segunda-feira, agosto 29, 2005

Mata-Ratos - "Festa Tribal" dados definitivos

Seguem as últimas novidades do lançamento de "Festa Tribal", a festa mais falada dos últimos meses...


Review "Festa Tribal"

A mais lendária banda do Punk nacional está de volta aos discos em 2005 com o seu primeiro album ao vivo.

Gravado dia 24 de Abril´05 em Leiria (na mini-tour com os The Parkinsons), "Festa Tribal" é uma compilação de autênticos hinos do Punk português, alguns dos quais arquivados como o que o melhor Rock português produziu nos anos 80/90.

Assim, munidos de excelentes condições técnicas e um público (estimado em 400 pessoas) ávido para juntar a sua voz a este live record, os Mata-Ratos desfilam clássicos que fazem a restrospectiva perfeita de mais de duas décadas de sangue, suor e lágrimas!

Por mais que alguns tentem denegrir e ignorar a história da banda, os Mata-Ratos sempre se mostraram indiferentes a todas as polémicas, entregando-se de corpo em alma em cada concerto, partilhando com o público aquelas músicas que acompanharam a infância de muitos.

O resultado são 20 músicas com excelente qualidade sonora e entrega total por parte da banda de Miguel Newton, em 60 minutos intensos!

Não satisfeitos com o album ao vivo, a Rastilho desafiou os Mata-Ratos para a edição de um CD extra com conteúdos multimedia.

O resultado superou tudo o que tinhamos idealizado inicialmente: para além de dois vídeos em Quicktime incluídos ("Gangue das Batinas" e "Deus, Pátria e Família"), este Cd inclui ainda uma biografia completa de MR escrita por Miguel Newton (desde o ano 1982 até 2005, com muitos episódios curiosos - alguns polémicos - de 23 anos de Mata-Ratos), discografia completa, todos os concertos de MR até aos dias de hoje, árvore geneológica (com referência a todos os elementos MR que passaram pela banda), links, contactos e outras surpresas que nos recusamos a revelar.

Tudo incluído numa excelente apresentação multimedia.

Por último, destacamos ainda as preciosas colaborações de Jornalistas/Radialistas/Músicos incluídos no booklet desta edição - as suas palavras tornam esta edição ainda mais especial - e o excelente grafismo envolvendo esta edição, a cargo da ComaVisions.


Setlist

CD1

  1. PARALISIA CEREBRAL
  2. RAÇA HUMANA RAÇA SUPERIOR
  3. ROUBA O QUE É TEU
  4. ÉS UM HOMEM OU ÉS UM RATO?
  5. MUSGUEIRA CHAINSAW MASSACRE
  6. C.C.M.
  7. MENINA DA RUA
  8. NAPALM NA RUA SESAMO
  9. A MINHA SOGRA É UM BOI
  10. GANGUE DAS BATINAS
  11. DEUS, PÁTRIA & FAMILIA
  12. PEDRA NO SAPATO
  13. LEIS DE MERDA
  14. INOCENTE O DOENTE
  15. TERRORISTA URBANO
  16. AMOR ETERNO
  17. O ARMANDO É UM COMANDO (SÓ VOZ)
  18. EU? ESTOU-ME A CAGAR!
  19. XU-PA-KI
  20. NO MEU SONHO ERA O FIGO
CD2

01. INTRO#1

02. TUDO VAI ACABAR MAL (Ao vivo na Concha Praia das Maças 30-10-2004)

03. ESCRAVO DO SISTEMA (Ao vivo na Concha Praia das Maças 30-10-2004)

04. REI DA NOITE (Ao vivo na Concha Praia das Maças 30-10-2004)

05. BAR GALILEIA (Ao vivo na Concha Praia das Maças 30-10-2004)

06. SAI DA MINHA VIDA (Ao vivo no Cabaret Voltaire, Binche, Bélgica, 27-11-2002)

07. EU TENHO 1 POBRE (Ao vivo no Le Son, Pedrulha/Coimbra, 20-11-2002)

08. INTRO#2

+ Videos "Gangue das Batinas" e "Deus, Pátria e Familia"

+ CONTEÚDOS MULTIMEDIA (Biografia, Discografia, Árvore Genealógica, Concertos, Letras Músicas, Links, Videos, etc, em suporte Multimedia PC)


Sem dúvida, que a nível nacional e com uma editora independente, nunca se fez nada assim!!!

Por isso, quem gosta de Mata-Ratos e apoia o movimento underground, só tem uma opção...

Ser um homem... ou ser um rato...

2 Comments:

Blogger Billy said...

Comentários (versão integral dos textos incluidos no booklet de "Festa Tribal")

“Cada geração é sempre confrontada com os problemas sociais da sua época.

