sábado, novembro 10, 2007

God Save The Sex Pistols - o concerto na Brixton Academy


London calling, london calling...

Ontem foi dia de mais um concerto do regresso dos Sex Pistols, o segundo consecutivo na Brixton Academy de Londres... e que regresso, meus amigos, que regresso.


Mais festivo e alusivo aos dias de '77 era impossível!

A verdade é que passaram 30 anos do lancamento de “Never Mind The Bollocks…” e isso sente-se ao ver na multidao punks quarentoes e cinquentoes de crista de metro e meio, mas alguns deles com visíveis falhas capilares na nuca…

Mas nao julguem que era noite de velhadas, embora a maioria ja tivesse ultrapassado os trinta, havia putos de 14, 15 anos em grupos, de t-shirt e cabelo espetado como manda a tradicao.

A Brixton Academy é um excelente espaco, com o chao da sala inclinado para visualizar o palco sem problemas, com um tecto magnifico (a imitar ‘céu aberto’) e especialmente com excelente acústica…

Depois de lá entrar (19 horas em ponto, como indicado), para minha surpresa actuaram os The Thirst, uma curiosa banda de jovens com um rock furioso que navega no ska/reggae, com contornos hip hop (podem conhece-los em http://www.thethirst.co.uk/ ). Cativou minimamente a audiencia nos 20 minutos de actuacao, mas obviamente todos estavam à espera dos senhores que se seguiam…

Outra surpresa, um DJ veio animar o pessoal com adaptacoes de temas famosos (“Killing In The Name Of” dos Rage Against The Machine foi a melhor conseguida), mas depressa saturou a multidao que gritava pelos Pistols… mais de uma hora de seca e finalmente sentiu-se a sala a abanar!

Depois de da entrada triunfal ao som de um tema classico de Vera Lynn ("There'll Always Be An England" com a plateia a cantar em uníssono) Johnny Rotten/John Lydon entra em palco com um “hello London, how the fuck are you?”.

Os acordes de “Pretty Vacant”meteram tudo em delirio (a sala estava esgotadissima) e comecam os empurroes e a cerveja a saltar, apesar de se conhecer o publico ingles como extremamente civilizado nos concertos.

A sonoridade é pujante (se calhar como nunca foi, se exeptuarmos 1996), com a guitarra e baixo a rasgar, para alem da bateria com marcacao forte.

Os temas desfilam e a malta agita-se com frenesim, ao som de “No Fun”, “Did You No Wrong” e muitos outros…

Johnny é um verdadeiro mestre de cerimónias, um ‘crowd-teaser’ que dispára em varias direccoes.

“Liar” é dedicado ao Primeiro-Ministro com especial mencao (“conhecemos bem esse fdp…”).

Logo a seguir, refila com os tecnicos de luz a pedir para retirarem o strobelight, “nao queremos cá essas mariquices…

Ha um prazer especial em ouvir estes temas ao vivo, fizeram sentido ha 30 anos e afinal continuam tao actuais.

A banda retira-se ao fim de 50 minutos e apos a habitual gritaria do publico, regressa para o encore…

You’re fucking right, I’m a fat bastard” refere Rotten exibindo a sua barriga.

Logo comecam com “God Save The Queen” com a ‘imagem de marca’ do tema ao fundo (num pano gigante em tons de azul, a imitar selos dos correios).

Mais caos, mais cerveja a voar, pecas de roupa e o diabo a quarto…

“EMI” tem mencao honrosa aquela empresa , “quem é que está mal agora, seus exploradores?

Ha tambem apelos patrioticos, para nao deixarem que o país continue no ponto em que está, ha que marcar pela diferenca e agir, nao compactuando com as novas politicas, mas com a ressalva que adora todos os ingleses, sejam eles brancos, negros, azuis ou de qualquer cor.

Logo depois ha novo abandono e regresso a palco, com “Anarchy In The UK” metendo a sala em histeria! Tudo aos saltos e aos empurroes, com os quarentoes e cinquentoes em visivel extase, nesta altura ja muito suados, mas bastante agitados.

