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quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Mão Morta - "Maldoror" ao vivo

Não esquecer, começa já no dia 23 de fevereiro uma série de espectáculos dos Mão Morta ao vivo, em apresentação de 'Maldoror'...

Feb 23 2008 8:00P
’Maldoror’ - Teatro Virgínia Torres Novas
Mar 7 2008 8:00P
’Maldoror’ - Teatro Viriato Viseu
Mar 8 2008 8:00P
’Maldoror’ - Teatro Viriato Viseu
Mar 13 2008 8:00P
’Maldoror’ - Teatro José Lucio da Silva Leiria
Apr 5 2008 8:00P
’Maldoror’ - Teatro Municipal Faro
Apr 12 2008 8:00P
’Maldoror’ - Cine Teatro Estarreja
Apr 23 2008 8:00P
’Maldoror’ - Culturgest Lisboa
May 3 2008 8:00P
’Maldoror’ - Theatro Circo Braga


"Estou sujo. Roído de piolhos.
Os porcos, quando olham para mim, vomitam."



A partir de “Os Cantos de Maldoror”, a obra-prima literária que Isidore Ducasse, sob o pseudónimo de Conde de Lautréamont, deu à estampa nos finais do séc. XIX, os Mão Morta, com os dedos de alguns cúmplices, estruturaram um espectáculo singular onde a música brinca com o teatro, o vídeo e a declamação.


Aí se sucedem as vozes do herói Maldoror e do narrador Lautréamont, algumas imagens privilegiadas das muitas que povoam o livro, sem necessidade de um epílogo ou de uma linearidade narrativa, ao ritmo da fantasia infantil – o palco é o quarto de brinquedos, o espaço onde a criança brinca, onde cria e encarna personagens e histórias dando livre curso à imaginação.


Em similitude com a técnica narrativa presente nos Cantos, a criança mistura em si as vozes de autor, narrador e personagem, criando, interpretando e fazendo interpretar aos brinquedos/artefactos que manipula as visões e as histórias retiradas das páginas de Isidore Ducasse, dando-lhes tridimensionalidade e visibilidade plástica. O espectáculo é constituído pelo conjunto desses quadros/excertos, que se sucedem como canções mas encadeados uns nos outros, recorrendo à manipulação vídeo e à representação.

Como um mergulho no mundo terrível de Maldoror, povoado de caudas de peixe voadoras, de polvos alados, de homens com cabeça de pelicano, de cisnes carregando bigornas, de acoplamentos horrorosos, de naufrágios, de violações, de combates sem tréguas… Sai-se deste mundo por uma intervenção exterior, como quem acorda no meio de um pesadelo, como a criança que é chamada para o jantar a meio da brincadeira – sem epílogo, sem conclusão, sem continuação!

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