Mas se para cada problema há uma solução, neste caso a solução é Mata-Ratos.

É sempre difícil falar acerca deles quer seja por palavras ditas ou por gatafunhos esmerados como estes, pois são mais que uma banda ou um grupo de músicos unidos para salvar o Rock nacional; Mata-Ratos é uma instituição, uma família e um lar onde a duração da adolescência é determinada por rituais de passagem à idade adulta - é uma casa para amigos e para aqueles que amam a causa do Rock.

Basta olhar para quem lá passou, lá ficou e lá ficará! No meu caso ficou de todas as maneiras: na música, na amizade, nos piqueniques antes de cada concerto.

Para entender Mata-Ratos é preciso entender o moderno Portugal, o Portugal de consumo, do Figo , do Euromilhões, dos alcoólicos ao volante, dos telemóveis de última gama e a pequenez grandiosa, pimba, do nosso querido português.

E é com muito amor, sabedoria e brilhantes metáforas que Miguel e o resto do bando dão a volta ao texto.

Rock duro, puro, mutilado, malicioso e audaz, acentuado com sátira ao estilo do velho cancioneiro português.

Se vivêssemos num país com um reizinho não tenho duvidas que seriam a banda astuta do palácio, ganhando as aclamações dos regentes e sua comandita...nesta merda de país (que todos amamos, não esquecer) os Mata-Ratos continuam a ser a mosca “espicadora”, chata e revoltada, sempre à procura de novo pouso e novas vítimas… sorte dos que já foram picados (neste caso são muitos,sou apenas mais um!).

Para matar este texto só me resta dizer que Mata-Ratos é o super-produto de uma sociedade de consumo, que sobrevaloriza os sucessos e penaliza os fracassos, cultiva o prazer e não tolera a dor, a frustração e o sofrimento.

Mas em todas estas situações os Mata-Ratos estiveram sempre ao nosso lado,,, e se os ratos quiserem.....estarão....para sempre”.

Vitor Torpedo (Músico The Parkinsons)





No final da década de 80, a canção A minha sogra é um boi tornou-se praticamente naquilo que se pode chamar de um fenómeno de transmissão oral.

A sua letra, juntamente com outras, foi escrita pelos seus ouvintes (de considerável amplitude etária e muitas vezes desconhecendo a sua autoria) em todo o tipo de locais públicos e é cantada ainda hoje em diversos contextos.

Ao longo de mais de 20 anos, o grupo foi constituindo um repertório onde é explorada a contestação através da criação de personagens e situações do quotidiano e de narrativas surreais, recorrendo à ironia, ao cómico, ao burlesco e à sátira, conjugando as componentes música-texto através da alternância de tonalidades e padrões rítmicos, reforçando assim o conteúdo semântico das letras.

Os concertos dos MR, geralmente assumindo um carácter festivo, ao mesmo tempo que se disfruta da agressividade da sua componente punk, existe sempre uma vertente de diversão, em momentos de ironia cáustica, bem presentes em toda a sua obra; o público presente distingue-se pela sua heterogeneidade (em termos etários, ideológicos, etc.), o qual participa activamente apossando-se dos diversos carácteres representados por cada uma das canções.

Hoje em dia, os MR são uma peça imprescindível para traçar uma história do punk em Portugal.

Sempre a bombar!!

Miguel Almeida (Instituto de Etnomusicologia)




“Poder, corrosão, diversão, são três adjectivos que caracterizam as suas actuações.

No entanto, injustamente ignorados pelos grandes organizadores de eventos, vão continuando com vitalidade e força contra tudo e todos para delírio dos seus fãs espalhados por todo o país, o que não é para todas as bandas ou não fossem os "ratos" a maior instituição punk-rock nacional”.

José Rocha (Músico Angriff/Produtor Espectáculos





“Em certa altura dos anos 80 na emissão do “Som da Frente” na Rádio Comercial, resolvi atribuir (entre os vários prémios do programa) o da “Combatividade” aos Xutos & Pontapés...mas o que é que isto tem a ver com os Mata Ratos?? Muito mais do que julgam.

Nessa altura o programa premiava uma banda sem editora, com uma carreira aos trambolhões, que acabara de perder o guitarra solo e o guitarra ritmo mal sabia umas posições...

Quando faço contas à carreira dos Mata Ratos pasmo com a longevidade dum projecto que sempre jogou no ‘puro e duro’ sem titubear, sem ceder a pressões ou depressões.

Hoje (se houvesse prémio) ele pertenceria sem margem para dúvidas a uma das bandas que mais respeitinho mete a quem sabe o que são as ‘andanças’ da música independente, feita por gente que gosta de andar na vertical.

