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quarta-feira, dezembro 10, 2008

Gogol Bordello hoje no Campo Pequeno


Hoje é dia de 'gipsy punk' no Campo Pequeno, os Gogol Bordello actuam pela primeira vez no nosso país em nome próprio.
Depois das passagens pelos festivais FMM (em Sines), Paredes De Coura e da recente edição do Alive!, a banda de Eugene Hütz regressa a nosso país para mais uma efusiva actuação, com início marcado para as 21 horas...

2 comentários:

Billy disse...

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O preço dos bilhetes varia entre os 20 e os 28 euros.


A Central Música irá filmar o evento, estará disponível em breve...


http://www.centralmusical.pt/



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Billy disse...

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Gogol Bordello: folia, sempre
Data: 11-12-2008


Não foi a primeira vez que actuaram em palcos nacionais, mas foi a primeira em nome próprio.

Por isso o concerto dos Gogol Bordello, esta noite no Campo Pequeno, foi uma espécie de reestreia da banda de Eugene Hütz em Portugal e a entrega ao espectáculo denotou isso mesmo.

Ainda que nas outras actuações o grupo nunca tenha deixado os créditos por mãos alheias no que toca à energia, intensidade e interacção com o público, desta vez os Gogol Bordello puderam comprovar que não são apenas um fenómeno festivaleiro, mesmo que façam de qualquer concerto um festival de influências nómadas como a vida dos músicos que compõem a sua formação.

Eugene, qual mestre de cerimónias punk cigano, foi o primeiro a entrar, acompanhado da sua tradicional guitarra acústica da qual tanto tira os rasgos mais punk, como as notas de raízes ciganas ou as toadas de flamenco que gosta de beliscar volta e meia.

E com 'Illumination', do álbum cuja capa fez o cenário, deu o pontapé de saída, num Campo Pequeno onde houve de tudo: muito mosh, pulos articulados em osmose, palmas à maneira sevilhana e muita gente a levantar-se das vertiginosas bancadas para um pé de dança frenética.

Do lado do palco, além do punk cigano, o dub e até uns improvisos a beirar o hard rock deram o ar da sua graça.

De facto, e apesar de não estar cheia, raras vezes se viu nesta sala lisboeta o ambiente de concerto ao ar livre, tomando a palavra arena um sentido mais estrangeiro (e de estádio), embora Eugene, nas suas mil uma formas de se expressar em gestos para o público, parecesse ocasionalmente um forcado a fazer uma pega.

'Think Locally, Fuck Globally' poderia ser o slogan panfletário de resumo a tudo o que se passou, citando o título de um dos temas que a banda viria a tocar já no encore.

Mas até lá foi assistir às preferências da assistência, quase tão indistintas como muitas das passagens entre as músicas que os Gogol iam fazendo, numa espécie de mash-up dos trabalhos recentes com os mais antigos.

Bastava o violino e o acordeão soarem mais a Leste ou a parafernália instrumental desatar num caos sonoro de frenesim multicultural para a massa humana se agitar em conformidade na dita arena.

Assim foram recebidas 'Ultimate', 'Tribal Connection' e 'Supertheory of Supereverything', de "Super Taranta", ou 'Mishto' de "Gypsy Punks".

E já com o mesmo direito a coros entusiasta o são tanto 'Not a Crime' como a recente 'Wonderlust King', aquecimento de início de festa a "bombar" na entrada do Campo Pequeno, dando a ilusão aos mais desprevenidos que o concerto havia começado bem antes da hora.

Imparável, a banda fez cercar alguns dos temas apresentados pela tarantela, outra das referências tradicionais da sua música, do instrumental 'Super Taranta', parente próxima da também ressoada 'Harlem in Tuscany'.

E foi no culminar desse fôlego, entretanto convertido em coreografias burlescas, com o público a seguir em magote a trajectória de uma ponta à outra do palco por parte da trupe saltimbanca, que a banda saiu para retornar depois num encore que abriu com o já clássico 'Start Wearing Purple', onde aos primeiros acordes se seguiu de imediato o acompanhamento verbal do público.

Houve também lugar a uma música nova, uma versão de 'Mala Vida', dos Manu Negra (Mano Chao), até porque já chamaram aos Gogol Bordello, Manu Chao de Leste, antes da derradeira despedida com 'Think Locally, Fuck Globally'.

Eugene prometeu o regresso para breve e o público saiu da sala ao som da gravação da marcha sambista 'Aurora'.

O carnaval chegou mais cedo, ou não fosse a folia ter um nome: Gogol Bordello.


Ana Tomás


http://cotonete.clix.pt/quiosque/noticias/body.aspx?id=41550




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