Arrepiou ouvir o refrao em uníssono, com Rotten a deixar de cantar e apreciar as 5000 pessoas em delirio.

No final referiu “é um grande prazer e uma grande imagem que obtenho daqui de voces, muito obrigado”.

Steve Jones, Paul Cook e Glen Matlock cumpriram excelentemente, agarrando os temas , dando bastante 'corpo' as cancoes, mas mantiveram-se algo discretos.

Os Sex Pistols terminaram com “Bodies”, ja com a plateia completamente rendida e sedenta.

Missao cumprida, senti que realmente fez sentido este regresso, para proporcionar a quem nao pode ver na altura a fúria, a garra da banda, o impacto que tiveram na musica e que tanta tinta fez correr nos tabloides, especialmente no Reino Unido, mas tambem no mundo inteiro.

Nesta actuacao apenas falhou “Belsen Was A Gas” que os Sex Pistols agora interpretam como “Baghdad Is A Blast”, que pela curiosidade da adaptacao, fez alguma (minima) diferenca.

Ja na rua, no Backstage (bar junto a Brixton Academy), bebia uma cerveja bem fresca e deslumbrava-me com a imensa variedade de punks que saiam da sala Londrina, ao som dos Pistols (que se via e ouvia no bar, com videos projectados). A festa seguiu no bar com o pessoal todo em conversacao, dos pormenores do concerto e opinioes efusivas dos varios momentos.

Brixton estava invadida de punks em todas as direccoes, o pessoal dispersava lentamente, a maior parte de garrafa na mao (devia de ser um verdadeiro espectaculo visto de cima).

A saborear a minha Carlsberg, so me ocorria um pensamento…

God Save The Sex Pistols…

9 Comments:

Blogger Billy said...

Desculpem-me pela falta de pontuacao, experimentei o novo iphone e nao consegui adaptar-me muito bem a estas novas tecnologias...

Mas o essencial esta ca, creio.

Da para terem uma nocao do que se passou ontem, dia 9 de novembro.

London, over & out!

7:31 da tarde  
Blogger Billy said...

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Para completar ainda mais as informações sobre estes eventos dos Sex Pistols na Brixton Academy, o DJ de serviço tem o nome de Scratch Perverts...

Nos outros dias participaram ainda os The Cribs e ainda Goldie(!!!)



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11:18 da tarde  
Blogger Billy said...

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A ver, nos próximos dias...

12th November
7.30pm The Cribs
8.15pm Goldie
9.00pm Sex Pistols


14th November
7.30pm The Cribs
8.15pm Goldie
9.00pm Sex Pistols



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11:19 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

"senti que realmente fez sentido este regresso"....
...Talvez...mas nao concordo...punk rock dos anos 70 a 40 libras cada bilhete nao e punk rock, e bilheteira para a reforma.
E verdade q quem me conhece bem sabe q nunca iria a Pistols, acho-os aborrecedores e ignorantes com tanta musica interessante q ja se ouvia na altura, mas cinco datas a £40 cada bilhete nao e so irritante...e capitalismo.
PS: para os q estao a pensar q isto e rancor por ter ficado sem bilhete por todas as datas estarem esgotadas...nao e, foram-me oferecidas duas entradas e apenas aceitei uma...para o triste do meu mano q por curiosidade e companhia la vai meter o nariz haha

12:30 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

acredito que tenha sido brutal

12:54 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Eheh... há-de ter sido uma coisa esperta....
Sentiste-te em casa, obviamente. Só uma pergunta: REGRESSASTE?? Ehheh..

Abraçolas & cervejolas!

10:36 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Bombástico de certeza

8:25 da tarde  
Blogger Billy said...

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Sex Pistols: show teve criticas positivas


A banda SEX PISTOLS fez sua primeira apresentação de uma série de cinco shows na Inglaterra.

