividade da Anti-Corpos, a parceria entre o Krânio, o Johnnie e o resto da equipa parece-me capaz de abanar Lisboa e o resto do País que bem precisa de um abanão!


E para notícias relacionadas com tudo o que se passa neste circuito mais underground, sigam o Blog do Billy! :-)
Abraços e obrigado pelo teu apoio!



Podem obter mais informação sobre os Gazua acedendo aqui à página da banda.



Quanto à Anti Corpos podem saber tudo clicando aqui!


Podem adquirir aqui bilhetes para o evento de dia 7 de Fevereiro.

Sem comentários: