terça-feira, fevereiro 01, 2005

Canto e Castro morreu

O nosso imaginário ficou mais pobre...

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A quantidade incrível de desenhos animados, anúncios de tv e rádio a que Canto e Castro deu voz (e que voz, inconfundível, sem qualquer margem para dúvidas), dificilmente conseguirá ser contabilizada.


Ruy de Carvalho e Canto e Castro em «Rei Lear»

Quem não se lembra do cientista maluco no "Duarte & Companhia" ou do Avô sempre cheio de manhas no "Fura-Vidas".

Inconfundível e insubstituível, sem dúvida.

Segue a notícia da TSF:


Morreu o actor Henrique Canto e Castro

O actor Henrique Canto e Castro morreu esta terça-feira, em sua casa, em Almada, anunciou a agência Lusa.

O último papel do actor em palco foi o de senador na peça «Rainha do Ferro Velho» actualmente em cena no Teatro Politeama, em Lisboa.

O actor Henrique Castro e Castro morreu esta terça-feira, aos 74 anos, depois de uma carreira dedicada em grande parte ao Teatro, mas também com passagem pelo Cinema e Televisão.

O corpo do actor estará em câmara ardente hoje à tarde na Basílica da Estrela, em Lisboa.

Com quase 60 anos de carreira, Canto e Castro participava, actualmente, na peça a «Rainha do Ferro Velho», em cena no Teatro Politeama, e na série «João Semana», em exibição na RTP1.

Aos 12 anos, Canto e Castro já trabalhava na Emissora Nacional e aos 17 concluiu o curso de teatro do Conservatório Nacional com 18 valores.

A estreia no Teatro viria a acontecer em 1946, com os Comediantes de Lisboa, na peça «A Lição do Tempo», sob a direcção artística de Francisco Ribeiro (Ribeirinho).António Silva, João Villaret, Laura Alves, Ribeirinho, Alves da Cunha, Eunice Muñoz, Cármen Dolores, Fernanda Montemor, Irene Cruz ou Maria Barroso foram algumas das personalidades com quem Canto e Castro contracenou.

Canto e Castro passou pelo Teatro Nacional Popular, Teatro Apolo, Teatro Ginásio, Grupo de Campolide, Teatro Nacional D. Maria, Teatro da Trindade e Teatro de Almada.

Nos últimos anos, o Teatro Aberto foi a "casa" onde o actor mais vezes subiu ao palco, integrando o elenco das peças «O Tempo e o Quarto», «A Rapariga de Varsóvia», «A Dama do Maxim's» e «O Bobo e a sua mulher esta noite na Pancomédia», a derradeira peça em que entrou.

No Cinema, trabalhou com João Botelho, nos filmes «Tráfico», com José Fonseca e Costa, em «Cinco Dias, Cinco Noites», com Lauro António, em «Manhã Submersa», João César Monteiro, em «O Último Mergulho», com Maria de Medeiros, em «Capitães de Abril», entre outros.

Na Televisão, «Duarte & Companhia», «Esquadra de Polícia», «Fura Vidas», e «Residencial Tejo», foram algumas das séries em que participou.

Colegas choram morte do actor.

Nas diversas incursões que fez no cinema, Henrique Canto e Castro participou no filme «Longe da Vista», do realizador João Mário Grilo.

Ouvido pela TSF, o realizador considera Canto e Castro um actor «insubstituível», pela razão de que este «era um actor artesanal» que imprimia um cunho muito pessoal em todos os papeis que desempenhou no cinema.

Mas Canto e Castro foi, essencialmente, um homem do Teatro.

Para o encenador Carlos Avillez, com quem o actor trabalhou por diversas vezes no Teatro Nacional, Canto e Castro «era um actor extraordinário(...) um dos grandes actores que conheci e com quem trabalhei».

Uma ideia partilhada pelo colega Raul Solnado, para quem a morte de canto e castro é, também, a morte de um amigo.

«Foi um actor que fez uma carreira muito brilhante porque compunha os seus personagens com muita precisão, com muito talento.

Estou chocado porque é um amigo que eu perco e é um grande actor que faz muita falta ao mundo do espectáculo em Portugal», avançou à TSF Raul Solnado, visivelmente emocionado.

1 Comments:

Blogger Billy said...

Canto e Castro fazia também a voz do famoso gafanhoto da série de desenhos animados "Abelha Maia".

Vai ser difícil lembrar de todos os que participou e não foram mencionados...

12:12 da tarde  

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