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quarta-feira, dezembro 08, 2004

Parkinsons em Lx - nao esquecer

Existe alguma alma (penada??? Moribunda??) que nao vai ver o concerto dos Parkinsons em Lisboa, na Galeria Ze' Dos Bois, no dia 9 de dezembro, quinta-feira, pelas 23 horas?

Sera que existe alguem que nao queira participar no concerto mais bombastico dos ultimos tempos, da banda mais energetica de sempre "made in Portugal", que conseguiu mexer com os britanicos, a ponto de considerarem a banda-sensacao de ano passado, 'a frente de todas as brit-pop-bands inglesas que tanto se esmeraram por agradar o dificil publico ingles?

No ultimo concerto que vi dos Parkinsons, so' faltou pegarem fogo (sim,fogo!!!) 'a sala Economica Operaria, em frente 'a Voz do Operario, na Graca.

Puro Punk Rock, puro e duro, num cruzamento entre a furia dos Sex Pistols e o ritmo e atitude dos Clash, com um toque bem portuga, a condimentar o espectaculo.

Duvidas ??? Acho que nao ha... e' aparecer e ver "a banda" em palco.

Dia 10 de dezembro (sexta-feira) o "fogo" volta a espalhar-se em Coimbra, no Le Son, pelas 23 horas.

Streets of London...

1 comentário:

Billy disse...

Segue um comentário ao concerto no norte e um pequeno historial da banda...

Quem sabe mesmo incendiar qualquer local são os Parkinsons.

Punk rock. Misturem The Clash e Ramones.
Juntem-lhe um pouco de Sex Pistols. Levem ao forno e sirvam o prato bem regado de cerveja.

É mais ou menos assim um concerto onde o público é convidado a participar e mesmo que não o seja participa. Foi o caso. Recuamos até 1977.
Os punks estão vivos e cheios de energia. Querem "riot" e pronto... o caos e anarquia instalam-se.
Victor Torpedo incita o público e o microfone passa de mão em mão. Cada um é pior que o outro. Todos querem cantar ou berrar (conforme os casos).
Alguém pede Ramones. Pedido aceite. Pedro Xau, o baixista, começa a cantar, a léguas de Joey, mas o que é que isso interessa? O concerto prossegue com uma mistura de temas dos dois álbuns da banda.

Grande concerto dos portugueses que vivem em Londres. Só foi pena que não houvesse cds à venda. Mas pelo menos o FCP ganhou ao Chelsea, clube que não entra nos gostos dos londrinos Parkinsons.

Jorge Oliveira.





The Parkinsons Chegam a 1979

Artigo públicado no Suplemento Y do Jornal 'O Público' da passada sexta-feira, 3 de Dezembro.

A desagregação dos Tédio Boys, míticos punkabillys de Coimbra, acabou por dar origem a um punhado de outras bandas: Bunnyranch (de Kaló), Wray Gunn (Paulo Furtado), d3ö (Tony Fortuna). E The Parkinsons, de Victor Torpedo. Agora que a banda se prepara para uma minidigressão por Portugal, o vocalista-guitarrista fala-nos de viver Londres, a nova formação - o velho cúmplice Pedro Chao no baixo mais o francês Eric Boitier na bateria - e o quanto gosta de tocar no Japão.

Quando percebeu que os Tédio iam acabar, decidiu passar por Londres onde chegou em Agosto de 2000. "A intenção era trabalhar aqui algum tempo, fazer algum dinheiro, e depois seguir para a América, que era onde eu tinha contactos [com a Elevator Music, no Connecticut]. Mas passados seis meses tudo se alterou, desde que demos o primeiro concerto nunca mais parou. Acabamos por gostar desta cidade - não sei como, mas ainda estou cá."

Os Parkinsons, que incluíam então o vocalista Afonso Pinto, foram tomados nos braços do jornal "New Musical Express" (NME), entusiasmado com os concertos de energia destruidora e iconoclasta.

"Os primeiros concertos eram puro punk, pesados porque quando chegámos não se passava nada, era uma onda de bandas indie e concertos muito chatos. E a maneira de agitar as coisas era ser forte. A minha intenção não era chocar, já tinha feito coisas piores com as bandas anteriores."

Um primeiro EP (de que o falecido John Peel gostava) ajudou a consolidar a fama, mas depois Pinto saiu: "Uma semana antes de irmos para o Japão. Estava programado gravar o disco após voltarmos. Então ou fazíamos mas comigo - e eu nunca tinha cantado - ou a banda acabava." Victor juntou a voz à guitarra - "é muito mais difícil. Nunca imaginei. Acaba-se um concerto quase sem respirar. Meia hora a tentar recuperar o fôlego. E também já não sou uma criança..."

Na realidade, tem 32 anos, e acabou de se mudar com a namorada e o filho de sete meses para Stoke Newington, perto do estádio do Arsenal. Mas os Parkinsons continuam a ser conotados com a zona boémia de Camden. "Sempre fomos 'Camden boys'. Quando saio à noite, continuo a ir lá, jantar, beber alguma coisa." É a zona dos mercados de roupa, certo? "É mais para os discos, as roupas continuam as mesmas, as velhinhas. E andar sem cheta já faz parte da vida londrina!"

O álbum "Reason To Resist", feito com o dinheiro que sobrava das "tournées", foi feito num ambiente de "ou vai ou racha". Surgiram uma série de pessoas que nunca tinham estado envolvidas com os Parkinsons para nos ajudarem - "o Ken Blackwell conseguiu-nos um mês de estúdio, tempo para misturar. E o Boz Boorer [guitarrista de Morrissey] tocou saxofone e clarinete em três músicas." A que soa o disco? "Algumas pessoas dizem que soa entre o Mick Jones dos Clash e o Pete Shelley dos Buzzcocks. O primeiro [álbum] era de 1977, este já é mais de 78, 79, com uns toque de new wave."

E o Japão? "Tocámos 22 datas num mês, corremos o Japão de um lado ao outro. Lá somos tratados de uma maneira... É como o ritual depois do concerto. Em Portugal antes de tocar come-se uma dose de carne de porco à alentejana e vai-se para o palco vomitar. No Japão acaba-se o concerto cedo, e levam-nos para ao restaurante e fica-se até as quatro da manhã a receber comida, saké... Uma "tournée" no Japão é tão relaxante."

Quanto ao velho amigo "NME", "continua a ser o jornal mais influente. O problema é que não fala acerca de música. A um ponto que chega a ser catastrófico, só fala da moda criada à volta de certas bandas, tornou-se uma fanzine. É como ler a Olá. Mas há milhares de bandas que continuam a sobreviver sem o NME."

The Parkinsons
3ª, 7, PORTO. Portorio. R. Ouro - Barco Gandufe. Às 23h00. Bilhetes: 7,5euros
+ d3ö.
5ª, 9, Lisboa, Galeria Zé dos Bois, R. Barroca, 59. Às 23h00. Bilhetes: 7,5euros
+ Los Santeros.