Na visita que fizeram à “Fala da Tribo” da Ana Cristina (na Hora do Lobo da BestRockFM) pasmei ainda mais ao saber que boa parte da formação da banda que acompanhava os ‘históricos’ tinha sido recrutada entre fans das farras ao vivo. Que mais bela missão, a que mais glorioso destino

pode um grupo de verdadeiro rock aspirar?!

Com um grande abraço de parabéns

António Sérgio (Radialista, Best RockFM)





“Nunca passaram despercebidos - a vanguarda sonora, intervenção social, a capacidade para apontar o dedo sem falsos pudores.

Senhores de um humor invejável.

E é assim que os Mata-Ratos me têm acompanhado desde o milénio passado, sempre presentes em momentos ímpares, como por exemplo, a minha estreia em televisão (no extinto Pop-off) tendo como som de fundo o tema “A minha sogra é um boi” em 1991; ou o ”ao vivo” da Fala da Tribo, em 2004, onde na exígua cabine de rádio a banda se exibiu com todo o seu fulgor e o Miguel deu em directo a resposta à questão:

-“És um Homem ou és um Rato?

- Um Homem!”

Long Live Mata-Ratos!

Ana Cristina Ferão (Radialista, BestRockFM)






"Exemplo de coerência e continuidade, iguais a si próprios, divertidamente dando escape ao descontentamento num Street-Punk/Oi! determinado a nunca se deixar vergar por miseráveis vozes de controvérsia, os Mata-Ratos têm sabido merecer com frescura e garra o respeito e o despeito, reagindo perante ambos os impostores de igual forma."

Joaquim Pedro (editor Underworld - Entulho Informativo)

1:28 da manhã  
Blogger Billy said...

Já que há tantos comentários, aqui fica o meu...



Estava em 1987 e já há muito tempo que ouvia falar de Mata-Ratos, especialmente pela punkalhada que sempre falava deles...

Uns tais concertos na Teia, que congregava a malta em grande paródia e ambiente animado...

Circulou uma k7 que esgotou mal saiu) que fez furor entre a malta da pesada (metaleiros inclusive, o que era bem difícil na altura).

Num tom animado e brincalhão, num género de uns Toy Dolls, com uma voz bem berrada (ao estilo de um Wattie) cativou tudo e todos...

Decidi ir a um concerto no RRV, numa eliminatória da Música Moderna Portuguesa e aí tudo se tornou claro que nem água...

Os Mata-Ratos arrasaram, completamente!

A multidão delirava e só pedia pelo tema seguinte...

O público deambulava que nem mortos-vivos, perto do palco, quais sedentos dos "saborosos cérebros", que neste caso eram os temas mais apetecidos...

Isto era o mais próximo de que os Mata-Ratos simbolizavam.

Acção, rock, atitude e apoteose...

Passados uns tempos, após o lançamento do CD "Rock Radioactivo" assisti a miúdos com 6 anos de idade a cantar o refrão da música "A minha sogra é um boi".

Quais "sobremesa", qual quê...

O Punk-Rock invadia a população, sem o apoio da rádios...

Atingiram o 5º lugar no Top Nacional de vendas (venderam mais de 6 mil discos, segundo soube).

Alguém sabe o que isso significa?

Já ouviram falar em Sex Pistols, com os discos em primeiro lugar no top, a serem retirados das prateleiras das lojas de discos, por ser proibido divulgar tal som?

Enfim...

Em França, ouvi Mata-Ratos em 1992, graças a vários emigrantes...

Era tudo uma festa...

Criou-se o excelente teledisco "A minha sogra é um boi", recordado com muita saudade como um dos mais engraçados e mais animados clips de sempre de uma banda portuguesa...

Rui Kilito faz um papel fenomenal, valendo-lhe a alcunha de "Sogra" por parte da malta de Benfica (desculpa lá, Rui, mas há coisas mais fortes do que nós...).

"Xavier" veio a seguir e longa foi a pausa para um novo trabalho...

Ouve-se falar de Mata-Ratos em edições raras, que só estão disponíveis em vinil...

Mais recentemente, a banda causou furor com a influência "hardcore" de Linda-a-Velha, com o lançamento do CD "Sente o ódio", que embora apresentando temas bem ao estilo da variante americana, agradou a gregos e troianos e a atenção multiplicou-se com a actividade constante de quem se recusa a baixar os braços...

Depois de várias edições em split-cd e em vinil, "És um homem ou és um rato?" está aí, com temas bem cativantes e disponível nas melhores lojas!

Aguarda-se então a comemoração do punk nacional com a festa mais esperada do ano...

Se a palavra "Instituição" não se aplica ao punk na sua essência, então, aplicamos o termo "génese do punk português" aos Mata-Ratos, sem dúvida...

"Festa Tribal" é o disco a ouvir...

Sou um animal...

2:03 da manhã  

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