Os
Raimundos estão mesmo de volta!
A banda brasileira prepara uma sequência de concertos e devem mesmo dedicar-se a um novo álbum em breve (o último foi lançado em 2002), pois já têm alguns temas novos prontos.
O site EPTV realizou recentemente uma entrevista à banda, podem ler na íntegra clicando em "
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5 comentários:
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Com formação estável, Raimundos pensa em disco de inéditas
Digão, vocalista da banda, conversou com o EPTV.com
Se tem algo que não falta pro Raimundos é história pra contar. E das boas. Banda que vendeu milhões de cópias, esteve no mercado das grandes gravadoras, passou por conflitos internos e troca integrantes. De 1987 pra cá, a carreira renderia um livro de muitas páginas.
Depois de diversas mudanças na formação, que começaram após a saída do vocalista Rodolfo Abrantes, o Raimundos se mantém desde 2007 com Digão (vocal e guitarra), Canisso (baixo), Marquim (guitarra) e Caio Cunha (bateria). Ganhou estabilidade e se adapta à diferente realidade que viveu nos anos 1990, quando os discos da banda não paravam nas prateleiras. O mercado mudou e o Raimundos também.
Quem fica à frente do direcionamento do grupo hoje é Digão. “Desde que assumi a banda eu disse que iria seguir o meu feeling, o que eu acho que é certo”, comenta durante entrevista do EPTV.com. Um dos planos era gravar um DVD, com a intenção de mostrar que a banda ainda tem vigor no palco. E assim foi.
Sem um disco de inéditas desde 2002, a banda toca músicas dos anos 90 e 2000 e as últimas composições, como “JAWS”, que teve clipe lançado no fim de 2010. O plano da banda atualmente é trabalhar o DVD, mas Digão adianta: já tem músicas prontas e 2012 será um ano para pensar em um novo CD. Sobre a relação com Rodolfo hoje, afirma: "não iria falar com ele se cruzássemos a mesma rua". Confira trechos da entrevista que o EPTV.com fez com o vocalista do Raimundos.
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EPTV.com: Pra quando é o novo disco? O que estão planejando?
Digão: A gente não planeja muito não. Quando eu não sei ainda, mas já tenho um material. Estamos muito focados no DVD, vai ser um ano e meio de trabalho nele. Mas nesse meio tempo vamos reunir o que a gente tem. Eu sou um cara que gravo muito com o celular nas passagens de som, quando faço um riff maluco. “Opa, opa, opa, para, para”, já pego o celular e gravo o riff. Então, no meu computador tem um arsenal de riffs novos, letras novas e músicas prontas também, a gente já tem. Estão guardadas porque eu quero dar o tiro certo na hora certa.
Algumas dessas músicas já são tocadas nos shows?
Não, não...
Totalmente guardadas mesmo?
É, já fazem parte dessa nova safra, né.
Quantas estão prontas?
Umas três ou quatro.
É a base de um disco...
Um disco tem 14 músicas no máximo né? Ou 12, eu nem sei como o pessoal está fazendo hoje. É muito louco, você fazer um disco é uma coisa meio assim, você faz porque tem que fazer. Tem que ter música nova pra melhorar o show. Pra isso precisa de estrutura, e eu acho que esse DVD tá dando o “start” da estrutura que o Raimundos estava precisando. E esse DVD também é uma coisa que eu sempre quis fazer, desde a ruptura da banda. Vocês vão ver que o show é muito bom, que a banda continua com energia, do mesmo jeito que era antes, porque muito foi falado e pouco foi feito, entendeu? O negócio da saída do Rodolfo, se falou demais “porque o Raimundos isso, porque o Raimundos aquilo, porque o Raimundos já era”. Espera aí, você foi num show pra saber? Então vê o DVD pra saber [gargalha].
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Você acha que o show de vocês, a postura no palco, mudou depois da saída do Rodolfo?
Eu acho que o Raimundo hoje é uma banda... mais... como vou te dizer... tem mais gás. Nós nos divertimos muito tocando ao vivo. O Caio, o “batera”, ele é impressionante, cara. Ele manteve a autenticidade do Raimundos, mas com um gás completamente novo: do jeito que a gente começa, a gente termina.
Ele sacou o espírito da banda...
Total. Lógico que ele teve um tutor, que foi eu: não deixo passar nada, sou um cara chato.
Você é o autoritário?
É, um pouco. Alguém tem que direcionar. E o Caio é uma pessoa muito bacana, é um cara que gosta, que é fã da banda, então ele já conhecia as músicas. A gente só tem que “podar” um pouco pra não ficar bom demais, entendeu? [gargalha].
Estão fazendo mais shows depois da gravação do DVD?
A agenda está do mesmo jeito. Desde que eu assumi as coisas do Raimundos.
Quando foi isso?
De 2006 pra 2007 eu assumi o controle.
O que você chama de assumir o controle?
Cuidar da agenda, direcionamento, o que a gente vai fazer. Desde que o Canisso voltou pra banda, aí eu falei “perai, né, temos um empresário”, mas estávamos fazendo um show a cada dois três meses. Passei a vender show também, abri o “lance”.