Rotten, Steve Jones (guitarra), Paul Cook (bateria) e Glen Matlock (baixo) se reuniram para comemorar os 30 anos do lançamento do album "Never Mind The Bollocks", que é considerado um dos mais influentes da história do rock'n'roll.

A primeira música da apresentação foi "Pretty Vacant", num set list recheado de clássicos da banda num show que demorou pouco mais de uma hora. "God Save The Queen" e "Anarchy In The U.K." foram algumas das canções que mais empolgaram o público, que teve maior parte pessoas da mesma época da banda. Lydon até perguntou: "Há alguém com menos de 40 anos aqui?"

As primeiras críticas do show realizado na Brixton Academy publicadas nos jornais foram positivas. Elogiaram bastante os músicos por terem conservado sua sujeira e fúria.

O The Guardian descreveu o show como "imensamente divertido". "Foi um alívio comprovar que o concerto desta quinta-feira foi de primeira categoria".

O crítico do The Independent concluiu: "As letras inquietas e acusatórias de suas canções ainda se fizeram ouvir, e sua fúria antiga queimou forte".

Apesar da crítica da imprensa britânica ter sido positiva, foi publicada uma nota no site da revista "Rolling Stone", dizendo que os fãs acharam que a apresentação foi "terrível" e de "péssima qualidade" e que a banda ainda teria subido ao palco com 30 minutos de atraso.



Por Tadeu Salgado

http://whiplash.net/materias/news_893/066552-sexpistols.html



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1:33 da manhã  
Blogger Billy said...

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Sex Pistols são ovacionados em show lotado de reencontro


LONDRES (Reuters) - Os Sex Pistols cantaram, gritaram e rosnaram seus maiores sucessos na noite de quinta-feira, no início de sua breve turnê de reencontro, e as primeiras críticas elogiaram os músicos cinquentões por terem conservado sua sujeira e fúria.

"Meio século de juventude!", gritou o vocalista John Lydon, em tom de desafio, aos milhares de fãs que lotaram a Brixton Academy, na zona sul de Londres.

Ostentando o cabelo arrepiado cor-de-laranja que é sua marca registrada, o cantor mais conhecido como Johnny Rotten não perdeu tempo para zombar dos padrões britânicos.

Ele usava uma roupa de caçador camponês que lhe causou vários problemas quando as calças deslizavam para baixo, e os alto-falantes tocaram a canção patriótica da época da guerra "There'll Always Be An England" antes do show começar.

Os quatro pioneiros do punk começaram o show com "Pretty Vacant" e apresentaram a maioria de suas canções mais conhecidas num show que durou pouco mais de uma hora. Como se poderia prever, foram "God Save The Queen" e "Anarchy In The U.K." que puseram a multidão de pé.

A multidão que lotou o recinto reuniu contemporâneos dos Sex Pistols, em sua maioria homens com início de calvície, e ouvintes mais jovens, interessados em saber a razão da comoção toda.

"Há alguém com menos de 40 anos aqui?", brincou Lydon.

Quando os Sex Pistols irromperam no cenário musical, no final dos anos 1970, causaram sensação, e seu álbum "Never Mind the Bollocks ... Here's the Sex Pistols", lançado 30 anos atrás, é visto como um dos mais influentes da história do rock'n'roll.

As primeiras críticas do show publicadas nos jornais da sexta-feira foram positivas.

O The Guardian descreveu o show como "imensamente divertido", e o crítico do The Independent concluiu: "As letras inquietas e acusatórias de suas canções ainda se fizeram ouvir, e sua fúria antiga queimou forte."

Lydon, de 51 anos, cantou ao lado do guitarrista Steve Jones, 52 anos, do baixista Glen Matlock e do baterista Paul Cook, ambos com 51.




Plantão | Publicada em 09/11/2007

Reuters/Brasil Online
Por Mike Collett-White

http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2007/11/09/327099236.asp


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1:34 da manhã  

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