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E a renda das bandas cada vez mais é de show, né...
Claro, pelo amor de Deus. Não dá pra deixar nas mãos dos outros. Passamos a viajar os quatro da banda e o técnico de som, sem roadie, nem nada. Eu quis começar do zero, dar um “boot”: um coisa que tínhamos que ter feito já na saída do Rodolfo. Ter caído na realidade, mas isso não aconteceu. Eu não fazia direcionamento da banda. A banda foi decaindo, decaindo, decaindo, até o ponto do tudo ou nada. Enxuguei a máquina, tirei toda a gordura, deixei com cara de um texugo: só viajavam os quatro da banda e o técnico de som, que é importante. Não importa o que está acontecendo no palco, o som tem que estar maravilhoso lá na frente.
Você faz questão...
Total questão. Aí viajamos bastante, conseguimos colocar um roadie denovo, e outro: estamos com uma equipe de 11 pessoas. Já é metade do que era, e acho que está mais do que bom.
E por que você acha que deu pra ganhar esse fôlego novamente?
Cara, acho que a volta do Canisso foi muito importante. O que acontece, nós éramos um trio: eu, o Canisso e o Rodolfo. O Fred entrou depois. Quando o Rodolfo saiu da banda, depois saiu Canisso, ficou só eu e o Fred.
E você continuaram tocando...
De 2001 até 2006. Em 2007 o Fred resolveu sair e o Canisso voltou. Aí voltou a ter a cara do Raimundos, porque no palco, na cena de frente só tinha eu e duas pessoas diferentes. Aí não, voltou o Canisso, quer dizer, voltou a ter a cara do Raimundos.
Por que ele voltou?
Cara, na época ele saiu justamente porque não se dava bem com o Fred. Ele já não gostava do direcionamento que o Fred dava pra banda. Eu aguentei mais um tempo, pra ver “qualé” e deixei o barco correr, até o ponto que o Fred resolveu sair. Aí ele saiu e eu chamei o Canisso de volta, ele viu e “bom agora vamos fazer do nosso jeito, né?”. E não deu outra, ele voltou e deu credibilidade. Estamos fazendo cinco, seis shows por mês, que é um ótimo número pra uma banda que está fora da mídia, fora das rádios, fora de tudo. O que Rodolfo o fez, da maneira que ele fez, acho que as rádios, todo mundo se sentiu meio traído. Você vê que o Raimundos parou de tocar.
O relacionamento entre vocês era bom?
A gente tinha um relacionamento muito cordial.
Vocês só se seguravam ainda por que vendia (e bastante)?
Olha, não, cara, tinha chama ainda. Mas muita coisa acumulou e precisava ser resolvida, e eu acho que faltou conversa. O Rodolfo não queria conversa. Ele é meio assim: faz as coisas, aí não dá certo e foge, sai correndo. Não teve coragem de fazer de uma maneira legal e saiu correndo.
E a gravadora preferiu apostar na nova carreira do Rodolfo que na continuação do Raimundos?
É, porque assim, quando a gente estava conversando “oh, como é que vai ser isso?”, porque a gente tem uma dívida né. A gente tem uma dívida grande de adiantamento. Eu recebo direitos autorais, não ganho por discos vendidos.
Há um contrato de discos a serem gravados?
Sim, três discos.
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E isso não foi cumprido...
Não foi cumprido, porque foi feito um acordo. A gravadora acho que cresceu o olho, “ah, peraí, a gente pode ter dois: o Raimundos e o Rodolfo”. Na reunião eu falei “eu, o Fred e o Canisso estamos nos juntando pra continuar a banda”. Estávamos juntando três pessoas pra pagar com um produto só uma dívida e o outro está sozinho, com um produto também, pra pagar uma dívida. A nossa dívida era maior [Digão, Fred e Canisso, por somar os três]. Aí eu falei “tudo bem, a gente vai quebrar esse contrato aqui e vamos fazer outro, só que o que você vai investir no Rodolfo, tem que investir três vezes na gente”. Lógico que os caras investiram três vezes no Rodolfo e uma vez na gente.
Ainda tem contato com o Fred e com o Rodolfo?
Cara, eu tenho muito contato com o Fred, é meu amigo, meu “brother”. Volta e meia eu preciso de alguma coisa, ligo pra ele e ele também, não tem nenhuma barreira. Inclusive consegui colocar ele e o Canisso juntos, porque eles realmente não se bicavam. E hoje em dia está numa boa. Agora, o Rodolfo eu não tenho contato mesmo. Já tirei ele da minha cabeça faz algum tempo.
Acha que 2012 vai ser um ano pra ser pensar mais no novo disco?
Acho que sim. Este ano, só DVD, até o meio do ano que vem.
Entrevista retirada de...
http://eptv.globo.com/campinas/variedades/NOT,1,1,349097,Atracao+da+Virada+de+Campinas+Raimundos+pensa+em+disco+de+ineditas.aspx
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